Abstract Overview and Aims: Sexual and Reproductive Health (SRH) care should be adapted to sexual and gender minorities, as they present specific and unique needs. We aimed to understand the perspective of SRH professionals providing care to the Lesbian, Gay, Bisexual, Transexual/Transgender, Queer, Intersexual, Asexual and Others (LGBTQIA+) community, evaluating their clinical experience, level of knowledge and training needs. Study design, Population and Methods: Nationwide survey using an online questionnaire distributed to Gynecology/Obstetrics (G/O) and General Practice (GP) physicians between September 2021 and April 2022. A total of 324 physicians have completed the survey (G/O 55.6%; GP 44.4%). The majority were female (81.8%), specialist (57.7%) and under 35 years-old (55.3%). Results: In 40.8% and 23.5% of cases, physicians ‘rarely’/‘never’ used to address patients’ sexual orientation and sexual behavior, respectively. Over a third (37.0%) considered their level of preparedness to provide SRH care to LGBTQIA+ individuals as ‘poor’/‘none’, pointing the professional’s inexperience (58.0%) and lack of information (51.9%) as the main difficulties. Only 24.2%, 5.6% and 23.8% believed that LGBTQIA+ people often use contraceptives, have more unwanted pregnancies and multiple partners, respectively. Fear of stigmatization (81.5%) and providers without training (66.7%) were considered barriers for healthcare access. Most (96.0%) recognized the importance of holding trainings/workshops in this field. GP specialty, younger age, fewer years of clinical practice and working in the Centre region/Islands were negatively associated with knowledge and practices. Conclusions: Portuguese physicians have insufficient knowledge and clinical experience addressing SRH care in sexual and gender minorities, highlighting the imperious need of training and skills’ development within this domain.
Resumo Introdução e Objetivo: Os cuidados de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) devem ser adaptados às minorias sexuais e de género, uma vez que estas apresentam necessidades únicas e específicas. Este estudo pretende compreender a perspetiva dos profissionais de SSR que prestam cuidados à comunidade Lésbica, Gay, Bissexual, Transexual/Transgénero, Queer, Intersexual, Assexual e Outros (LGBTQIA+), avaliando a sua experiência clínica, nível de conhecimentos e necessidades formativas. Desenho de Estudo, População e Métodos: Elaboração de um questionário online que foi distribuído aos médicos de Ginecologia/Obstetrícia (G/O) e Medicina Geral e Familiar (MGF) entre setembro de 2021 e abril de 2022. Um total de 324 médicos responderam ao questionário (G/O 55,6%; MGF 44,4%). A maioria era do sexo feminino (81,8%), especialista (57,7%) e tinha menos de 35 anos (55,3%). Resultados: Em 40,8% e 23,5% dos casos, os médicos ‘raramente’/’nunca’ abordam a orientação sexual e o comportamento sexual dos seus pacientes, respetivamente. Mais de um terço (37,0%) considerou o seu nível de preparação para prestar cuidados de SSR a indivíduos LGBTQIA+ como ‘razoável’/’nenhum’, apontando a inexperiência do profissional (58,0%) e a falta de informação (51,9%) como as principais dificuldades. Apenas 24,2%, 5,6% e 23,8% acreditavam que os indivíduos LGBTQIA+ usam frequentemente contracetivos, têm mais gravidezes indesejadas e múltiplos parceiros, respetivamente. O receio de estigmatização (81,5%) e a ausência de formação (66,7%) foram considerados obstáculos no acesso aos cuidados de saúde. A maioria (96,0%) reconheceu a importância de realizar formações/workshops nesta área. A especialidade de MGF, a idade mais jovem, menos anos de experiência e trabalhar na região Centro/Ilhas foram negativamente associados ao nível de conhecimentos e de experiência. Conclusão: Os médicos portugueses apresentam um nível de conhecimentos e experiência clínica insuficientes na prestação de cuidados de SSR a minorias sexuais e de género, salientando a necessidade imperiosa de formação e desenvolvimento de competências nesta área.