Abstract: In recent years, anger has emerged as a crucial category for analyzing contemporary political phenomena such as democratic elections, protests, collective violence, social movements, and crises of institutional representation. However, it has also become a vague or empty signifier among commentators and journalists trying to describe these events. This article begins with a brief philosophical overview of anger, tracing its evolution from Greco-Roman antiquity to the French Revolution. This historical journey sets the stage for the second part, where the article proposes a conceptualization of political anger through three contemporary shifts: first, a shift toward a realistic understanding that diminishes the relevance of the negationist perspective rooted in ancient and Enlightenment moral, philosophical, and theological views; second, a shift toward a collective and political dimension that has overshadowed individual ethical or religious interpretations; and third, a shift toward the ethical and moral legitimization of anger. For political anger to transcend its status as an empty signifier, as has often happened in Western public debate since 2016, it must be conceptualized as an emotion that is explanatory-identifying the passionate motivation or justice-driven response behind countless recent political phenomena-political-recognizing the latent presence of thymos in various contemporary expressions-and comparative-considering historical, geographical, national contexts and related emotions like hatred and resentment. The ways in which anger is used, abused, expressed, and represented are shaped by the contexts, actors, and causes in which it is experienced as a potentially explosive passion.
Resumen: En los últimos años, la ira ha devenido en categoría de análisis de fenómenos políticos contemporáneos, como elecciones democráticas, protestas, violencia colectiva, movimientos sociales y crisis de la representación institucional, pero se ha convertido en tópico o significante vacío entre comentaristas y periodistas para describirlos. En la primera parte, el artículo formula una breve descripción filosófica de la ira desde la Antigüedad grecolatina hasta la Revolución Francesa. Este recorrido es el preámbulo de la segunda parte, donde se propone una conceptualización de la ira política a partir de tres giros contemporáneos: primero, hacia una concepción realista, que lleva a que la corriente negacionista -caracterizada por las perspectivas morales filosóficas y teológicas antiguas e ilustradas- pierda relevancia; segundo, hacia una dimensión colectiva y política que se ha impuesto sobre una lectura personal ética o religiosa; y tercero, hacia su legitimación ética y moral. Para que la ira política deje de ser un significante vacío como ha ocurrido en el debate público occidental desde 2016, su conceptualización como emoción debe ser explicativa -identificando la motivación pasional o respuesta justiciera en incontables fenómenos políticos recientes-, política -reconociendo el carácter latente del thymos en las múltiples expresiones contemporáneas- y comparativa -en términos históricos, geográficos, nacionales y con emociones afines como el odio y el resentimiento-, pues sus usos, abusos, expresiones y representaciones están condicionadas por los contextos, los actores y las causas donde la ira se experimenta como una pasión potencialmente explosiva.
Resumo: Nos últimos anos, a ira se tornou categoria de análise de fenômenos políticos contemporâneos, como eleições democráticas, protestos, violência coletiva, movimentos sociais e crises de representação institucional, mas se tornou um tópico ou significante vazio entre comentaristas e jornalistas para descrevê-los. Na primeira parte, o artigo formula uma breve descrição filosófica da ira desde a Antiguidade greco-latina até a Revolução Francesa. Esse é o preâmbulo da segunda parte, que propõe uma conceitualização da ira política com base em três mudanças contemporâneas: primeira, em direção a uma concepção realista, que leva a corrente negacionista - caracterizada por perspectivas morais filosóficas e teológicas antigas e iluminadas - a perder sua relevância; segunda, em direção a uma dimensão coletiva e política que foi imposta a uma leitura pessoal ética ou religiosa; e terceira, em direção à sua legitimação ética e moral. Para que a ira política deixe de ser um significante vazio, como tem sido no debate público ocidental desde 2016, sua conceituação como emoção deve ser explicativa - identificando a motivação passional ou a resposta justa em inúmeros fenômenos políticos recentes -, política - reconhecendo a natureza latente do thymos em múltiplas expressões contemporâneas - e comparativa - em termos históricos, geográficos, nacionais e com emoções relacionadas, como o ódio e o ressentimento -, já que seus usos, abusos, expressões e representações são condicionados pelos contextos, pelos atores e pelas causas em que a ira é vivenciada como uma paixão potencialmente explosiva.