RESUMEN La modificación de la dialéctica que propone el planteamiento de Adorno despliega una crítica inmanente del principio identificatorio que emerge del conflicto entre componente somático y concepto, entre lo idéntico y lo no idéntico. Ello resulta fundamental para comprender la dominación como segunda naturaleza en las formaciones económico-sociales modernas/coloniales. En este trabajo proponemos, en primer lugar, examinar críticamente las relaciones de alteridad que estructuran la experiencia de lo político al interior de la modernidad/colonialidad, y la configuración de la subjetividad en términos sociohistóricos. En segundo lugar, se explora, desde un abordaje decolonial del horizonte analítico de Adorno, la constelación de mecanismos ideológicos vinculados al principio identitario que se condensa en la alteridad colonial, y que, como exponemos en este análisis, convergen finalmente en una metafísica del exterminio, en donde lo particular resulta subsumido por lo universal, y, que se efectualiza como una matriz de dominación en la que se articulan la experiencia de lo abyecto y los procesos de estereotipia que vertebran la construcción simbólica y racial de América.

ABSTRACT The modification of dialectics proposed by Adorno's approach displays an immanent critique of the identifying principle that emerges from the conflict between the somatic component and the concept, between identity and non-identity. This is essential to understand domination as second nature in modern/colonial social economic formations. In this paper, we propose, first of all, to critically examine the relationships of alterity that structure the experience of the political within modernity/ coloniality, and the sociohistorical configuration of subjectivity. Secondly, from a decolonial approach to Adorno's analytical horizon, we explore the constellation of ideological mechanisms linked to the identity principle that are condensed in colonial alterity, and, that, as we expose in this analysis, finally converge in a metaphysics of extermination, where the particular is subsumed by the universal, which is carried out as a matrix of domination in which the experience of the abject and the stereotyping processes that structure the symbolic and racial construction of America are articulated.

Resumen: El objetivo principal de este trabajo fue contrastar dos perspectivas feministas en Relaciones Internacionales. La primera es una perspectiva interna de autoras británicas y estadounidenses, que buscan situar a las mujeres dentro del Sistema Internacional. La segunda es una perspectiva "forastera" de autoras latinoamericanas y decoloniales, que se centra en la condición de las mujeres a partir de las estructuras sociales que (re)producen la dominación masculina en la política internacional. En términos metodológicos, se trata de un análisis comparativo limitado a cuatro autoras representativas de la división geopolítica del conocimiento entre el norte y el sur globales. El trabajo destaca la complejidad que las diferentes epistemologías feministas aportan a los análisis de las RI y argumenta que la perspectiva decolonial con perspectiva feminista tiene el potencial de apoyar la superación de los límites de las aproximaciones feministas inside. Resumen Internacionales estadounidenses Internacional forastera "forastera decoloniales reproducen re producen internacional metodológicos globales inside

Resumo: O objetivo principal desse trabalho foi contrastar duas perspectivas feministas em Relações Internacionais. A primeira é uma abordagem interna de autoras britânicas e estadunidenses, que buscam situar as mulheres dentro do Sistema Internacional. A segunda é uma perspectiva "forasteira" de autoras latino-americanas e decoloniais, que se concentram na condição das mulheres a partir das estruturas sociais que (re)produzem a dominação masculina na política internacional. Em termos metodológicos, trata-se de uma análise comparativa limitada a quatro autoras representativas da divisão geopolítica do conhecimento entre o norte e o sul globais. O trabalho destaca a complexidade que as diferentes epistemologias feministas trazem para as análises das RI e argumenta que a abordagem decolonial com perspectiva feminista tem potencial para apoiar a superação dos limites das abordagens feministas inside. Resumo Internacionais estadunidenses Internacional forasteira "forasteira latinoamericanas latino americanas decoloniais reproduzem re produzem internacional metodológicos tratase trata globais inside

Abstract: The main objective of this paper was to contrast two feminist perspectives in International Relations. The first is an inside approach from British and American authors, who seek to situate women within the International System. The second is an "outsider" perspective from Latin American and decolonial authors, which focuses on the condition of women from the social structures that (re)produce male domination in international politics. In methodological terms, it is a comparative analysis limited to four authors representative of the geopolitical division of knowledge between the global north and south. The paper highlights the complexity that different feminist epistemologies bring to IR analyses and argues that the decolonial approach with a feminist perspective has the potential to support the overcoming of the limits of inside feminist approaches. Abstract Relations System outsider "outsider reproduce re produce politics terms south approaches

