Resumen Introducción: estudios nacionales de 1996 mostraron una alta prevalencia de muertes sin asistencia en el período posneonatal. En los diez años siguientes bajó la tasa de mortalidad infantil a expensas del componente posneonatal. En el nuevo contexto epidemiológico es de interés investigar si la muerte posneonatal en domicilio ha modificado sus características. Objetivos: 1. Conocer la mortalidad posneonatal en domicilio en Montevideo en 2006, describir algunas características de la población afectada y su ambiente. 2. Conocer las causas a las que se atribuyeron las muertes y los procedimientos diagnósticos utilizados. 3. Comparar los resultados con los de 1996. Material y método: se realizó un estudio descriptivo y retrospectivo que incluyó todos los residentes en Montevideo fallecidos en domicilio en el período posneonatal en 2006. Las fuentes fueron: certificados de defunción, partes policiales, informes de autopsia y de estudios anátomo-patológicos. Se usó el mismo formulario de recolección de datos que en 1996. En los casos en que se dispuso de informe de Anatomía Patológica se revisó la causa de muerte asignada inicialmente. Resultados: en 2006, en Montevideo hubo 84 muertes posneonatales, 39 (0,46) de ellas en domicilio. Predominaron los varones (0,64). La mediana de edad fue 3 meses y 15 días. Se obtuvo la relación peso/edad según sexo en 34 casos: ocho fueron iguales o inferior al percentil 5. Exceptuada la desnutrición y la prematurez, en la mayoría de los casos (0,67) no se conocían antecedentes patológicos. Seis eran portadores de enfermedades conocidas y otros siete cursaron cuadros respiratorios en la semana anterior a la muerte. En la distribución estacional predominó el invierno (0,36). Casi todas las muertes fueron naturales y certificadas por médico forense. En 24 de las 38 muertes naturales se solicitó un estudio anátomo-patológico complementario. Si se toman en cuenta los resultados de la autopsia judicial, los estudios anátomo-patológicos y los antecedentes pediátricos, la principal causa de muerte fue la infección respiratoria (0,42). La mayoría de las muertes (FR=0,56) se concentraron en tres seccionales policiales de Montevideo, caracterizadas por malos indicadores socioeconómicos. La comparación con los resultados de 1996 muestra que la proporción de muertes posneonatales en domicilio se mantuvo, al igual que el perfil de los fallecidos. Discusión y conclusiones: 1. La muerte en domicilio continúa siendo casi la mitad de la mortalidad infantil en el período posneonatal en Montevideo, es un problema relevante de salud pública y es evitable. 2. Ocurre en barrios con malos indicadores socioeconómicos. El perfil de los fallecidos es coincidente con el de hace diez años. 3. Se observa un cambio en el patrón de actitud de los médicos forenses que certifican estas muertes, con tendencia a solicitar más estudios anátomo-patológicos y evitar atribuir la muerte a hallazgos autópsicos incidentales. 4. Es insuficiente el conocimiento de las causas de muerte, lo que podría ser revertido por la solicitud sistemática de los estudios complementarios necesarios, especialmente los anátomo-patológicos y la autopsia verbal, y por la discusión en comités de mortalidad de integración interdisciplinaria
Résumé Introduction: des études nationales de 1996 montrent une haute prévalence de morts sans assistance pendant la période post-néonatale. Dans un nouveau contexte épidémiologique, il résulte intéressant d’analyser si la mortalité post-néonatale à domicile a modifié ses repères. Objectifs: 1. Connaître la mortalité post-néonatale à domicile à Montevideo en 2006, en décrire ses caractéris-tiques et ses facteurs environnementaux. 2. en connaître les causes et les procédés diagnostiques utilisés. 3. compa-rer les résultats à ceux de 2006. Matériel et méthode: on fait une étude descriptive comprenant tous les montévidéens morts à domicile dans la période post-néonatale en 2006. Les données: actes de décès, rapports de police, les autopsies et les études anatomo-pathologiques. On a utilisé le même formulaire qu’en 1996. Lorsqu’on disposait du rapport d’Anatomie pathologique, la cause de mort a été repérée. Résultats: en 2006, à Montevideo, il y eut 84 morts post-néonatales, dont 39 (0,46) à domicile. Les garçons furent plus nombreux (0,64). La moyenne d’âge, 3 mois et 15 jours. Le rapport poids/âge fut obtenu pour 34 cas dont 8 égaux ou inférieurs au percentil 5. Sauf la malnutrition ou la prématurité, dans la plupart des cas (0,67) il n’y avait pas d’antécédents pathologiques. 