OBJETIVO: Avaliar a prevalência de infecção por Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) em mulheres candidatas ao tratamento tópico e de fertilização in vitro (FIV) em serviço público de referência da Região Sudeste do Brasil. MÉTODOS: Mulheres que tiveram indicação de FIV, no período de 1º de abril de 2008 a 31 de outubro de 2009, foram admitidas sequencialmente no estudo. Foi aplicado um questionário sobre antecedentes ginecológicos e obstétricos e coletada amostra de swab endocervical para pesquisa de CT e NG através de captura híbrida e PCR. As variáveis estudadas foram: faixa etária, cor, escolaridade, tempo de infertilidade, número de gestações e filhos vivos, antecedentes de aborto, gestação ectópica, número de parceiros, Doença Inflamatória Pélvica (DIP), cirurgia pélvica, manipulação de cavidade uterina, tabagismo e uso de drogas ilícitas. As mulheres foram distribuídas segundo presença ou não de infecção por clamídia e a análise foi descritiva. RESULTADOS: Entre as 176 mulheres estudadas a prevalência de infecção por CT foi de 1,1%, não houve infecção por NG. Dois terços das mulheres tinham idade >30 anos, escolaridade >8 anos, <5 anos de infertilidade e 56,2% não tinham filhos. Os principais antecedentes foram cirurgia pélvica (77,8%), manipulação de cavidade uterina (62,5%) e DIP (27,8%). O fator tubário foi o mais prevalente, em 129 mulheres (73,3%), 37,5% com e 35,8% sem laqueadura, os demais fatores tiveram prevalência <30%. CONCLUSÕES: As infecções por CT e NG tiveram baixa prevalência na amostra estudada e são necessários estudos em outros centros do país para confirmar a prevalência de infecções nesse grupo particular de mulheres inférteis.
PURPOSE: To evaluate the prevalence of Chlamydia trachomatis (CT) and Neisseria gonorrhoeae (NG) among women candidates to in vitro fertilization (IVF) in a reference public service in southeastern Brazil. METHODS: Women who were referred for IVF from April 1st, 2008 to December 31st, 2009 were enrolled sequentially in the study. A ginecological-obstetrical background questionnaire was applied and endocervical swab samples were obtained to search for CT and NG using hybrid capture and PCR. The variables studied were: age, color, education, duration of infertility, number of pregnancies and living children, history of miscarriage, ectopic pregnancy, number of sex partners, pelvic inflammatory disease (PID), pelvic surgery, manipulation of the uterine cavity, smoking, and illicit drug use. The women were distributed according to the presence/absence of confirmed chlamydia infection and descriptive analysis was employed. RESULTS: Among 176 women tested the prevalence of CT infection was 1.1% and there was no NG infection. Two thirds of the women were >30 years old, with schooling >8 years and <5 years of infertility, and 56.2% had no children. The main background data were pelvic surgery (77.8%), manipulation of the uterine cavity (62.5%) and PID (27.8%). The tubal factor was the most prevalent, 73.3% of women (from 129), 37.5% had been sterilized, 35.8% had not been sterilized, and other factors had a prevalence <30%. CONCLUSIONS: CT and NG infections had a low prevalence in this sample. Studies at other centers in the country are needed to confirm the prevalence of infection in this particular group of infertile women.