Abstract: With its signing of the Havana Peace Agreement in 2016, Colombia sought to end an armed conflict that had lasted more than sixty years and had left nearly nine million victims. The agreement led to the establishment of a transitional justice (TJ) framework, including the Commission for the Clarification of Truth, Coexistence, and Non-Repetition (CEV). This study identifies how the CEV incorporated the legacies of colonialism into its analytical framework. The research is based on in-depth interviews with twenty scholars specializing in colonialism and/or TJ, nineteen peacebuilders, informal conversations with CEV members, and a review of various volumes of the final report. The findings highlight that the commission adopted a long-term historical perspective, revisiting aspects of Spanish colonialism (including structural racism and the hacienda system as an institution of territorial, political, and economic order) as explanatory factors for the various forms of violence experienced during the armed conflict. Additionally, several volumes of the final report emphasize the ongoing impact of colonial legacies, viewing them more as continuities or “ruins,” using Stoler’s concept (2008). While the possibility of dismantling colonial legacies on a material level due to the CEV’s work is debated, its symbolic significance must be highlighted, especially in a context where the State had sought to erase the colonial past. This article contributes to the emerging literature that examines TJ from a decolonial perspective, providing an empirical analysis of the CEV in Colombia, which we believe can become a key reference for this field.

Resumo: Em 2016, com a assinatura do Acordo de Paz de Havana, a Colômbia procurou pôr fim a um conflito armado que durou mais de 60 anos e que deixou quase 9 milhões de vítimas. Como resultado do acordo, foi gerado um sistema de justiça de transição (JT), que incluiu a Comissão para o esclarecimento da verdade, do convívio e da não repetição (CEV). O objetivo deste estudo é identificar como a CEV incorporou os legados do colonialismo em sua estrutura de análise. A pesquisa baseia-se em entrevistas aprofundadas com 20 acadêmicos especializados em colonialismo e/ou JT e 19 construtores da paz, bem como em conversas informais com membros da CEV e na revisão de vários volumes do relatório final. A observação destaca que a comissão adotou uma perspectiva histórica de longo prazo, além de revisitar algumas facetas do colonialismo espanhol (incluindo o racismo estrutural e a fazenda como instituição de organização territorial, política e econômica) como fatores explicativos para as várias formas de violência sofridas no contexto do conflito armado. Além disso, vários volumes do relatório final enfatizam o efeito dos legados coloniais no presente, ou seja, a CEV os entende mais como continuidades ou “ruínas”, para usar o conceito de Stoler (2008). Embora a possibilidade de desarticular os legados coloniais em nível material como resultado do trabalho da CEV seja questionada, sua importância em nível simbólico deve ser enfatizada, em um contexto em que o Estado procurou apagar o passado colonial. Este artigo procura contribuir para a literatura emergente que examina a JT a partir de um quadro decolonial, com uma análise empírica da CEV na Colômbia, que, acreditamos, pode se tornar um caso de referência obrigatório para o campo.

Resumen: En 2016, con la firma del Acuerdo de Paz de La Habana, Colombia buscó poner fin a un conflicto armado de más de sesenta años de duración, que había dejado casi nueve millones de víctimas. Como resultado del acuerdo se generó un andamio de justicia transicional (JT), que incluyó la Comisión para el Esclarecimiento de la Verdad, la Convivencia y la No Repetición (CEV). El objetivo del estudio es identificar cómo la CEV incorporó los legados del colonialismo en su marco de análisis. La investigación se basa en entrevistas en profundidad realizadas a veinte académicos especialistas en el colonialismo y/o la JT, y diecinueve constructoras de paz, además de conversaciones informales con integrantes de la CEV y una revisión de diversos tomos del informe final. La observación resalta que la comisión tuvo una perspectiva histórica de larga duración, además de retomar algunas facetas del colonialismo español (incluyendo el racismo estructural y la hacienda como institución de ordenamiento territorial, político y económico), a modo de factores explicativos de las diversas violencias vividas en el marco del conflicto armado. Asimismo, en varios tomos del informe final se hace hincapié en el efecto de los legados coloniales en el presente; es decir, la CEV los comprende más como continuidades o “ruinas”, para emplear el concepto de Stoler (2008). Si bien se pone en tela de juicio la posibilidad de desarticulación de los legados coloniales en un plano material a raíz del trabajo de la CEV, se debe destacar su importancia en un plano simbólico, en un contexto en el que el Estado había buscado borrar el pasado colonial. Este artículo busca hacer un aporte a la literatura emergente que examina la JT desde un encuadre decolonial, con un análisis empírico de la CEV en Colombia que, consideramos, puede convertirse en caso de referencia obligatoria para este campo.

