Resumen Uno de los puntos centrales de la biomedicina actual reside en analizar la relación entre características clínicas, diferencias poblacionales y heredabilidad. En los enfoques originados en Estados Unidos esa relación se asocia en buena medida a la clasificación en razas humanas, respondiendo a una construcción sociohistórica que es diferente en otras partes del mundo. En esta investigación generamos un conjunto de datos que compila artículos publicados por investigadores argentinos del ámbito biomédico en revistas científicas nacionales e internacionales que utilicen el término “raza” como categoría poblacional y se relevaron las etiquetas utilizadas, su justificación y metodología entre otros aspectos. El objetivo fue analizar si hay diferencias en el uso de “raza” según los artículos sean publicados en revistas nacionales e internacionales. Las fuentes de información fueron el portal de Revistas de Acceso Libre de la Universidad Nacional de La Plata “Revistas Médicas Argentinas” y la base de datos PubMed®. El análisis de los artículos recopilados muestra que la conceptualización racial está prácticamente ausente en las publicaciones realizadas en revistas locales. Cuando está presente, lo hace en el apartado antecedentes, consignando su empleo en otros países. En cambio, en las publicaciones internacionales registramos numerosos trabajos con muestras argentinas clasificadas bajo categorías raciales. Éstas no fueron coincidentes, explicitadas ni fundamentadas, tampoco se explicaban los criterios de inclusión y frecuentemente no figuraba el origen de las muestras, dando una idea de falsa homogeneidad poblacional. Además, estas categorías fueron concebidas como excluyentes y las estimaciones acerca de la composición de la muestra mostraron valores muy dispares. La presión por adoptar criterios poco usuales en la cotidianeidad y el incentivo a integrar consorcios internacionales con gran poder de financiación deriva en desafíos epistemológicos y, potencialmente, en cuestiones de salud pública que deben ser atendidas.
Abstract One of the focal points of current biomedicine lies in analyzing the relationship between clinical characteristics, population differences and heritability. In approaches originating in the United States, this relationship is largely associated with the classification into human races, responding to a sociohistorical construction that is different in other parts of the world. In this research we generated a dataset that compiles articles published by Argentinean biomedical researchers in national and international scientific journals that use the term "race" as a population category and surveyed the labels used, their justification and methodology, among other aspects. The aim was to analyse if there are differences in the use of the term ‘race’ depending on whether the articles were published in national or international journals. The sources of information were the Open Access Journals portal of the Universidad Nacional de La Plata, “Revistas Médicas Argentinas”, and the PubMed®️ database. The analysis of the collected articles shows that racial conceptualisation is practically absent in publications in local journals. When it is present, it does so in the introduction section, mentioning its use in other countries. On the other hand, in international publications we recorded numerous studies with Argentinean samples classified under racial categories. These were not consistent, explicit or substantiated, nor were the inclusion criteria explained, and frequently the origin of the samples was not stated, giving the idea of a false homogeneity of the population. Furthermore, these categories have been conceived of as exclusive and estimates of sample composition had widely differing values. The pressure to adopt unusual criteria in everyday life and the incentive to join international consortia with high funding power leads to epistemological challenges and, potentially, public health issues that need to be addressed.
Resumo Uma das questões centrais da biomedicina atual é a análise da relação entre características clínicas, diferenças populacionais e hereditariedade. Nas abordagens originárias dos Estados Unidos, esta relação está amplamente associada à classificação em raças humanas, respondendo a uma construção sócio-histórica que é diferente noutras partes do mundo. Nesta pesquisa geramos um conjunto de dados que compila artigos publicados por pesquisadores biomédicos argentinos em revistas científicas nacionais e internacionais que utilizam o termo "raça" como categoria populacional e levantamos os rótulos utilizados, sua justificativa e metodologia, entre outros aspectos. O objetivo foi analisar se há diferenças no uso de “raça”, dependendo de os artigos serem publicados em periódicos nacionais ou internacionais. As fontes de informação foram o portal de periódicos de acesso aberto da Universidad Nacional de La Plata “Revistas Médicas Argentinas” e o banco de dados PubMed®. A análise dos artigos recolhidos mostra que a concetualização racial está praticamente ausente nas publicações em revistas locais. Quando está presente, o faz na seção de histórico, mencionando seu uso em outros países. Por outro lado, nas publicações internacionais registámos inúmeros trabalhos com amostras argentinas classificadas em categorias raciais. Estas não eram consistentes, explícitas ou fundamentadas, nem os critérios de inclusão eram explicados, e frequentemente a origem das amostras não era indicada, dando a ideia de uma falsa homogeneidade da população. Para além disso, estas categorias foram concebidas como exclusivas e as estimativas da composição da amostra tiveram valores muito diferentes. A pressão para adotar critérios invulgares na vida quotidiana e o incentivo para aderir a consórcios internacionais com elevado poder de financiamento conduzem a desafios epistemológicos e, potencialmente, a questões de saúde pública que têm de ser abordadas.