O efeito da temperatura ambiente na mortalidade varia entre locais e populações sugerindo a presença de modificadores de efeito dessa associação. O objetivo deste estudo foi analisar a influência de fatores geográficos, urbanos e socioeconômicos no efeito da temperatura ambiente na mortalidade não acidental da população geral e idosa das regiões metropolitanas brasileiras, e a associada às mortalidades circulatória, respiratória e outras causas dos idosos. Os efeitos dessa associação foram estimados para cada grupo nos 42 locais via modelo aditivo generalizado combinado ao modelo não linear de lag distribuído. A seguir foi realizada uma metanálise para estimar os efeitos a nível Brasil e suas regiões. A influência dos modificadores de efeito foi determinada via metarregressão. Os riscos relativos estimados da associação temperatura-mortalidade variaram entre os locais do território brasileiro. Os efeitos do calor na mortalidade não acidental a nível nacional para o grupo Geral e Idoso foram de 1,09 (IC95%: 1,04-1,15) e 1,13 (IC95%: 1,07-1,20), e os do frio foram de 1,26 (IC95%: 1,21-1,32) e 1,30 (IC95%: 1,24-1,36), respectivamente. Observa-se um maior efeito do frio do que do calor em ambos os grupos. Para todas as causas de óbito, os efeitos do calor e do frio foram maiores nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. O fator que melhor explicou a heterogeneidade entre os locais foi a amplitude da temperatura média, seguido de latitude, renda e educação. Assim, a implementação de medidas adaptativas para reduzir os efeitos da temperatura ambiente na mortalidade depende do perfil de cada local.
El efecto de la temperatura ambiente sobre la mortalidad varía entre sitios y poblaciones, lo que sugiere la presencia de modificadores del efecto de esta asociación. El objetivo de este estudio fue analizar la influencia de los factores geográficos, urbanos y socioeconómicos en el efecto de la temperatura ambiente sobre la mortalidad no accidental en la población general y anciana de las regiones metropolitanas brasileñas, y la influencia asociada con las causas de mortalidad circulatoria, respiratoria u otra en los ancianos. Los efectos de esta asociación se estimaron para cada grupo en 42 sitios mediante un modelo aditivo generalizado combinado con el modelo no lineal distribuido. A continuación, se realizó un metaanálisis para estimar los efectos a nivel Brasil y sus regiones. La influencia de los modificadores del efecto se determinó mediante metarregresión. Los riesgos relativos estimados de la asociación temperatura-mortalidad variaron entre las ubicaciones en el territorio brasileño. Los efectos del calor sobre la mortalidad no accidental a nivel nacional fueron de 1,09 (IC95%: 1,04-1,15) y de 1,13 (IC95%: 1,07-1,20) para el grupo General y Ancianos, respectivamente. Los efectos del frío fueron 1,26 (IC95%: 1,21-1,32) y 1,30 (IC95%: 1,24-1,36) para el grupo General y Anciano, respectivamente. Hay un mayor efecto del frío que del calor en ambos grupos. Para todas las causas de muerte, los efectos del calor y del frío fueron mayores en las regiones Sudeste y Sur de Brasil. El factor que explicó mejor la heterogeneidad entre los locales fue el rango de temperatura media, seguido de la latitud, los ingresos y el nivel de estudios. Por lo tanto, la implementación de medidas de adaptación para reducir los efectos de la temperatura ambiente sobre la mortalidad depende del perfil de cada lugar.
Ambient temperature effect on mortality varies between places and populations, suggesting the existence of effect modifiers for this association. This study analyzes the influence of geographic, urban, and socioeconomic factors on the ambient temperature effect on non-accidental mortality in the general and older adults population of Brazilian metropolitan areas, and on that associated with circulatory, respiratory, and other mortality in older adults. Effects of this association were estimated for each group in 42 locations using a generalized additive model combined with the nonlinear distributed lag model. A meta-analysis was then performed to estimate the effects at the national and regional levels. Meta-regression determined the influence of effect modifiers. Estimated relative risks of the temperature-mortality association varied between locations in the Brazilian territory. Heat effects on non-accidental mortality at the national level were 1.09 (95%CI: 1.04-1.15) and 1.13 (95%CI: 1.07-1.20) for the General and Older Adult groups, respectively. Cold effects were 1.26 (95%CI: 1.21-1.32) and 1.30 (95%CI: 1.24-1.36) for the General and Older Adult groups, respectively. We observed a greater effect of cold than heat in both groups. For all causes of death, effects of heat and cold were greater in the Southeast and South Brazil. Amplitude of the mean temperature was the factor that best explained the heterogeneity between locations, followed by latitude, income and schooling. Hence, implementing adaptive measures to reduce the ambient temperature effects on mortality depends on the profile of each location.