Resumen Presentada como disertación de maestría en la Universidad de Brasilia, la novela Um rio sem fim (1998), de Verenilde Pereira, además de cuestionar las fronteras que separan el discurso poético del académico-científico, logra construir un marco decolonial sobre el cual se asienta una posición de resistencia a las fantasías fundantes de la idea moderna de utopía que, cinco siglos después de la llegada de los primeros colonizadores, siguen vivas en la región amazónica brasileña. En la novela, el lector verá una misión salesiana instalada en el norte del estado de Amazonas, un lugar que, comandado por un obispo italiano, pone al desnudo lo que muchos pueden desconocer o prefieren ignorar: en algunas partes de Brasil, aún sobreviven fantasías del Nuevo Mundo, sostenidas en ideales de modelos y racionalidades civilizatorias basadas en una perspectiva etnocéntrica. Sabiendo que tales fantasías están en la raíz del sentido moderno de la utopía, y conscientes de que la relación entre individuos y espacios es fundamental para la comprensión de las subjetividades y relaciones sociales en la construcción literaria, nos parece sugerente y fructífero observar y discutir la forma en que se articula el término utopía en Um rio sem fim a partir de las ramificaciones originadas en los deslizamientos propuestos por Thomas Morus entre la eutopía, “el lugar donde todo está bien”, y outopia, el “no lugar” (del griego ou = no + topos = lugar). Nos valemos de reflexiones que parten de una antropología del devenir, en articulación con los conceptos de testimonio y decolonialidad. Brasilia 1998, 1998 , (1998) Pereira académicocientífico, académicocientífico académico científico, científico académico-científico colonizadores brasileña Amazonas italiano ignorar Brasil Mundo etnocéntrica literaria eutopía bien, bien bien” outopia lugar. . lugar) devenir decolonialidad 199 (1998 19 (199 1 (19 (1 (
Abstract Presented as a M.A dissertation at the University of Brasília (UnB), the novel Um rio sem fim (1998), by Verenilde Pereira, in addition to questioning the thresholds that separate the poetic from the academic-scientific discourse, manages to build a decolonial framework in which it establishes a position of resistance to the founding fantasies of the modern idea of utopia that, five centuries after the arrival of the first colonizers, still resist in the Brazilian Amazon region. In the novel, the reader comes across a Salesian mission settled in the north of Amazonas, a place that, commanded by an Italian bishop, reminds what many may be unaware of or prefer to ignore: in some parts of Brazil, fantasies of the New World still survive, supported by ideals of civilizing models and rationalities, both based on an ethnocentric perspective. Knowing that such fantasies are at the roots of the modern sense of utopia, and aware that the relationship between individuals and spaces is fundamental for the understanding of subjectivities and social relations shown in literary construction, it seems to be instigating and fruitful to observe the way in which the term utopia is articulated in Um rio sem fim from the displacement proposed by Thomas Morus, between eutopia, “the place where everything is ok”, and outopia, the “non-place” (Gk ou = not + topos = place). In order to do so, we draw on an anthropology of becoming in conjunction with the concepts of testimony and decoloniality. MA M A UnB, UnB , (UnB) 1998, 1998 (1998) Pereira academicscientific academic scientific discourse colonizers region Amazonas bishop ignore Brazil survive rationalities perspective construction Morus eutopia ok, ok ok” outopia nonplace non “non-place Gk place. . place) so decoloniality (UnB 199 (1998 19 (199 1 (19 (1 (
Resumo Apresentado como parte de uma dissertação de mestrado da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, o romance Um rio sem fim (1998), de Verenilde Pereira, para além de colocar em xeque as fronteiras que apartam o poético do discurso acadêmico-científico, logra construir um arcabouço decolonial sobre o qual se assenta uma posição de resistência às fantasias fundadoras da moderna ideia de utopia que, passados cinco séculos desde a chegada dos primeiros colonizadores, seguem vivas na região da Amazônia brasileira. No romance, o leitor depara com uma missão salesiana instalada no norte do estado do Amazonas, local que, comandado por um bispo italiano, vem a desnudar o que muitos talvez desconheçam ou prefiram ignorar: em algumas partes do Brasil ainda sobrevivem fantasias do Novo Mundo, sustentadas por ideais de modelos civilizatórios e racionalidades fundadas na perspectiva etnocêntrica. Sabendo que tais fantasias estão na raiz do sentido moderno de utopia e que a relação entre indivíduos e espaços é fundamental para a compreensão das subjetividades e relações sociais que se mostram na construção literária, parece-nos instigante e proveitoso observar e debater a maneira como o termo utopia se articula no interior de Um rio sem fim, com base nos desdobramentos originados nos deslizamentos propostos por Thomas Morus, entre eutopia, “o lugar onde tudo está bem”, e outopia, o “não lugar” (ou = não + topos = lugar). Para tanto, lançamos mão de reflexões amparadas em uma antropologia do devir, em articulação com os conceitos de testemunho e decolonialidade. Brasília 1998, 1998 , (1998) Pereira acadêmicocientífico, acadêmicocientífico acadêmico científico, científico acadêmico-científico colonizadores brasileira Amazonas italiano ignorar Mundo etnocêntrica literária parecenos parece Morus eutopia bem, bem bem” outopia lugar. . lugar) tanto devir decolonialidade 199 (1998 19 (199 1 (19 (1 (