Resumen Los niños de zonas rurales se han enfrentado históricamente a severas desventajas tanto en el ámbito educativo como en el digital. La pandemia de COVID-19 ha sido un recordatorio de las barreras que deben sortear debido a la inestable señal de internet, carencias de dispositivos y habilidades digitales. Por ello este trabajo discute el concepto de nativos digitales, es decir, la creencia de que los menores de edad, independiente de sus circunstancias, gozan de habilidades digitales que les permite hacer uso de internet sin necesidad de guías o instrucción previa. Desde una perspectiva cualitativa se analizan discursos y construcciones sociales sobre el rol de internet en la vida diaria a niños de entre 11 y 12 años, a través de la entrevista en tríadas a los menores, sus madres y profesores jefes, además de los directivos de escuelas en cuatro localidades rurales en Chile durante el segundo año de la pandemia. Los principales hallazgos muestran que, a pesar de ser parte de un grupo desfavorecido y la precariedad de la conexión a internet, todos los participantes tienen acceso a teléfonos inteligentes desde una edad temprana. No obstante, los adultos de su entorno educativo tienden a coincidir que el escaso desarrollo de habilidades digitales obstaculiza su proceso de aprendizaje remoto, a pesar de que los niños presentan confianza en el uso de dispositivos.
Abstract Rural children have historically faced severe disadvantages in both educational and digital settings. Moreover, the COVID-19 pandemic has been a reminder of the barriers they must overcome due to unstable internet signals, lack of devices, and digital skills. For this reason, this paper discusses the concept of digital natives: the belief that minors, regardless of their circumstances, have digital skills that allow them to use the Internet without the need for guides or prior instruction. From a qualitative perspective, discourses and social constructions on the role of the Internet in daily life are analyzed for children between 11 and 12 years of age through interviews in triads with the minors, their mothers, and head teachers, as well as school directors in four rural localities in Chile. The main findings show that despite being part of a disadvantaged group and the precariousness of the Internet connection, all the participants have access to smartphones from an early age. However, adults in their educational environment tend to agree that the poor development of digital skills hinders their remote learning process, even though children are confident in using devices.
Resumo Historicamente, as crianças rurais enfrentaram graves desvantagens em ambientes educacionais e digitais. A pandemia do COVID-19 tem sido um lembrete das barreiras que devem ser superadas devido ao sinal instável da internet, falta de dispositivos e habilidades digitais. Por isso, este trabalho discute o conceito de nativos digitais, ou seja, a crença de que os menores, independentemente de suas circunstâncias, possuem habilidades digitais que lhes permitem utilizar a Internet sem a necessidade de guias ou instrução prévia. A partir de uma perspectiva qualitativa, são analisados discursos e construções sociais sobre o papel da Internet no cotidiano de crianças de 11 a 12 anos, por meio de entrevistas em tríades com os menores, suas mães e professores chefes, além de diretores de escola em quatro localidades rurais do Chile. Os principais achados mostram que apesar de fazerem parte de um grupo desfavorecido e da precariedade da conexão com a Internet, todos os participantes têm acesso a smartphones desde cedo. No entanto, os adultos em seu ambiente educacional tendem a concordar que o fraco desenvolvimento das habilidades digitais dificulta seu processo de aprendizagem à distância, apesar de as crianças estarem confiantes no uso dos dispositivos.