O objetivo deste artigo é analisar as relações entre territorialidade e identidade no ambiente organizacional, avançando na perspectiva de identidade quanto ao que é distintivo, duradouro e central numa organização. Para tanto, foi tomado como objeto de estudo o Mercado Central de Belo Horizonte, lugar de múltiplas práticas - de boêmios, compradores, frequentadores e turistas - em que a cultura mineira se apresenta em diversas nuanças, adequado como objeto, portanto, para a observação de fenômenos complexos como os aqui tratados. Sob um enfoque qualitativo, 40 entrevistas semiestruturadas foram realizadas junto aos comerciantes do Mercado Central de Belo Horizonte, visando compreender a visão deles sobre esse espaço, material trabalhado pela análise do discurso francesa. Percebe-se que a sobreposição dos elementos trabalhados - distintivos (comércio), duradouros (paróquia) e centrais (escritório da administração) - demonstra atritos, seja pelo extravasamento de funções, seja porque, nas organizações, o convívio entre desiguais se instala, polarizada por alguns grupos que dominam enquanto outros resistem. Equilibram-se pelos movimentos de rearranjo dos atores sociais pelos territórios que ocupam em torno da sobrevivência mútua. Observou-se que as crenças compartilhadas que os indivíduos têm da identidade de uma organização, segundo definições de Albert e Whetten (1985), também se prestam para explicitar uma dada compreensão do espaço. E se essa é a ideia-base é porque ela não se prende apenas aos elementos puramente concretos, mas também à sua perspectiva simbólica. Partilhando de um espaço de múltiplas práticas, o mercado conjuga um conjunto de territórios que oscilam entre harmonia e conflitos, visto que são dinamizados por forças que, na defesa dos interesses de grupos particulares, tropeçam umas nas outras. Os territórios, porém, da mesma forma que se digladiam, se entendem sob o manto da mesma ideologia, a da sobrevivência mútua. Os territórios não estão hierarquicamente categorizados, mas exercem papéis diferentes dentro de uma realidade socialmente construída. Seus espaços não são estáticos, tampouco intercambiáveis: uma vez institucionalizados, ganham a feição de coisas dadas, imanentes. Porém, o que explica o equilíbrio é que os atores sociais transitam entre os territórios desempenhando múltiplos papéis. No intento de resolver os problemas relacionados ao território em que atuam, percebe-se uma tentativa desses indivíduos de querer "fazer parte do jogo", o que demonstra que, na essência, eles buscam aproximar-se do grupo majoritário e iniciar um processo de incorporação da ideologia dominante.
In this paper we analyze relations between territoriality and identity in organizational context, advancing in perspective of identity about what is distinctive, enduring and core in an organization. Our research was conduced in Central Market of Belo Horizonte (Brazil), place of multiple practices - like as bohemian, buyers, goer and tourist's ones - in which Minas Gerais'culture is presented in several nuances, an adequate research object because it permits observation of complex phenomena. Under a qualitative approach, 40 interviews were made with professionals from Central Market of Belo Horizonte to comprehend their vision about the space where they work. This material was analyzed through French discourse analysis. The coexistence of main aspects analyzed - distinctive (commerce), everlasting (church) and central (business office) - demonstrates conflicts as because there is a duplication of functions, as because in organizations there is a quotidian among different people, polarized for some groups that dominate and other who resist. These relationships equilibrate through movements of social actors in their territories around the argument of mutual survival. We have observed that shared beliefs, according Albert and Whetten (1985), also serve to explicit a kind of comprehension of space. And if this is basis idea, it is because it does not limited by purely concrete elements, once it incorporates symbolic point of view. Sharing a multiple practices space, this market has a conjunct of territories which oscillate between harmony and conflicts, once they are dynamyzed by colliding forces in defense of particular group's interests. Territories, however, in the same way collide, accommodate each other under same ideology, of mutual survival. The territories are not categorized hierarchically, but they have different roles in socially constructed reality. Theirs spaces are not static, either interchangeable: once institutionalized, they become taken for granted appearance, immanent ones. However, what explains balance is that social actors move between territories playing multiples roles. To solve problem related to territory in what they are, what we can notice is a trial of "be part of the game". It demonstrates that individual essentiality looks for get closer of hegemonic group, initiating an incorporation process of dominant ideology.
En este artículo nosotros analizamos las relaciones entre territorialidad y identidad en el contexto organizacional, un avance en la perspectiva de la identidad en cuanto a lo que es distintivo, eterno y central en una organización. Por lo tanto, el objeto de estudio es el Mercado Central de Belo Horizonte (Brasil), lugar de múltiples prácticas - como las de los bohemios, de los compradores, de los visitantes, de los turistas - donde la cultura de Minas Gerais viene en muchos tonos diferentes, un objeto adecuado, por lo tanto, para la observación de fenómenos complejos como los tratados aquí. Bajo un enfoque cualitativo, 40 entrevistas semi estructuradas se llevaron a cabo con los comerciantes del Mercado Central de Belo Horizonte, con el objetivo de entender su visión en este especio, material trabajado por el análisis francesa del discurso. De los aspectos principales - distintivo (el comercio), eterno (la iglesia) y central (la oficina comercial) - nosotros podríamos percibir esa coexistencia entre ellos, demuestrando los conflictos como porque hay una duplicación de funciones, como porque en las organizaciones hay un diario entre las personas diferentes, polarizó para algunos grupos que dominan y otros quién se resisten. Estas relaciones equilibran a través de los movimientos de actores sociales en sus territorios alrededor del argumento de supervivencia mutua. Se observó que las creencias compartidas que tienen los individuos de la identidad de una organización, de acuerdo con Albert y Whetten (1985), también se prestan a la comprensión explícita de un espacio determinado. El territorio, sin embargo, como si se debaten, si entenden bajo la misma ideología, la supervivencia mutua. Los territorios no están jerárquicamente clasificados, pero ejercen diferentes roles dentro de una realidad socialmente construida. Pero, qué explica el balance es que los actores sociales se mueven entre los territorios que juegan múltiples roles. En un intento por resolver los problemas en relación con el territorio en el que operan, lo que vemos es un intento de querer "ser parte del juego", lo que demuestra que el individuo busca, en esencia, aproximar a sí del grupo de la mayoría, iniciando un proceso de incorporación de la ideología dominante.