Historically, in patriarchal societies, women have been responsible for educating children and transmitting culture at various levels: linguistic, food, artistic and customs. In anti-colonial struggles, women are seen as fundamental to the consolidation of nationalist revolutions; however, their political and intellectual contributions are erased in official histories. This paper presents the action and international circulation of a group of Timorese women who, in exile in Portugal and Mozambique, developed a decolonial feminist pedagogy and represent an important layer for the transmission and circulation of knowledge, practices and wisdom. In contact with the cultural crossroads that exile forced, they generated new forms of struggle and political understanding for this group of women. In dialogue with decolonial theories, this paper is part of an ongoing doctoral research and proposes the perspective of a decolonial feminist pedagogy.

Historicamente, nas sociedades patriarcais, mulheres são responsáveis pela educação de crianças e transmissão cultural em diversos níveis: linguístico, alimentar, artístico e de costumes. Nos processos de luta anticolonial, mulheres são vistas como fundamentais para a consolidação revolucionária nacionalista, no entanto, suas contribuições políticas e intelectuais são apagadas nas histórias oficiais. Este trabalho apresenta a atuação e circulação internacional de um grupo de mulheres timorenses que, no exílio em Portugal e Moçambique, desenvolveram uma pedagogia feminista decolonial e representam uma camada importante para a transmissão e circulação de conhecimentos, práticas e saberes. Em contato com as encruzilhadas culturais que o exílio forçou, geraram novas formas de luta e compreensão política para este grupo de mulheres. Em diálogo com as teorias decoloniais, este trabalho é parte de pesquisa de doutorado em andamento e propõe a perspectiva de uma pedagogia decolonial feminista.

Summary: The article discusses, in a long historical period and prioritizing some Latin American countries, the relationships between the processes of elaboration and diffusion of racism; the processes of exclusion and socio-racial oppression, even in post-independence periods of organization of constitutional governments, as coloniality of power; and the democratizing/(dis)democratizing processes present in these interconnections. Through a global history approach and a decolonial perspective, the main objective is to reflect on the practice of racial division in education and demonstrate how, since its origins, the process of school diffusion was (dis) democratizing. As methodological procedures, documentary research in period works stands out, and conceptual dialogues with authors such as Quijano (2005) and Pacheco (2017), in addition to dialogue with education historians.

Resumen: El artículo analiza, en un largo período histórico y priorizando algunos países latinoamericanos, las relaciones entre los contextos de elaboración y difusión del racismo, los procesos de exclusión y opresión socio-racial, incluso en períodos de organización de gobiernos constitucionales posteriores a la independencia, como colonialidad del poder, y los procesos democratizadores/desdemocratizadores presentes en estas interconexiones. A través de un enfoque de historia global y una perspectiva decolonial, el objetivo principal es reflexionar sobre la práctica de la división racial en la educación y demostrar cómo, desde sus orígenes, el proceso de difusión escolar fue desdemocratizante. Como procedimientos metodológicos destacan la investigación documental en obras de época y los diálogos conceptuales con autores como Quijano (2005) y Pacheco (2017), además del diálogo con historiadores de la educación.

Resumo: O artigo discute, numa longa duração histórica e priorizando-se alguns países da América Latina, as relações entre os contextos de elaboração e difusão do racismo, os processos de exclusões e opressão sociorracial, mesmo nos períodos pós-independências de organização dos governos constitucionais, enquanto colonialidade do poder, e os processos democratizantes/desdemocratizantes presentes nessas interconexões. Por meio da abordagem da história global e da perspectiva decolonial, o objetivo principal é refletir sobre a prática da divisão racial da educação e demonstrar como, desde as suas origens, o processo de difusão da escola foi desdemocratizante. Como procedimentos metodológicos, destaca-se a investigação documental em obras de época, e a realização de diálogos conceituais com autores como Quijano (2005) e Pacheco (2017), além da interlocução com historiadores da educação.

