O objetivo foi compreender a relação entre habitação, saúde e qualidade de vida em um contexto de regeneração da habitação social, com base nas experiências e percepções de seus habitantes, investigando aqueles mecanismos que sustentam esta relação antes da regeneração, e aqueles elementos derivados da regeneração que se materializam em melhorias na qualidade de vida e potencialmente na saúde. Entre 1980 e os anos 2000, o Chile enfrentou um enorme déficit habitacional quantitativo através de uma política que proporcionou mais de 120.000 moradias sociais de baixo custo. Hoje, milhares apresentam graves problemas de habitabilidade, gerando consequências negativas para seus habitantes, sua saúde e bem-estar. Em busca de uma solução para a deterioração da habitação e seus bairros, o Ministério da Habitação e Urbanismo do Chile desenvolveu o Programa de Regeneração Habitacional. O projeto RUCAS procura avaliar os efeitos do programa sobre a saúde e o impacto de tais intervenções sobre populações vulneráveis na América Latina. São apresentados os resultados de 8 entrevistas e 2 grupos focais realizados em um complexo habitacional social no processo de intervenção em Viña del Mar. Usando análise discursiva de conteúdo, os resultados mostram que a má qualidade do material da habitação é percebida como prejudicial à saúde. A moradia regenerada, por outro lado, promove a recuperação e reapropriação dos espaços e seus usos, a sociabilidade, novas práticas saudáveis, sentimentos positivos e bem-estar psicológico, emergindo o componente psicossocial da relação das pessoas com sua moradia. Conclui-se que a regeneração habitacional tem o potencial de beneficiar a saúde física e mental tanto através de mecanismos diretos, decorrentes da materialidade renovada, como de mecanismos indiretos relacionados às práticas e experiências no espaço vivido.
El objetivo fue conocer el vínculo entre la vivienda, la salud y la calidad de vida en un contexto de regeneración de viviendas sociales, a partir de las experiencias y percepciones de sus habitantes, indagando en aquellos mecanismos que sostienen este vínculo antes de la regeneración, y en aquellos elementos derivados de la regeneración de la vivienda que se materializan en mejoras en la calidad de vida y potencialmente en la salud. Entre 1980 y los 2000, Chile enfrentó un masivo déficit cuantitativo de vivienda mediante una política que entregó más de 120.000 departamentos de vivienda social de bajo costo. Hoy en día, miles presentan severos problemas de habitabilidad, generando consecuencias negativas para sus habitantes, su salud y bienestar. Buscando dar solución al deterioro de la vivienda y el espacio público, el Ministerio de Vivienda y Urbanismo desarrolló el Programa de Regeneración de Conjuntos Habitacionales. El proyecto RUCAS busca evaluar los efectos del programa en la salud y evidenciar el impacto de intervenciones como éstas en poblaciones vulnerables en Latinoamérica. Se presentan resultados de 8 entrevistas y 2 grupos focales realizados en un conjunto de vivienda social en proceso de intervención en Viña del Mar. Usando análisis de contenido discursivo, los resultados muestran que la mala calidad material de la vivienda se percibe como dañino para la salud. La vivienda regenerada en tanto, promueve la recuperación y re-apropiación de los espacios y sus usos, la sociabilidad, nuevas prácticas saludables, sentimientos positivos y bienestar psicológico, emergiendo el componente psicosocial de la relación de las personas con su vivienda. Se concluye que la regeneración de la vivienda tiene el potencial de beneficiar a la salud física y mental por mecanismos tanto directos, devenidos de la materialidad renovada, como indirectos relacionados con las prácticas y experiencias en el espacio habitado.
The objective was to understand the link between housing, health and quality of life in a context of social housing regeneration, through the experiences and perceptions of its inhabitants, exploring the mechanisms that sustain this link before regeneration, and those elements derived from housing regeneration that result in improvements in quality of life and potentially in health. Between 1980 and the 2000s, Chile faced a massive quantitative housing deficit through a policy that delivered more than 120,000 low-cost social housing apartments. Today, thousands present severe habitability problems, generating negative consequences for their inhabitants, their health and well-being. Seeking to solve the deterioration of housing and neighborhoods, the Chilean Ministry of Housing and Urbanism developed the Housing Complex Regeneration Program. The RUCAS project seeks to evaluate the effects of the program on health and to assess the impact of interventions such as these on vulnerable populations in Latin America. We present results of 8 interviews and 2 focus groups conducted in a social housing complex in process of intervention in Viña del Mar. Using discursive content analysis, results show that the poor material quality of housing is perceived as harmful to health. Regenerated housing, on the other hand, promotes the recovery and re-appropriation of spaces and their uses, sociability, new healthy practices, positive feelings and psychological well-being, bringing to the fore the psychosocial component of people’s relationship with their house. It is concluded that housing regeneration has the potential to benefit physical and mental health through both direct mechanisms, derived from the renovated materiality, and indirect mechanisms related to the practices and experiences of the lived space.