6 étaient porteurs de maladies connues et 7 avaient présenté des troubles respi-ratoires une semaine avant leur décès. La saison prédominante fut l’hiver (0,36). Presque tous les décès furent naturels et certifiés par le médecin légiste. Pour 24 morts naturelles/38, on a sollicité une étude anatomo-pathologique complémentaire. Tenant compte des résultats de l’autopsie judiciaire, des études anatomo-pathologi-ques et des antécédents pédiatriques, la principale cause de mort fut l’infection respiratoire (0,42). La plupart des morts (FR=0,56) viennent de 3 arrondissements de Montevideo, défavorisés du point de vue socio-économique. Si on compare aux résultats de 1996, la proportion de morts post-néonatales à domicile reste la même, ainsi que le profil des défunts. Discussion et conclusions: 1. la mort à domicile reste la moitié de la mortalité infantile pendant la période post-néonatale à Montevideo; il s’agit d’un problème significatif de santé publique évitable. 2. Elle est présente aux quartiers défavorisés. Le profil des décès correspond à celui d’il y a 10 ans. 3. On observe un changement d’attitude des médecins légistes qui certifient ces décès: ils demandent plus d’études anatomo-pathologiques et évitent d’attribuer la mort à des découvertes autopsiques pas significatives. 4. Connaître les causes de la mort n’est pas suffisant, ce qui pourrait être complété par une demande systématique d’études complémentaires importants, surtout anatomo-pathologiques et l’autopsie verbale, ainsi que par la discussion en comités de mortalité à intégration multidisciplinaire.
Resumo Introdução: estudos nacionais realizados em 1996 mostraram uma alta prevalência de mortes sem assistência no período pós-neonatal. Nos dez anos seguintes a taxa de mortalidade infantil caiu devido ao componente pós-neonatal. Nesse novo contexto epidemiológico é importante pesquisar se as características da morte pós-neonatal no domicilio foram modificadas. Objetivos: 1. Conhecer a mortalidade pós-neonatal no domicílio em Montevidéu em 2006, e descrever algumas características da população afetada e seu ambiente. 2. Conhecer as causas a que foram atribuídas a essas mortes e os procedimentos de diagnósticos utilizados. 3. Comparar os resultados com os obtidos em 1996. Material e método: realizou-se um estudo descritivo retrospectivo que incluiu todos os residentes em Monte-vidéu falecidos no domicílio no período pós-neonatal em 2006. Os dados foram obtidos de atestados de óbito, boletins de ocorrência policial, resultados de autópsias e exames de anatomia patológica. Para a coleta de dados foi utilizado o mesmo formulário empregado em 1996. Naqueles casos em que havia resultados de exame de anatomia patológica fez-se uma revisão da causa de morte atribuída inicialmente. Resultados: em 2006 foram registradas em Montevidéu 84 mortes pós-neonatais, sendo que 39 (0,46) ocorreram no domicílio. A maioria eram crianças do sexo masculino (0,64). A mediana de idade foi 3 meses e 15 dias. Em 34 casos calculou-se a relação peso/idade por sexo sendo que em 8 casos esta foi igual ou inferior ao percentil 5. Excluindo desnutrição e prematuridade, na maioria dos casos (0,67) não havia antecedentes patológicos conhecidos. Seis eram portadores de doenças conhecidas e outros sete apresentaram quadros respiratórios na semana anterior à morte. Na distribuição por estações do ano, predominaram as mortes durante o inverno (0,36). Quase todas as mortes foram naturais e certificadas por médico legista. Solicitou-se um estudo de anatomia patológica em 24 das 38 mortes naturais. Considerando os resultados das autopsias judiciais, os exames de anatomia patológica e os antecedentes pediátricos, as infecções respiratórias foram a principal causa de morte (0,42). A maioria dos óbitos foi registrada em três distritos policiais de Montevidéu, caracterizados por indicadores sócio-econômicos ruins. Comparando com os resultados obtidos em 1996 se observa que tanto a proporção de mortes pós-neonatais no domicílio bem como o perfil dos falecidos foram mantidos. Discussão e conclusões: 1. A morte no domicílio continua representando quase a metade da mortalidade infantil no período pós-neonatal em Montevidéu, sendo um importante problema de saúde pública que é evitável. 