Abstract: This article demonstrates that the social categories of indigenous and white-mestizo are essentialist, reductionist, and therefore insufficient to encompass the diverse expressions of identity that exist. Understood through fluid and interchangeable lines, a new category is proposed: the border identity. Exemplified through the ethnic communes of the parish of Manglaralto, in the province of Santa Elena, Ecuador, this new category is intended to reconcile opposites and dismantle existing binaries to better capture the multifaceted social diversity of different sociocultural expressions. Previously agricultural, these communes have been transformed into internationally known tourist destinations, while being denied recognition of their ethnic identity due to the acculturations they have been subject to through various historical periods. Their members are labeled as acculturated indigenous or cholos, too mestizo to be considered indigenous and too indigenous to be considered mestizo. Qualitative methods such as participant observations, informal conversations, and semi-structured interviews were used for the ethnographic work spanning more than four years. The data collected and analyzed data showed how these communities, through constant negotiation with the white-mestizo world, achieve autonomy even within deeply dependent relationships. The study illustrates how they operate from an interstice, an intermediate space, which complicates their placement within existing social categories, underscoring the need to conceptualize new social categories beyond traditional binaries.
Resumo: O objetivo deste artigo é mostrar que as categorias sociais do indígena e do branco-mestiço são essencialistas, reducionistas e, portanto, insuficientes para agrupar as diversas expressões identitárias existentes. Como consequência, propõe-se uma nova categoria: o fronteiriço, que é entendido a partir de linhas fluidas e intercambiáveis, como tentativa de conjugar opostos e desfazer os binarismos existentes a fim de capturar a diversidade social multifacetada de diferentes expressões socioculturais. Isso é exemplificado por um caso concreto: as comunidades étnicas da paróquia de Manglaralto, localizadas na província de Santa Elena, Equador. Antes agrícolas, hoje elas foram convertidas em locais turísticos conhecidos internacionalmente. A essas comunidades é negado o reconhecimento de sua identidade étnica, resultado da aculturação que sofreram ao longo de vários períodos históricos. Seus membros são declarados indígenas aculturados ou cholos, porque são mestiços demais para serem indígenas e indígenas demais para serem mestiços. Para o trabalho etnográfico, em um período de mais de quatro anos, foram usados métodos qualitativos, como observações participantes, conversas informais e entrevistas semiestruturadas. Os dados coletados e analisados a seguir mostram como essas comunidades, por meio da negociação constante com o mundo dos brancos e mestiços, adquirem autonomia mesmo em relacionamentos profundamente dependentes. Evidencia-se como elas agem a partir de um interstício, um espaço intermediário, que torna difícil a atribuição de um lugar dentro das categorias sociais existentes. Com isso, fica evidente a necessidade de se pensar em novas categorias sociais fora dos binarismos.
Resumen: El objetivo de este artículo es mostrar que las categorías sociales de lo indígena y de lo blanco-mestizo son esencialistas, reduccionistas y, por lo tanto, insuficientes para agrupar en ellas las diversas expresiones identitarias que existen. Como consecuencia de esto, se propone una nueva categoría: lo fronterizo, que se comprende a partir de líneas fluidas e intercambiables, como un intento de conjugar los opuestos y desmantelar los binarismos existentes para, de esta manera, poder captar la diversidad social multifacética de diferentes expresiones socioculturales. Aquello se ejemplifica mediante un caso concreto: las comunas étnicas de la parroquia de Manglaralto, situadas en la provincia de Santa Elena, Ecuador. Agrícolas antes, hoy han sido convertidas en lugares turísticos, conocidos a nivel internacional. A estas comunas se les niega el reconocimiento de su identidad étnica, resultado de las aculturaciones que han vivido a lo largo de varios períodos históricos. Sus miembros son declarados indígenas aculturados o cholos, porque son demasiado mestizos para ser indígenas y demasiado indígenas para ser mestizos. Para el trabajo etnográfico, durante un lapso de más de cuatro años, se utilizaron métodos cualitativos, como las observaciones participantes, las conversaciones informales y las entrevistas semiestructuradas. Los datos levantados y analizados más adelante mostraron cómo estas comunidades, por medio de una negociación constante con el mundo de los blanco-mestizos, adquieren autonomía aun en relaciones de profundas dependencias. Se muestra cómo actúan desde un intersticio, un espacio intermedio, que dificulta otorgarles un lugar dentro de las categorías sociales existentes. Con ello, se hace evidente la necesidad de pensar en nuevas categorías sociales fuera de los binarismos.