RESUMO Este artigo reúne informações sobre a conformação das práticas de autoatenção warao, expondo a centralidade do xamanismo nos processos de saúde e doença. A reflexão se constrói a partir do contexto de enfrentamento à pandemia de COVID-19 nos abrigos indígenas em Manaus (Amazonas, Brasil), entre março e dezembro de 2020. Essas ações não somente desconsideraram sistematicamente o xamanismo e as teorias nativas, como também produziram forte controle sobre a presença desses indígenas na cidade. Por meio de uma análise crítica da situação na capital amazonense, reflete-se sobre a necessidade de adequação da atenção à saúde destinada aos Warao no Brasil e, por extensão, aos demais povos indígenas, sobretudo aqueles que residem em contextos urbanos. Os dados apresentados foram obtidos por meio de trabalho de campo com perspectiva etnográfica, acrescidos de pesquisa documental e bibliográfica.
ABSTRACT This article put together information about the formation of the warao self-care practices, exposing the centrality of shamanism in the processes of health and illness. The reflection is built from the context of coping with the COVID-19 pandemic in indigenous shelters in Manaus (Amazonas), between March and December of 2020. These actions not only systematically disregarded shamanism and native theories, but also produced strong control over the presence of these indigenous people in the city. Through a critical analysis of the situation in the Amazonian capital, it reflects on the need for adaptation in health care for the Warao in Brazil and, by extension, for other indigenous people, especially those residing in urban contexts. The data presented were obtained through fieldwork with an ethnographic perspective, in addition to documentary and bibliographical research.
RESUMEN Este artículo reúne informaciones sobre la conformación de las prácticas de autoatención warao, lo que expone la centralidad del chamanismo en los procesos de salud y enfermedad. La reflexión se construye a partir del contexto de enfrentamiento a la pandemia de la COVID-19 en albergues indígenas de Manaus (Amazonas, Brasil), entre marzo y diciembre de 2020. Estas acciones no solo fueran sistemáticamente indiferentes ante el chamanismo y las teorías nativas, sino que también produjeron un fuerte control de la presencia de estos pueblos indígenas en la ciudad. A través de un análisis crítico de la situación en la capital de Amazonas, se reflexiona sobre la necesidad de adaptar la atención de salud para los Warao en Brasil y, por extensión, para otros pueblos indígenas, especialmente aquellos que viven en contextos urbanos. Los datos presentados se obtuvieron a través de un trabajo de campo con perspectiva etnográfica, además de investigación documental y bibliográfica.