Resumo A regurgitação congênita da valva atrioventricular direita é definida como displasia tricúspide. A alteração ocorre nos folhetos valvares septais e murais, nas cordas tendíneas ou nos músculos papilares. A malformação causa regurgitação tricúspide e apresentação de sinais clínicos associados à insuficiência cardíaca direita congestiva. As lesões macroscópicas incluem nodulação localizada ou difusa ou espessamento dos folhetos valvares, cordas tendíneas curtas ou alongadas, com desenvolvimento incompleto e fusão ou união parcial, músculos papilares com inserção anormal ou separação incompleta da parede do ventrículo direito ou ausência de um ou mais músculos. O objetivo deste trabalho é fornecer informações e casuística para fins de diagnóstico de uma patologia de baixa prevalência em animais de companhia. Entre 2011 e 2021, foram tratados 24 cães com diagnóstico definitivo de displasia tricúspide. A patologia foi mais frequente em cães de pequeno a médio porte, Poodle (4), Dachshund (3), Bulldog Francês (3), Yorkshire Terrier (2), Bull Terrier (1), Boxer (1) e 10 mestiços , 3 com menos de 12 kg e 7 entre 12 e 30 kg de peso, de tamanho médio a grande. Os achados são diferentes, raça e estatura, aos observados por outros autores. Espessamento nodular associado a cordoalhas tendíneas curtas foi a malformação valvar mais comum. A displasia tricúspide esteve associada a metade (13 de 24) dos casos com estenose pulmonar. Outras anomalias congênitas, defeitos do septo interventricular e interatrial, também foram relatadas. O diagnóstico preciso da anormalidade congênita no aparelho da valva tricúspide só pode ser feito pela ecocardiografia. As alterações valvares, do folheto septal, caracterizadas por nodulação, espessamento e união ao septo interventricular, foram as mais comuns. A exploração contínua com Doppler espectral permitiu determinar a gravidade, as pressões nas câmaras atriais e ventriculares direitas e estabelecer os efeitos hemodinâmicos do processo e suas implicações no prognóstico e tratamento do paciente.
Resumen La insuficiencia congénita de la válvula auriculoventricular derecha se define como displasia tricuspídea. La alteración se presenta en hojuelas valvares septal y mural, en cuerdas tendinosas o en músculos papilares. La malformación provoca regurgitación tricuspídea y presentación de signos clínicos asociados a insuficiencia cardíaca derecha congestiva. Las lesiones macroscópicas incluyen nodulación o engrosamiento localizado o difuso de hojuelas valvares, cuerdas tendinosas cortas o alargadas, con desarrollo incompleto y fusión o unión parcial, músculos papilares con inserción anormal o separación incompleta a la pared ventricular derecha o ausencia de uno o más músculos. El objetivo del presente trabajo es aportar información y casuística con fines diagnósticos de una patología de baja prevalencia en animales de compañía. Entre 2011 y 2021 se atendieron 24 caninos con diagnóstico definitivo de displasia tricuspídea. La patología fue más frecuente en perros de talla pequeña a mediana, Caniche (4), Dachshund (3), Bulldog francés (3), Yorkshire terrier (2), Bull terrier (1), Bóxer (1) y 10 mestizos, 3 menores a 12 kg y 7 entre 12 y 30 kg de peso, de talla mediana a grande. Los hallazgos son distintos, raza y talla, a los observados por otros autores. El engrosamiento nodular asociado a cuerdas tendinosas cortas fue la malformación valvar más común. La displasia tricuspídea se asoció con la mitad (13 de 24) de los casos con estenosis pulmonar. Otras anomalías congénitas, comunicación interventricular e interauricular, también se presentaron relacionadas. El diagnóstico preciso de la anormalidad congénita sobre el aparato valvular tricuspídeo sólo puede ser realizado por ecocardiografía. Las alteraciones valvares, hojuela septal, caracterizados por nodulación, engrosamiento y unión al septum interventricular, fueron las más habituales. La exploración doppler espectral continuo permitió determinar gravedad, presiones en cámaras atrial y ventricular derecha y establecer efectos hemodinámicos del proceso y su implicancia en el pronóstico y tratamiento del paciente.
Abstract Congenital insufficiency of the right atrioventricular valve is defined as tricuspid dysplasia. The alteration occurs in septal and mural valve leaflets, in chordae tendineae or in papillary muscles. The malformation causes tricuspid regurgitation and presentation of clinical signs associated with congestive right heart failure. Macroscopic lesions include localized or diffuse nodulation or thickening of valves leaflets, short or elongated chordae tendineae, with incomplete development and partial fusion or union, papillary muscles with abnormal attachment or incomplete separation to the right ventricular wall, or absence of one or more muscles. The aim of this work is to provide information and casuistry for diagnostic purposes of a pathology of low prevalence in companion animals. Between 2011 and 2021, 24 canines with a definitive diagnosis of tricuspid dysplasia were treated. The pathology was more frequent in dogs of small to medium size, Poodle (4), Dachshund (3), French Bulldog (3), Yorkshire terrier (2), Bull terrier (1), Boxer (1) and 10 mongrels, 3 under 12 kg and 7 between 12 and 30 kg in weight, medium to large size. The findings are different, race and size, to those observed by other authors. Nodular thickening associated with short chordae tendineae was the most common valve malformation. Tricuspid dysplasia was associated with half (13 of 24) of the cases with pulmonary stenosis. Other congenital anomalies, interventricular and atrial septal defect, were also related. The precise diagnosis of the congenital abnormality of the tricuspid valve apparatus can only be made by echocardiography. Valve alterations, septal leaflet, characterized by nodulation, thickening and union to the interventricular septum, were the most common. The continuous spectral Doppler exploration allowed determining severity, pressures in the atrial and right ventricular chambers and establishing hemodynamic effects of the process and its implication in the prognosis and treatment of the patient.