Resumen: Mediante un estudio etnográfico de la política de reparación a víctimas en Colombia, el artículo estudia los procesos de producción de conocimiento experto a lo largo de diferentes escalas y disputas de las burocracias humanitarias en Colombia. Estas emergen del despliegue institucional de paradigmas de desarrollo y construcción de paz, por lo menos desde 1982, con la creación del Plan Nacional de Rehabilitación (PNR), la Red de Solidaridad Social (RSS) en 1994, la Agencia Presidencial de Acción Social y Cooperación Internacional en 2002 y el Departamento de Prosperidad Social (DPS) en 2011. Con el proceso de sometimiento de algunos grupos paramilitares en 2006 (Ley de Justicia y Paz), la Ley de Víctimas y Restitución de Tierras en 2011 y los acuerdos de paz con la guerrilla de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia - Ejército del Pueblo (FARC-EP) en 2016, proliferaron instituciones transicionales asociadas a la verdad, la justicia y la reparación, y con ellas, burocracias y experticias específicas. De esta manera, el artículo explora, en particular, las tensiones técnicas y políticas entre diferentes configuraciones profesionales e ideológicas asociadas a la implementación de la política de reparación y cómo estas disputas son esenciales para entender las dimensiones morales e ideológicas del humanitarismo y el desarrollo en Colombia. Además, se estudia el rol de las agencias de cooperación en el fortalecimiento interinstitucional como una dimensión específica de la formación del Estado colombiano. Estas articulaciones configuran una economía moral del humanitarismo que se caracteriza por el experimentalismo institucional y la formulación de proyectos sociales, expectativas, planes e ideas que nunca alcanzan el estatus de haberse realizado, lo que despoja a dichas políticas de cualquier potencial transformador o emancipador. De este modo, desde una perspectiva etnográfica, el artículo da cuenta de las tensiones tecno-políticas de las burocracias humanitarias en escalas medias de estructuras institucionales regionales, nacionales y globales.
Abstract: Through an ethnographic study of the policy of reparation to victims in Colombia, this article examines the processes of the production of expert knowledge along different scales and disputes of humanitarian bureaucracies in Colombia. These emerge from the institutional deployment of development and peacebuilding paradigms, at least since 1982, with the creation of the National Rehabilitation Plan (PNR), the Social Solidarity Network (RSS) in 1994, the Presidential Agency for Social Action and International Cooperation in 2002, and the Department of Social Prosperity (DPS) in 2011. With the subjugation of some paramilitary groups in 2006 (Justice and Peace Law), the Victims and Land Restitution Law in 2011, and the peace agreements with the Revolutionary Armed Forces of Colombia - People’s Army (FARC-EP) guerrillas in 2016, transitional institutions associated with truth, justice, and reparation proliferated, and with them, specific bureaucracies and expertise. Thus, the article specifically examines the technical and political tensions between different professional and ideological configurations associated with the implementation of reparations policy and how these disputes are essential to understanding the moral and ideological dimensions of humanitarianism and development in Colombia. It also studies the role of cooperation agencies in inter-institutional strengthening as a specific dimension of the formation of the Colombian State. These articulations configure a moral economy of humanitarianism characterized by institutional experimentalism and the formulation of social projects, expectations, plans, and ideas that never reach the status of having been realized. This strips such policies of any transformative or emancipatory potential. Thus, from an ethnographic perspective, the article provides an account of the techno-political tensions of humanitarian bureaucracies at the middle scales of regional, national, and global institutional structures.
Resumo: A partir de um estudo etnográfico da política de reparação a vítimas na Colômbia, este artigo estuda os processos de produção de conhecimento especializado ao longo de diferentes escalas e disputas das burocracias humanitárias nesse país. Estas emergem do desenvolvimento institucional de paradigmas de desenvolvimento e construção de paz, pelo menos desde 1982, com a criação do Plano Nacional de Reabilitação (PNR), da Rede de Solidariedade Social (RSS) em 1994, da Agência Presidencial de Ação Social e Cooperação Internacional em 2002 e do Departamento de Prosperidade Social (DPS) em 2011. Com o processo de submissão de alguns grupos paramilitares em 2006 (Lei de Justiça e Paz), a Lei de Vítimas e Restituição de Terras em 2011 e os acordos de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo (FARC-EP) em 2016, proliferaram instituições de transição associadas à verdade, à justiça e à reparação, e, com elas, burocracias e especialidades. Dessa maneira, este artigo explora, em particular, as tensões técnicas e políticas entre diferentes configurações profissionais e ideológicas associadas à implementação da política de reparação e como essas disputas são essenciais para entender as dimensões morais e ideológicas do humanitarismo e do desenvolvimento na Colômbia. Além disso, é estudado o papel das agências de cooperação no fortalecimento interinstitucional como uma dimensão específica da formação do Estado colombiano. Essas articulações configuram uma economia moral do humanitarismo que é caracterizada pelo experimentalismo institucional e pela formulação de projetos sociais, expectativas, planos e ideias que nunca se realizam, o que despoja essas políticas de qualquer potencial transformador ou emancipador. Desse modo, de uma perspectiva etnográfica, este texto evidencia as tensões técnico-políticas das burocracias humanitárias em escalas médias de estruturas institucionais regionais, nacionais e globais.