RESUMEN En el presente texto, analizo las demandas que originan las revueltas populares del 18 de octubre de 2019, caracterizándolas como una impugnación contra la tríada colonialidad, patriarcado y neoliberalismo. Luego, indago en la relación de continuidad que existe entredicha impugnación y las actorías que se posicionan en los espacios abiertos como respuesta institucional a la crisis: la redacción de una nueva Constitución. Esta continuidad se plasma en un proceso constituyente que incluye las demandas antes referidas, mediante escaños reservados para los pueblos indígenas (colonialidad), paridad de género (patriarcado) y listas de independientes (neoliberalismo). Dicha continuidad desde el estallido social a la salida institucional, se verifica también en la figura de Elisa Loncón Antileo, elegida presidenta de la Convención constitucional, como un símbolo deesa tríada de dominación impugnada, en su condición de mujer mapuche de origen proletario y sin afiliación partidaria; un carácter simbólico que se refrenda en el discurso inaugural que brinda al ser electa. Por último, daré una mirada a las investigaciones en ciencias sociales que abordan la tríada en comento, como superposición de raza, clase, género y sexualidad, primero en la noción de interseccionalidad, y luego en las aportaciones del feminismo de colonial.

ABSTRACT In this text, I analyze the demands that originate the popular revolts of October 18, 2019, characterizing them as a challenge against the triad of coloniality, patriarchy and neoliberalism. Then, I inquire into the continuity relationship that exists between said challenge and the actors that position themselves in open spaces as an institutional response to the crisis: the drafting of a new Constitution. This continuity is reflected in a constituent process that includes the aforementioned demands, through reserved seats for indigenous peoples (coloniality), gender parity (patriarchy) and lists of independents (neoliberalism). Likewise, the transition between the social outbreak and the institutional exit makes it possible for the figure of Elisa Loncón Antileo, president of the Constitutional Convention, to emerge as a symbol of this contested triad of domination; This symbolic character of Loncíon is endorsed in the inaugural speech she gives when she is elected. Finally, I will take a look at the research in the social sciences and humanities that have reviewed the triad in question, from the perspective of the overlap of race, class, gender and sexuality, first from the notion of intersectionality, and then on the contributions of the decolonial feminism.

Resumen El texto propone una lectura del libro (de difícil clasificación, entre novela, autobiografía, biografía y etnografía) de la antropóloga brasileña Aparecida Vilaça, titulado Paletó y yo (2018). El mismo relata la relación afectiva, filial, con su «informante» indígena (del pueblo Wari’) conocido como Paletó, que vivió los primeros 30 años de su vida sin contacto con el mundo blanco. En las memorias de quien ella considera «su padre», Vilaça relata tanto las transformaciones que ha observado en la tribu a lo largo de 30 años como las peripecias de los viajes que Paletó hizo a Río de Janeiro y sus observaciones sobre la «gran ciudad». En la lectura propuesta, enfatizamos las diferencias entre la autopercepción de los Wari’ y cómo esta contrasta con la concepción occidental de identidad. Los Wari’se conciben en constante devenir y transformación, asumiendo el punto de vista del otro, inclusive del otro enemigo. Proponemos que esta cosmovisión pone en jaque no solo el concepto occidental de cultura —que supone una estabilidad— sino también nociones «decoloniales» como las de hibridez, mestizaje y síntesis. Así, en lugar de entender las identidades de forma substancial se las comprende como formas modales, que dependen de hábitos.

Abstract The text proposes a reading of the book (hard to classify, since it transits in‒between novel, autobiography, biography and ethnography) by Brazilian anthropologist Aparecida Vilaça, entitled Paletó and me (2018). It recounts the affective, filial relationship with her indigenous «informant» (who belongs to Wari' tribe) known as Paletó, who lived the first 30 years of his life without contact with the white man and the western culture. In her memoirs of whom she considers «her father», Vilaça recounts both the transformations she has observed in the tribe over the course of 30 years and the vicissitudes of Paletó's trips to Rio de Janeiro and his observations of the «big city». In this reading, we emphasize the differences between the Wari' self‒perception and the Western conception of identity. The Wari' conceive themselves as constantly becoming and transforming themseleves, assuming the point of view of the other, including the enemy’s. Instead of understanding identities substantively, they understand them as modal forms, that depend on habits which, in turn, are always changing. We propose that this worldview («cosmología») challenges not only the Western concept of culture —which relies on a certain stability of habits and identities— but also «decolonial» notions such as hybridity, «mestizaje» and synthesis.

