Melastomataceae Juss. é a sexta família em importância no bioma Cerrado, sendo comuns em vegetação secundária. As espécies desta família apresentam estratégias de vida e adaptações como grande produção de sementes, dispersão eficiente de propágulos, altas taxas de germinação e crescimento rápido que podem propiciar a ativação dos processos ecológicos envolvidos na regeneração natural de habitats perturbados. O objetivo foi caracterizar as espécies de Melastomataceae em vegetação secundária e avaliar seu potencial para uso na restauração ecológica de áreas degradadas de matas ripárias. Este estudo foi realizado na área experimental da Embrapa Cerrados, à margem direita do córrego Sarandi, Distrito Federal, Brasil, em uma área de um hectare, onde foram instadas parcelas e transectos para avaliação dos parâmetros: características botânicas, ecológicas e reprodutivas, síndromes de polinização e de dispersão de sementes, reprodução vegetativa, riqueza de espécies, abundância, cobertura, fenofases de floração e frutificação. A partir da análise destes parâmetros definiu-se os critérios para avaliar o potencial de uso das espécies na restauração ecológica. Entre as 14 espécies da família de Melastomataceae registradas, Miconia chamissois Naud. (35.42% e 42.53%), Ossaea congestiflora (Naud.) Cong. (23.6% e 13.29%), Macairea radula DC (19.66% e 17.22%) e Tococa formicaria Mart. (6.78% e 3.87%) apresentaram maior abundância e cobertura, respectivamente. As espécies estudadas apresentaram, em sua maioria, grande oferta de recursos alimentares ao longo do ano, que, associadas a outras características permitiram identificar o potencial de restaurabilidade de cada espécie avaliada. O potencial para uso na restauração ecológica foi alto para as espécies: Miconia chamissois, Miconia ibaguensis, Miconia albicans, Miconia theaezans e Tococa fornicaria. Estas espécies podem atuar como nucleadoras, atraindo principalmente polinizadores e dispersores de sementes, aumentando o grau de conectividade entre os fragmentos e a área em processo de restauração ecológica. Dessa forma, acredita-se que o uso dessas espécies pode acelerar o processo de restauração ecológica por meio da maximização das interações biológicas.
Melastomataceae Juss. is the sixth family in importance in the Cerrado biome, being common in secondary vegetation. The species of this family presents life strategies and adaptations include adaptations such as large seed production, efficient seed dispersal, high germination rates and rapid growth that can provide the activation of ecological processes involved in the natural regeneration of disturbed habitats. The objective was to characterize the Melastomataceae species in secondary vegetation and to assess their potential for use in ecological restoration of degraded riparian forests. This study was conducted in the experimental area of Embrapa Cerrados, near to the river Sarandi, Distrito Federal, Brazil, in an area of one hectare. In this area were placed plots and transects for evaluation of parameters: botanical and ecological characteristics, pollination and seed dispersal syndromes, vegetative reproduction, species richness and abundance, coverage, fruiting and flowering. From of these parameters was assessed the potential use of the species in ecological restoration. Among the 14 species of the Melastomataceae recorded Miconia chamissois Naud. (35.42% and 42.53%), Ossaea congestiflora (Naud.) Cong. (23.6% and 13.29%), Macairea radula DC (19.66% and 17.22%) and Tococa formicaria Mart. (6.78% and 3.87%), presents greater abundance and coverage, respectively. According to the ability to supply of food resources throughout the year and other features was recommended these species for use in restoration ecology (high potential of restorability): Miconia chamissois, Miconia albicans, Miconia ibaguensis, Miconia theaezans and Tococa formicaria. These species offer pollen, seeds and fruits, attracting wildlife and accelerate the process of ecological restoration through maximization of biological interactions.
La familia Melastomataceae Juss. es la sexta en importancia en el Cerrado, y son comunes en la vegetación secundaria, cuyas estrategias de vida incluyen adaptaciones como la gran producción de semilla, la eficiente dispersión de propágulos, las altas tasas de germinación y el crecimiento que puede proporcionar la activación de los procesos ecológicos que intervienen en la regeneración natural de los hábitats perturbados. El objetivo de este trabajo fue caracterizar las especies de Melastomataceae dentro de un área de vegetación secundaria y evaluar su capacidad potencial para uso en la restauración ecológica de la vegetación riparia. Este estudio se llevó a cabo en Embrapa Cerrados, en el margen derecho del arroyo Sarandí, Distrito Federal, Brasil, en un área de una hectárea, donde fueron instalados las parcelas y transectos para la evaluación de los parámetros: características botánicas, ecológicas y reproductivas, síndromes de polinización y dispersión de semillas, reproducción vegetativa, la riqueza de especies, abundancia, cobertura y los estadios fenológicos de floración y fructificación. A partir del análisis de estos parámetros se establecen los criterios para evaluar el uso potencial de las especies en la restauración ecológica. Entre las 14 especies de la familia Melastomataceae registradas tuvieron mayor abundancia y cobertura, respectivamente: Miconia chamissois Naud. (35.42% y 42.53%), Ossaea congestiflora (Naud.) Cong. (23.6% y 13.29%), Macairea radula DC (19.66% y 17.22%) y Tococa formicaria Mart. (6.78% y 3.87%). Las especies estudiadas ofertan, en su mayoría, gran cantidad de recursos alimenticios durante todo el año que, junto con otras características, permiten determinar el potencial de restaurabilidade de cada especie estudiada. El potencial para su uso en la restauración ecológica es alta para la especie: Miconia chamissois, Miconia ibaguensis, Miconia albicans, Miconia theaezans e Tococa formicaria. Estas especies pueden actuar como núcleos, sobre todo atraer a los polinizadores y dispersores de semillas, lo que aumenta el grado de conectividad entre los fragmentos y la zona en el proceso de restauración ecológica. Así, se cree que el uso de estas especies puede acelerar el proceso de restauración ecológica a través de la maximización de las interacciones biológicas.