RESUMEN El presente trabajo aborda el estudio de impacto ambiental de la central hidroeléctrica Porce III, construida en la década del 2000 en Colombia desde una perspectiva sociológica, específicamente en relación al manejo de los efectos sociales. Se entiende esa "gestión de lo social" como un dispositivo de gobierno, un arreglo de líneas de visibilidad, enunciación, poder y subjetivación, por medio del cual se orienta la conducta de las poblaciones reasentadas. Se aborda particularmente el primer conjunto de líneas. Los datos provienen tanto del análisis documental, como de la experiencia de trabajo profesional del investigador en el reasentamiento estudiado. La información sobre normativa existente, justificaciones de la empresa y sus financiadores, estudios ambientales y medidas de manejo fue sometida a un análisis interpretativo a la luz de las categorías provistas por el referente teórico. El trabajo permite identificar la construcción de una realidad determinada, definida y delimitada por los instrumentos, discursos y técnicas del estudio de impacto ambiental. Establecida esa realidad, las empresas la gestionan al tiempo que hacen viable el negocio de generación de energía. Se concluye que otras realidades con mayores niveles de democratización pueden ser construidas para regular las interacciones entre comunidades, empresas y Estado en la definición de las formas de apropiación territorial.
ABSTRACT The present work analyzes the environmental impact study of the Porce III hydroelectric power station, built in the 2000s in Colombia, from a sociological perspective, more specifically in relation to the social impacts' treatment. This "management of the social" is understood as a government apparatus: an arrangement of lines of visibility, enunciation, power, and subjectification by means of which the behavior of the resettled populations is oriented. The paper particularly approaches the first group of lines. The data came from both the documentary analysis and the professional work experience of the researcher in the studied resettlement. The researcher submitted the information on existing regulations, justifications of the company and its financiers, environmental studies and management measures to an interpretative analysis in light of the theoretical reference's categories. The study allows identifying that the construction, definition, and delimitation of a specific reality are brought about by means of instruments, discourses, and techniques of the environmental impact study. Once companies established that reality, they manage it while making viable the business of power generation. The research argues that other realities with higher levels of democratization can be constructed to regulate the interactions between communities, companies, and the State in defining forms of territorial appropriation.
RESUMO O presente trabalho aborda o estudo de impacto ambiental da central hidroelétrica Porce III, construída na década de 2000, na Colômbia, desde uma perspectiva sociológica; mais especificamente, em relação à gestão dos efeitos sociais. Entende-se essa "gestão do social" como um dispositivo de governo, um arreglo de linhas de visibilidade, enunciação, poder e subjetivação, por meio do qual se orienta a conduta das populações reassentadas. Aborda-se especificamente o primeiro conjunto de linhas. Os dados provêm tanto da análise documental, quanto da experiência de trabalho profissional do pesquisador no reassentamento estudado. A informação sobre: normativa existente, justificações da empresa -e seus financiadores-, estudos ambientais e medidas de gestão, é submetida a análise interpretativa à luz das categorias fornecidas pelo referente teórico. O trabalho permite identificar a construção de uma realidade específica, definida e delimitada pelos instrumentos, discursos e técnicas do estudo de impacto ambiental. Estabelecida essa realidade, as empresas a gerem ao mesmo tempo que fazem viável o negócio de geração de energia. Conclui-se que outras realidades, com maiores níveis de democratização, podem ser construídas para regular as interações entre comunidades empresas e Estado na definição das formas de apropriação territorial.