ABSTRACT The hermeneutical turn in theology proposed by Claude Geffré strengthens creative interpretations and applications of the Christian message beyond all ecclesial boundaries. In Brazil, samba schools often create counter-hegemonic narratives inspired by the Bible. In the 2020 carnival, for example, the Estação Primeira de Mangueira Samba School chose the theme “The Truth will make you free”, that showed “Jesus of the people” in a decolonial way. Such a biblical interpretation breaks away from hegemonic cultural patterns and serves as inspiration for contextual theologies that welcome other subjects, other grammars of representation, and other places of annunciation, what can be seen as a novelty in Theology. The purpose of this article is to reflect, in an incipient way, on reading the bible from an inculturated, liberating and decolonial perspective. The dialogue between Geffré’s hermeneutical theology and decolonial thought, in the context of the Brazilian carnival, will guide our reflection. boundaries Brazil counterhegemonic counter Bible 202 carnival example free, free , free” Jesus people way subjects representation annunciation Theology reflect inculturated perspective Geffrés s thought reflection 20 2

RESUMO A virada hermenêutica da teologia sugerida por Claude Geffré revigora interpretações e aplicações criativas da mensagem cristã para além dos espaços eclesiais. No Brasil, escolas de samba, frequentemente, levam para o seu desfile uma palavra contra-hegemônica inspirada na Bíblia. Por exemplo, o enredo “Verdade vos fará livre” da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira (2020) apresentou o “Jesus da gente” de forma decolonial. A leitura bíblica feita pela Mangueira rompe com os padrões culturais hegemônicos e serve de inspiração para teologias contextuais acolhendo outros sujeitos, outra gramática e outros lugares de anunciação – o que pode ser uma novidade para a Teologia. O propósito desse artigo consiste em refletir, de modo incipiente, sobre a possibilidade de uma leitura bíblica decolonial inculturada e libertadora. O diálogo entre o pensamento decolonial e a teologia hermenêutica de Geffré, no contexto do carnaval brasileiro, compõe o nosso caminho de reflexão. eclesiais Brasil samba frequentemente contrahegemônica contra hegemônica Bíblia exemplo Verdade livre 2020 (2020 Jesus gente sujeitos Teologia refletir incipiente libertadora brasileiro reflexão 202 (202 20 (20 2 (2 (

Abstract We propose thinking of Angela Davis's intellectual legacy from a decolonial perspective. We point out that just as the fight for civil rights and the end of racial segregation in the United States helped to consolidate the Black movement in Brazil, the circulation of anti-colonial ideas during the struggles for the decolonization of African countries in the 1950s and 60s was crucial to the circulation of abolitionist ideas and anti-racist movements in the United States and abroad. We will analyze interchanges capable of pointing out "the recognition of multiple and heterogeneous colonial differences, as well as the multiple and heterogeneous reactions of populations and subjects subordinated to the coloniality of power" (Bernardino-Costa & Grosfoguel, 2016, p. 21). Our contribution seeks to analyze Davis as a public and militant intellectual through her images in film. Beyond considering Angela Davis's image in cinema as representation, we also analyze how her intellectual and political activities were involved with the flourishing of a new Black cinema in the United States. This paper analyzes films such as Child of Resistance (1973), Free Angela and All Political Prisoners (2015), and 13th (2016).

Resumo Propomos pensar o legado intelectual de Angela Davis a partir de uma perspectiva decolonial. Ressaltamos que, assim como a luta pelos direitos civis e o fim da segregação racial nos Estados Unidos ajudaram a consolidar o movimento negro no Brasil, a circulação de ideias anticoloniais durante as lutas pela descolonização dos países africanos, nas décadas de 1950 e 1960, foi crucial para a circulação de ideias abolicionistas e movimentos antirracistas nos Estados Unidos e no exterior. Analisaremos intercâmbios capazes de apontar "o reconhecimento de diferenças coloniais múltiplas e heterogêneas, bem como as reações múltiplas e heterogêneas de populações e sujeitos subordinados à colonialidade do poder" (Bernardino-Costa & Grosfoguel, 2016, p. 21). Nossa contribuição busca analisar Davis como uma intelectual militante por meio de suas imagens no cinema. Além de considerar a imagem de Angela Davis no cinema enquanto representação, também analisamos como suas atividades intelectuais e políticas estiveram envolvidas com o florescimento de um novo cinema negro nos Estados Unidos. Este artigo analisa filmes como Child of Resistance (Filho da Resistência; 1973), Free Angela and All Political Prisoners (Libertem Angela e Todos os Presos Políticos; 2015) e 13th (2016).