2. Acontece nos bairros com indicadores sócio-econômicos ruins. O perfil dos falecidos coincide com o observado dez anos antes. 3. Observa-se uma mudança no comporta-mento dos médicos legistas que certificaram essas mortes, com uma tendência a solicitar mais exames de anatomia patológica e evitar atribuir o óbito a observações inciden-tais na autópsia. O conhecimento sobre as causas de morte é insuficiente. Essa situação pode ser mudada pelo pedido sistemático de exames complementares necessários, especialmente a anatomia patológica e a autópsia verbal, e pela inclusão do tema nos comitês de mortalidade com estrutura multidisciplinar.
Summary Introduction: studies carried out at national level in 1996 evidenced a high prevalence of postneonatal deaths without medical assistance. Infant mortality rate decreased in the following 10 years at the expense of the postneonatal component. Within the new epidemiological framework, we aim to find out whether the attributes of postneonatal household death have changed. Objectives: 1. To learn about postneonatal household death in Montevideo in 2006, describing some of the features of the affected population and their environment. 2. To learn about the causes of these deaths and the diagnostic procedures used. 3. To Compare the new results with those corresponding to 1996. Method: a descriptive, retrospective study was conducted for all postneonatal household deaths occurring in Montevideo in 2006. Death certificates, police reports, autopsy reports and anatomopathological studies were used as research sources. The form used for the collection of data in the present study was the same one used in 1996. The initial cause of death was revised in those cases where Anatomopathological Reports were available. Results: In 2006, there were 84 postneonatal deaths in Uruguay, 39 (0.46%) of which were household deaths. Most infant deaths were male (0.64%). Average death age was 3 months fifteen days. Female and male weight/age ratios were obtained in 34 cases: eight of which were equal to or lower than percentile 5. Except for malnutrition and preterm birth, in most cases (0.67%) there was no pathological history. Six of them carried known diseases and a further seven presented respiratory complications in the week prior to death. In terms of season distribution, winter prevailed (0.36%). Almost all deaths were natural deaths and certified by a forensic doctor. In 24 out of 38 deaths complementary anatomopathological studies were required. Judicial autopsy findings, anatomopathological studies and pediatric history reveal the main cause of death are respiratory infections (0,42%). Most deaths occurred (FR=0,56) in three police districts of Montevideo, characterized by low socioeconomic indicators. Upon comparing new results to those obtained in 1996, we found proportional household postneonatal deaths remained constant, the same as the deceased’s profile. Conclusions: 1. Household death still represents almost 50% of infant mortality in the postneonatal term in Montevideo, it is a significant public health issue and it is avoidable. 2. It occurs in neighborhoods with low socioeconomic level. The deceased’s profile is the same as that of 1996. 3. Forensic doctors who certify these deaths have evidenced a change in attitude, showing a tendency to request more anatomopathological studies and to avoid attributing deaths to incidental autopsy findings. 4. Information regarding causes of death is not enough. This could be reverted by systematically requesting the necessary complementary studies, especially anatomopathological studies and verbal autopsies, as well as by organizing multidisciplinary committees to discuss the issue.