Resumen Este artículo presenta los resultados de una investigación que se enmarca en los debates sobre nuevas formas de sindicalismo en el sector servicios. Específicamente, el estudio buscó analizar la configuración sindical predominante en la industria del retail en Chile: grandes empresas de supermercados, tiendas por departamento y tiendas para mejoramiento del hogar. Se utilizó como marco analítico una formalización del modelo histórico de Hyman de tres orientaciones sindicales (de clase, de mercado y de integración social), articulado con el enfoque de recursos de poder y reconociendo los marcos de sentido y las formas organizativas que orientan la movilización de estos recursos. El diseño metodológico contempló la revisión de registros administrativos sindicales de acceso público y el análisis de contenido cualitativo de cuarenta y dos entrevistas individuales y grupales a dirigentes sindicales nacionales, regionales y de base del sector en tres grandes ciudades de Chile. Los resultados muestran que tras décadas de prácticas antisindicales y de cooptación de sindicatos únicos por parte de las empresas (1979-2000), en el retail ocurrió una masiva y conflictiva irrupción sindical (2001-2009), que con el paso de los años transitó (2010-2019) hacia un sindicalismo de "mercado independiente", el cual se caracteriza por una amplia representación de los trabajadores en cada empresa y local; por una acción sindical "legalista" que privilegia el lugar de trabajo y el diálogo por sobre el conflicto; por una débil articulación con otros actores sociales y sindicales fuera de la empresa; y por un uso limitado y excepcional del conflicto, el cual se suele reducir a la huelga legal. La investigación permite dar cuenta de un proceso común en la industria retail, que hasta ahora solo había sido tematizado como experiencias aisladas. Los hallazgos también aportan a problematizar la idea de que la revitalización sindical en Chile de los últimos 15 años ocurrió principalmente en los sectores estratégicos primarios de la economía; a tensionar aquellas tesis que sostienen la debilidad e inoperancia del actor sindical del retail en contextos neoliberales; y contribuye a ampliar los hallazgos de otras experiencias latinoamericanas, mostrando que la revitalización sindical puede darse de manera autónoma, en el sector servicios y en un contexto político-institucional adverso. Descriptores: Chile, comercio minorista, relaciones laborales, sindicatos.
Abstract In this article we present the results of a research study that is framed within the debates on new forms of trade unionism in the service sector. Specifically, the study sought to analyze the predominant trade union configuration in the retail industry in Chile: large supermarkets, department stores, and home improvement shops. The analytical framework used was a formalization of Hyman's historical model of three trade union orientations (class, market, and social integration), articulated with the power resources approach and recognizing the frames of meaning and organizational forms that guide the mobilization of these resources. The methodological design contemplated the review of publicly available trade union administrative records and the qualitative content analysis of forty two individual and group interviews with national, regional and grassroots trade union leaders in three large cities in Chile. The results show that after decades of antiunion practices and co-optation of single unions by companies (1979-2000), a massive and conflictive union irruption took place in retail (2001-2009), that over the years moved towards an "independent market" trade unionism, characterized by a broad representation of workers in each company and establishment; for a "legalistic" trade union action that privileges the workplace and dialogue over conflict; by a weak articulation with other social and trade union actors outside the company; and by a limited and exceptional use of conflict, that is usually reduced to the legal strike. The research allows us to account for a common process in the retail industry, that until now had only been thematized as isolated experiences. The findings also contribute to problematize the idea that trade union revitalization in Chile in the last 15 years occurred mainly in the primary strategic sectors of the economy; to put into tension those theses that sustain the weakness and inoperability of the trade union actor in retail in neoliberal contexts; and to expand on the findings of other Latin American experiences, showing that trade union revitalization can occur autonomously, in the service sector and in an adverse political-institutional context. Descriptors: Chile, labor relations, retail trade, trade union.
Resumo São apresentados os resultados de um estudo de investigação, que é enquadrado nos debates sobre novas formas de sindicalismo no sector dos serviços. Especificamente, o estudo procurou analisar a configuração sindical predominante no sector retalhista no Chile: grandes supermercados, grandes armazéns e lojas de beneficiação de casas. O quadro analítico utilizado foi uma formalização do modelo histórico do Hyman de três orientações sindicais (classe, mercado e integração social), articuladas com a abordagem dos recursos de poder e reconhecendo os quadros de significado e formas organizacionais que orientam a mobilização destes recursos. O desenho metodológico contemplou a revisão dos registos administrativos sindicais disponíveis publicamente e a análise qualitativa do conteúdo de quarenta e duas entrevistas individuais e de grupo com líderes sindicais nacionais, regionais e de base em três grandes cidades do Chile. Os resultados mostram que após décadas de práticas antisindicais e de cooptação de sindicatos únicos por empresas (1979-2000), ocorreu uma irrupção sindical maciça e conflituosa no comércio retalhista (2001-2009), que ao longo dos anos evoluiu para um sindicalismo de "mercado independente", caracterizado por uma ampla representação dos trabalhadores em cada empresa e local; por uma acção sindical "legalista" que privilegia o local de trabalho e o diálogo sobre o conflito; por uma fraca articulação com outros actores sociais e sindicais fora da empresa; e por uma utilização limitada e excepcional do conflito, que normalmente se reduz à greve legal. A investigação permite-nos dar conta de um processo comum no sector retalhista, que até agora só tinha sido tematizado como experiências isoladas. As conclusões também contribuem para problematizar a ideia de que a revitalização sindical no Chile nos últimos 15 anos ocorreu principalmente nos sectores estratégicos primários da economia; para colocar em tensão as teses que sustentam a fraqueza e inoperabilidade do actor sindical no retalho em contextos neoliberais; e para expandir as conclusões de outras experiências latino-americanas, mostrando que a revitalização sindical pode ocorrer autonomamente, no sector dos serviços e num contexto político-institucional adverso. Descritores: Chile, comércio varejista, relações trabalhistas, sindicatos.