Abstract Objective: Offer a methodological proposal for the critical analysis of historical discourse (CAHD) from an interdisciplinary perspective. Originality/contributions: The integration in the analytical-interpretative horizon of theoretical and methodological principles of critical discourse analysis with decolonial studies and Bakhtin’s hermeneutics in the analytical-interpretive horizon regarding the conception and representation of socio-cultural actors in historical discourse. Method: Based on the socio-cognitive, semiotic and historical approaches of critical discourse studies, the analysis is carried out in three phases: nomi- nalization, predication and argumentation schemes that justify the conception and representation of socio-cultural actors.Data collection strategies: Ten chronicles on the “Discovery” and “Conquest" of the “New World” were taken; for the study of textual data the tools Nvivo, T-LAB 7.5 were used. Conclusions: The integration of critical discourse studies (CDS) with decolonial studies (DE) and Bakhtins hermeneutics (BH) enables a critical understanding that overcomes the predominant Eurocentric conceptions of the historical discourse on the facts related to the “Discovery” and the “Conquest” of the “New World”.

Resumo Objetivo: Oferecer uma proposta metodológica para a análise crítica do discurso histórico (CDAH) a partir de uma perspectiva interdisciplinar. Originalidade: A integração no horizonte analítico-interpretativo dos princípios teóricos e metodológicos da análise crítica do discurso com os estudos decoloniais e a hermenêutica de Bakhtin em torno da concepção e representação dos atores socioculturais no discurso histórico. Método: Com base nas abordagens sociocognitiva, semiótica e histórica dos estudos críticos do discurso, a análise é realizada em três fases: nominal- ização, predicação e esquemas argumentativos que justificam a concepção e a representação dos atores socioculturais. Método e estratégias/ coleta de datos: A foram utilizadas dez crônicas sobre a “Descoberta” e a “Conquista” do Novo Mundo; e para o exame dos dados textuais foram usadas as ferramentas Nvivo, T-LAB 7.5. Conclusões: a integração dos estudos críticos do discurso (ECD) com os estudos decoloniais (ED) e a hermenêutica de Bakhtin (HB) permite uma compreensão crítica que supera as concepções eurocêntricas predominantes do discurso histórico sobre os fatos relacionados à “descoberta” e à “conquista” do Novo Mundo.

Resumen Objetivo: ofrecer una propuesta metodológica para el análisis crítico del discurso histórico (ACDH) desde una perspectiva interdisciplinar. Originalidad: la integración en el horizonte analítico-interpretativo de principios teóricos y metodológicos del análisis crítico del discurso con los estudios decoloniales y la hermenéutica de Bajtín sobre la concepción y representación de los actores socioculturales en el discurso histórico. Método: con base en los enfoques sociocognitivo, semiótico e histórico de los estudios críticos del discurso se realiza el análisis en tres fases: nomina- lización, predicación y esquemas argumentativos que justifican la concepción y representación de los actores socioculturales. Estrategias de recolección de la información: se tomaron diez crónicas sobre el “Descubrimiento" y la “Conquista” del “Nuevo Mundo"; y para el examen de los datos textuales se usaron las herramientas Nvivo, T-LAB 7.5. Conclusiones: la integración de los estudios críticos del discurso (ECD) con los estudios decoloniales (ED) y la hermenéutica de Bajtín (HB) posibilitan una comprensión critica que supera las concepciones eurocéntricas predominantes del discurso histórico sobre los hechos relacionados con el “Descubrimiento" 112 y la “Conquista" del “Nuevo Mundo".

