RESUMO Introdução: A flexibilidade corporal é um dos componentes da aptidão física relacionada com a saúde e desempenho físico. Esse componente tende a diminuir com o envelhecimento, sendo passível de modificação por treinamento específico; por outro lado, essas adaptações favoráveis tendem a desaparecer com destreinamento. Objetivo: Avaliar a influência do histórico de exercício físico e/ou participação desportiva competitiva na juventude sobre a flexibilidade corporal em adultos que foram pouco ativos ou sedentários nos últimos cinco anos. Métodos: Análise retrospectiva de 1.388 indivíduos avaliados entre 2012 e 2015. Após aplicação de critérios de exclusão, a amostra final incluiu 533 adultos (63,6% homens; 20-94 anos de idade) pouco ativos ou sedentários nos últimos cinco anos. Em uma breve entrevista foram obtidos os perfis de exercício físico na infância/adolescência (PEFIA) e nos últimos cinco anos de vida. Esses perfis foram agrupados em três categorias, em função da quantidade mínima de exercício recomendado para cada idade, como: abaixo, adequado ou acima. A flexibilidade foi avaliada pelo Flexiteste e o flexíndice (FLX) foi calculado - somatório dos resultados da mobilidade passiva de cada um dos 20 movimentos articulares medidos (escala de 0 a 4) -, que foi posteriormente ajustado por idade e sexo por percentis (P-FLX) (Araújo, 2008). Resultados: Homens e mulheres adultos fisicamente inativos nos últimos cinco anos tiveram P-FLX medianos, respectivamente, de 25 e 35. Quando classificados pelo PEFIA, não foram observadas diferenças entre homens (P=0,23) e mulheres (P=0,10) no P-FLX. Conclusão: A flexibilidade de adultos pouco ativos ou sedentários nos últimos cinco anos, quando avaliada pelo FLX, é inferior à prevista para a idade e não é influenciada pelo PEFIA, indicando que o sedentarismo recente é prejudicial à flexibilidade global e que um histórico de mais exercício e/ou esporte na juventude não parece prevenir essa deficiência.
ABSTRACT Introduction: Flexibility is one of the components of performance and health-related physical fitness. This component tends to decrease with aging, but can be modified through specific physical training; on the other hand, these favorable adaptations tend to disappear with detraining. Objective: To evaluate the influence of physical exercise and/or participation in competitive sports during childhood and adolescence on flexibility in adults who have been mostly inactive, or sedentary in the last five years. Methods: Retrospective analysis of 1,388 subjects evaluated between 2012 and 2015. After applying the exclusion criteria, the final sample comprised a total of 533 adults (63.6% men; 20-94 years old), mostly inactive or sedentary over the last five years. The childhood and youth physical exercise profile (CYPEP) and profile of exercise in the last five years were obtained in a brief interview. These data were classified into three categories, according to the minimum recommended exercise for the specific age group, into: below, adequate and above. Flexibility was assessed by the Flexitest, and the flexindex (FLX) was calculated, as the sum total of the results of passive mobility of each of the 20 joint movements measured (scale of 0 to 4); the FLX was then adjusted by age and sex reference percentiles (P-FLX) (Araújo, 2008). Results: Men and women who had been physically inactive for the last five years showed median P-FLX, respectively, of 25 and 35. Using the three CYPEP categories, there were no differences between men (P=.23) and women (P=.10) in P-FLX. Conclusion: When evaluated by the FLX, adults who had been mostly inactive, or sedentary in the last five years showed lower levels of flexibility compared to their age-reference values, which were not influenced by CYPEP, indicating that a recent sedentary lifestyle compromised overall flexibility, and that a more activity pattern of exercise and sports during youth is unable to prevent this deficiency.
RESUMEN Introducción: La flexibilidad es uno de los componentes de la aptitud física relacionada con la salud y el rendimiento físico. Este componente tiende a disminuir con la edad y puede ser modificado por el entrenamiento específico; por otra parte, estos ajustes favorables tienden a desaparecer con desentrenamiento. Objetivo: Evaluar la influencia de la historia de ejercicio físico y/o la participación en competencias deportivas en la juventud sobre la flexibilidad de los adultos menos activos o sedentarios en los últimos cinco años. Métodos: Análisis retrospectivo de 1.388 sujetos evaluados entre 2012 y 2015. Después de los criterios de exclusión, la muestra final fue de 533 adultos (63,6% hombres; 20-94 años) poco activos o sedentarios en los últimos cinco años. En una breve entrevista se obtuvieron perfiles de ejercicio físico en la infancia/adolescencia (PEFIA) y en los últimos cinco años. Estos perfiles se agruparon en tres categorías en función de la cantidad mínima de ejercicio recomendado para cada edad como: abajo, adecuada o arriba. La flexibilidad se evaluó mediante Flexitest y el flexindex (FLX) fue calculado mediante la adición de los resultados de la movilidad pasiva de cada uno de los 20 movimientos articulares medidos (escala de 0 a 4), que se ajustó posteriormente para la edad y el sexo en percentiles (P-FLX) (Araújo, 2008). Resultados: Hombres y mujeres adultos físicamente inactivos en los últimos cinco años tuvieron P-FLX medio, respectivamente, 25 y 35. Cuando se clasificaron por PEFIA, no hubo diferencias entre hombres (P = 0,23) y mujeres (P = 0,10) en P-FLX. Conclusión: La flexibilidad de adultos poco activos o sedentarios en los últimos cinco años, según FLX es menor de lo esperado para la edad y no está influenciada por el PEFIA, lo que indica que el reciente estilo de vida sedentario es perjudicial para la flexibilidad general y una historia de más ejercicio y/o deporte en la juventud no parece prevenir esta deficiencia.