Resumen La situación de pobreza, incluso de extrema pobreza, agudizada por el contexto de una sociedad con muchas desigualdades sociales, está directamente relacionada a la dinámica laboral. Así es en Brasil, un país en el que, a pesar de tener un Producto Interno Bruto (PIB) alto, la mayoría de la población no tiene acceso a esta riqueza y, por lo tanto, el país figura como uno de los más desiguales del mundo. En este contexto están las personas en situación de calle, las cuales tienen diferentes motivos para vivir de esta manera y también enfrentan diferentes dificultades para cambiar de vida. Lo cierto es que tienen en común la pobreza extrema, en la medida en que sus necesidades no son atendidas en un contexto en que las políticas públicas no son efectivas para cambiar esta realidad y promover la participación de las personas como agentes políticos. Las personas en situación de calle, en su mayoría, son trabajadoras, cuyos trabajos son el enfoque de este artículo, específicamente los que son realizados en una playa de Recife-Brasil, nombrada Boa Viagem. Uno de los trabajos más notables en esta playa es el comercio de bebidas y comidas a las personas que van a este local para tener experiencias de esparcimiento y de tranquilidad. Alrededor de este comercio están las personas en situación de calle que trabajan en el transporte de las mercancías hasta la playa y en el servicio a los/as clientes. En este sentido, el objetivo de este artículo es analizar el proceso de trabajo de estas personas. A través de observaciones, entrevistas, grupos focales y fotografías, bajo el concepto trabajo no clásico, se ha constatado que estos trabajos tienen procesos de control propios, pues son realizados en las calles. Además, la articulación entre esta perspectiva conceptual y la metodología configuracionista permitió analizar la noción amplia de la subjetividad en estos trabajos. Los resultados presentados en este artículo, derivados de la investigación desarrollada en el marco del doctorado, apuntan a la constatación de que estos trabajos, precarios y no clásicos, contribuyen a la acumulación del capital. Descriptores: condiciones de trabajo, desigualdad social, personas en situación de calle, pobreza.
Abstract The situation of poverty, including extreme poverty, relates directly to labor dynamics aggravated by the context of many social inequalities. This is the situation in Brazil, a country where despite having a high Gross Domestic Product (GDP), the majority of the population does not have access to this wealth, making this country one of the most unequal in the world. Homeless people, in this context, have diverse motives for living this way and face different life-changing difficulties. This population has extreme poverty in common, in a context where public policies are ineffective to cover their needs, change this reality and promote people's participation as political agents. Most of the homeless people are hard workers, whose work is the focus of this article, specifically those developed on the beach Boa Viagem in Recife-Brazil. One of the most notable works on this beach is the commercialization of drinks and food for people who visit this place to have leisure and tranquility experiences. Around this economic activity are the homeless people who work on transporting goods to the beach and serving customers. In this sense, the objective of this article is to analyze the work process of these people. Through observations, interviews, focus groups, and photographs, based on the concept non-classic work, was found that these works have their own control processes, as these are performed on the streets. Moreover, the articulation between this conceptual perspective and the configurationist methodology allowed us to analyze the broad notion of subjectivity in these works. The results presented in this article, derived from the research developed in the doctorate, point out that these precarious and non-classic works contribute to the accumulation of capital. Descriptors: homeless, poverty, social inequality, working conditions.
Resumo A situação de pobreza, inclusive de pobreza extrema, agudizada pelo contexto de muitas desigualdades sociais, está diretamente relacionada à dinâmica laboral. Assim é no Brasil, um país em que, não obstante, tenha um Produto Interno Bruto (PIB) alto, a maioria da população não tem acesso a essa riqueza e, o país se apresenta como um dos mais desiguais do mundo. Nesse contexto, estão as pessoas em situação de rua, as quais têm diferentes motivos para viver dessa maneira e também enfrentam diferentes dificuldades para mudar suas vidas. E certo que essas pessoas têm em comum a pobreza extrema, na medida em que suas necessidades não são atendidas em um contexto em que as políticas públicas não são efetivas para mudar essa realidade e promover a participação das pessoas como agentes políticos. A maioria das pessoas em situação de rua são trabalhadores cujos trabalhos são o foco deste artigo, especificamente os que são realizadas em uma praia de Recife-Brasil denominada Boa Viagem. Um dos trabalhos mais notáveis nessa praia é o comércio de bebidas e comidas para as pessoas que vão a esse lugar para ter experiências de lazer e de tranquilidade. Ao redor desse comércio estão as pessoas em situação de rua que trabalham no transporte das mercadorias até a praia e no serviço aos/às clientes. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar o processo de trabalho dessas pessoas. Através de observações, entrevistas, grupos focais e fotografias, com base no conceito trabalho não clássico, verificou-se que esses trabalhos têm processos de controle próprios, pois são realizados nas ruas. Ademais, a articulação entre essa perspectiva conceitual e a metodologia configuracionista permitiu analisar a noção ampla de subjetividade nesses trabalhos. Os resultados apresentados neste artigo, derivados da investigação desenvolvida no doutorado, apontam à constatação de que esses trabalhos, precários e não clássicos, contribuem à acumulação de capital. Descritores: condições de trabalho, desigualdade social, pessoas em situação de rua, pobreza.