Abstract Creating a new awareness of the environmental crisis has been on the agendas, either directly or indirectly, of many social actors and media products. These include films and videos focusing on environmental issues, given the current important role of audiovisual culture. Against this backdrop, this paper focuses on the Latin American documentaries Hija de la Laguna (Daughter of the Lake; 2015) and A Mãe de Todas as Lutas (The Mother of all Fights; 2021), with the aim of discussing their possible contributions to a broader perception of climate action. Based on a film analysis centred on the protagonists, the aesthetic and stylistic choices of each work, we look into how the narratives of the two documentaries intertwine information and subjective knowledge, the individual and the collective, the local and the global, personal memory and public archives, among other argumentative markers. These categorisations are compared to the decolonial perspective, which is taken up in the text in a broad way, that is in the dialogue with authors who embody the struggles of indigenous and/or marginalised people into decolonial theory. Among the results found, we highlight that the documentaries establish counternarratives that allow us to identify the emergence of female protagonism in the struggles for land and water ownership, the critical stance towards extractivism (and neo-extractivism) and lingering ethnic-racial prejudice. Also worth noting in both films, the documentary language values the subject, without failing to link them with the social context.

Resumo A constituição de uma nova sensibilidade em relação à crise ambiental tem sido pauta, direta ou indiretamente, de diversos atores sociais e produtos midiáticos. Destes, destacam-se os filmes e vídeos que focam a temática ambiental, em função do papel relevante que a cultura audiovisual representa hoje. Com essas premissas, este artigo foca os documentários latino-americanos Hija de la Laguna (2015) e A Mãe de Todas as Lutas (2021), com o propósito de discutir suas possíveis contribuições para uma percepção ampliada das causas climáticas. A partir da análise fílmica centrada nas protagonistas e nas escolhas estéticas e estilísticas de cada obra, este texto investiga como as narrativas dos dois documentários entrelaçam informação e conhecimento subjetivo; indivíduo e coletivo; local e global; memória pessoal e arquivos públicos; entre outros marcadores argumentativos. Essas categorizações são cotejadas ao posicionamento decolonial, assumido no texto de forma ampla, isto é, em diálogo com autores que incorporam as lutas das populações indígenas e/ou marginalizadas à teoria decolonial. Dentre os resultados encontrados, ressaltamos que os documentários estabelecem contranarrativas que permitem identificar a emersão do protagonismo feminino nas lutas pela posse da terra e da água, o posicionamento crítico em relação ao extrativismo (e neoextrativismo) e a permanência dos preconceitos étnico-raciais. Ressalta-se, ainda, nos dois filmes, a constituição de uma linguagem documentária que valoriza o sujeito, sem deixar de articulá-lo ao contexto social.

Abstract The university as a modern social phenomenon needs to be transformed in order to confront the long centuries of colonialism in Latin America and its enormous ethnic-cultural diversity. This article aims to contribute to such evolvement, by proposing an anthropologist analysis of the University Institution concept, showing its capitalist and ethnocentric structure and its connection with liberal professions as devices of power of the State. This proposal is part of the results of a doctoral research carried out in San Cristóbal de las Casas with professors from the Intercultural University of Chiapas, where an institutional ethnography, a biographical-narrative method, and a participant observation were developed during the years 2019-2021. The paper invites engagement and discussion of a pluriverse paradigm to view and to perceive “University” and its pedagogical praxis from a decolonial perspective instead of the well-known and outdated established occidental universalism.

Résumé L’université en tant que phénomène social moderne nécessite une transformation pour faire face aux longs siècles de colonialisme en Amérique latine et à son énorme diversité ethnique et culturelle. Je propose, en contribution à cet agenda, une anthropologie de l’université comme proposition conceptuelle qui rend visible son caractère capitaliste et ethnocentrique et en même temps trace son articulation avec les professions en tant que dispositifs de pouvoir social de l’État-nation. Cette proposition fait partie des résultats d’une recherche doctorale réalisée à San Cristóbal de las Casas avec des professeurs de l’Université Interculturelle du Chiapas, Mexique, où une ethnographie institutionnelle, une méthode biographique et narrative ainsi qu’une observation participante ont été développées entre 2019 et 2021. Le texte cherche, à partir d’une critique de l’universalisme occidental, à contribuer à la définition d’un possible paradigme pluriversel et de ses défis à partir du quotidien des enseignants.

