Resumo Introdução: Drogas psicoativas constituem um fator de risco para trauma grave, pois alteram o comportamento e o nível de consciência. Objetivo: Determinar a prevalência de pacientes gravemente traumatizados expostos a cocaína e cannabis, avaliar o perfil epidemiológico e comparar os resultados com base no uso dessas substâncias. Metodologia: Estudo observacional prospectivo realizado ao longo de 12 meses entre maio de 2021 e abril de 2022 na unidade de terapia intensiva do Hospital Maciel. Pacientes gravemente traumatizados admitidos na UTI foram submetidos à detecção qualitativa de metabólitos de cocaína e cannabis na urina. Resultados: Um total de 111 pacientes foram incluídos, 89% eram homens, idade média (± desvio padrão) de 32 ± 11 anos, Simplified Acute Physiology Score (SAPS III) de 43 ± 14, Injury Severity Score (ISS) de 26 ± 16, mortalidade de 10 (9%). O consumo de cocaína foi detectado em 62 (55,9%) pacientes, cannabis em 72 (64,9%), e ambos em 42 (37,8%). Pacientes com resultado positivo no rastreamento eram mais jovens (30,5 ± 9,4 vs. 40,6 ± 16,7; p < 0,02) e predominantemente do sexo masculino (86% vs. 58%; p = 0,02). Não foram encontradas diferenças significativas em relação à mortalidade, necessidade ou duração da ventilação mecânica e tempo de internação na UTI. Um despertar agitado foi observado entre os usuários (53,3% vs. 36,8%), autoextubação (13,3% vs. 7,7%), falha na extubação (4,8% vs. 0%) e reintubação (12% vs. 0%), com diferenças estatisticamente não significativas. Conclusões: A prevalência de consumo de cocaína e cannabis entre pacientes traumatizados admitidos em nossa unidade de terapia intensiva é elevada. O perfil epidemiológico corresponde a pacientes jovens do sexo masculino. Não houve aumento da mortalidade, complicações ou prolongamento da estadia na UTI observados.
Resumen Introducción: Las drogas psicoactivas constituyen un factor de riesgo para traumatismos graves ya que alteran el comportamiento y el nivel de conciencia. Objetivo: Conocer la prevalencia de traumatizados graves expuestos a cocaína y cannabis, perfil epidemiológico y comparar resultados según presencia de consumo. Metodología: Estudio observacional prospectivo realizado durante 12 meses entre mayo 2021 y abril 2022 en la unidad de cuidados intensivos del Hospital Maciel. Se incluyeron traumatizados graves ingresados a terapia intensiva en los cuales se realizó detección cualitativa de metabolitos de cocaína y cannabis en orina. Resultados: Se incluyeron 111 pacientes, 89% hombres, edad (media ± desvío) 32 ±11 años, Simplified Acute Physiology Score (SAPS III) 43 ±14, Injury Severity Score (ISS) 26 ±16, mortalidad 10 (9%). Se detectó consumo de cocaína en 62 (55,9%), cannabis en 72 (64,9%) y en 42 (37,8%) para ambas. Pacientes con screening positivo fueron más jóvenes (30,5 ±9,4 vs 40,6 ±16,7; p <0,02) y predominantemente hombres (86% vs 58%; p= 0,02). No se hallaron diferencias significativas con relación a mortalidad, necesidad o duración de ventilación mecánica y estadía. El despertar excitado en consumidores fue (53,3% vs 36,8%), la autoextubación (13,3% vs 7,7%), extubación fallida (4,8% vs 0%) y reintubación (12% vs 0%), diferencias estadísticamente no significativas. Conclusiones: La prevalencia de consumo de cocaína y cannabis en pacientes traumatizados que ingresaron a nuestra unidad de medicina intensiva es elevada. El perfil epidemiológico corresponde a pacientes jóvenes, de sexo masculino. No se encontró mayor mortalidad, complicaciones o mayor estadía en terapia intensiva.
Abstract Introduction: Psychoactive drugs constitute a risk factor for severe trauma as they alter behavior and consciousness levels. Objective: To determine the prevalence of severely traumatized patients exposed to cocaine and cannabis, assess the epidemiological profile, and compare outcomes based on substance use. Methodology: Prospective observational study conducted over 12 months between May 2021 and April 2022 in the intensive care unit of Hospital Maciel. Severely traumatized patients admitted to intensive care underwent qualitative detection of cocaine and cannabis metabolites in urine. Results: A total of 111 patients were included, 89% were male, mean age (± standard deviation) 32 ± 11 years, Simplified Acute Physiology Score (SAPS III) 43 ± 14, Injury Severity Score (ISS) 26 ± 16, mortality 10 (9%). Cocaine use was detected in 62 (55,9%) patients, cannabis in 72 (64,9%), and both in 42 (37,8%). Patients with positive screening were younger (30,5 ± 9,4 vs. 40,6 ± 16,7; p < 0,02) and predominantly male (86% vs. 58%; p = 0,02). No significant differences were found in terms of mortality, need or duration of mechanical ventilation, and ICU length of stay. Agitated awakening was observed in users (53,3% vs. 36,8%), self-extubation (13,3% vs. 7,7%), failed extubation (4,8% vs. 0%), and reintubation (12% vs. 0%), with statistically non-significant differences. Conclusions: The prevalence of cocaine and cannabis use among traumatized patients admitted to our intensive care unit is high. The epidemiological profile corresponds to young male patients. There was no increased mortality, complications, or prolonged ICU stay observed.