Resumen La universidad como fenómeno social moderno necesita transformarse para enfrentar los largos siglos de colonialismo en América Latina y su enorme diversidad étnica y cultural. Como contribución a esa agenda, planteo una antropología de la universidad como propuesta conceptual que visibiliza su carácter capitalista y etnocéntrico, y al mismo tiempo traza su articulación con las profesiones como dispositivos de poder social del Estado nación. Esta propuesta es parte de los resultados de una investigación doctoral realizada en San Cristóbal de las Casas con profesores y profesoras de la Universidad Intercultural de Chiapas, México, donde se desarrolló una etnografía institucional, un método biográfico-narrativo y una observación participante durante los años 2019-2021. Partiendo de una crítica al universalismo occidental, el texto busca contribuir a la definición de un paradigma pluriversal posible y sus desafíos desde el mundo cotidiano del profesorado.

Abstract The use of nonbinary gender markings has generated conservative reactions from various sectors of Brazilian society. By using the word "outres" in her inauguration speech at the Brazilian Academy of Letters, Heloísa Teixeira brought to light the relevance of the debate about nonbinary language in Portuguese. In this article, we analyze comments posted on the video of her inauguration speech. We examine the recurrence of pathologizing and/or moralizing rhetoric in the comments as a way of delegitimizing nonbinary language and its users. From a decolonial perspective, we show that reactions against nonbinary language echo the coloniality of power and knowledge and reproduce a narrative of "degeneration" in the name of a fallacious linguistic purity.

Resumo O uso da marcação de gênero não binário tem causado reações conservadoras de vários setores da sociedade brasileira. Ao usar "outres" em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, Heloísa Teixeira trouxe à luz a relevância do debate sobre a linguagem não binária em português. Neste trabalho, analisamos comentários postados no vídeo do seu discurso de posse. Examinamos a reincidência de uma retórica patologizante e/ou moralizante como forma de deslegitimar a linguagem não binária e quem a usa. A partir de uma abordagem decolonial, mostramos que as reações contra a linguagem não binária são reverberações da colonialidade do poder e do conhecimento que reproduzem uma narrativa de "degeneração" em nome de uma falaciosa pureza linguística.

Resumen El uso de la indicación del género no binario ha provocado reacciones conservadoras en diversos sectores de la sociedad brasileña. Al utilizar “outres” en su discurso de inauguración de la Academia Brasileña de Letras, Heloísa Teixeira demostró la relevancia del debate sobre el lenguaje no binario en portugués. En este artículo, analizamos los comentarios publicados en el video de su discurso. Planteamos que existen dos formas recurrentes para deslegitimar su uso: primero, como ataque desde una retórica moralizante; segundo, indicando que su uso es una patología. Desde un enfoque decolonial, mostramos que las reacciones contra el lenguaje no binario son reverberaciones de la colonialidad del poder y del saber que reproducen una narrativa de “degeneración” en nombre de una falaz lengua pura.

Abstract Colonial regimes are racially organized, and racism is the main instrument of organization and control of the black population. Thus, we assume that the educational system has a direct implication in racist practices since content and curricula are products of values and beliefs based on a hierarchically organized worldview based on racial differentiation. Therefore, in this chapter, we will reflect on the decolonization of undergraduate course curricula through ethnic-racial education in constructing beliefs disassociated from the hierarchical division of races. Decolonizing Universities, their curricula, and pedagogical practices can be a fruitful way to build new beliefs disconnected from social conformation based on differentiation by race. Therefore, the formation of emancipatory subjectivities is related to the establishment of new beliefs, which can be made possible by the ethical and democratic pedagogical stance.

Resumo Os regimes coloniais são racialmente organizados e o racismo é o principal instrumento de organização e controle da população negra. Assim, partimos do pressuposto de que o sistema educacional tem implicação direta nas práticas racistas, uma vez que os conteúdos e currículos são produtos de valores e crenças assentadas em uma visão de mundo hierarquicamente organizada a partir da diferenciação racial. Sendo assim, neste capítulo iremos refletir sobre o papel da decolonização dos currículos dos cursos de licenciatura através da educação étnico-racial na construção de crenças desassociadas da divisão hierárquica de raças. Descolonizar as Universidades, seus currículos e as práticas pedagógicas pode ser um caminho profícuo para construir novas crenças desassociadas da conformação social baseada na diferenciação por raça. A formação de subjetividades emancipatórias está, portanto, relacionada ao estabelecimento de novas crenças e isto pode ser possibilitado pela postura pedagógica ética e democrática.