Resumo Este artigo analisa os conceitos de cidadania e bem comum, a partir da crise do debate público ocasionada, entre outras causas, por uma deturpação da política de identidade, no contexto do emotivismo moral moderno. Para tanto, o trabalho adota a metodologia da revisão bibliográfica para proceder a uma análise teórica de conceitos centrais da filosofia prática contemporânea, abrangendo referências diversificadas, como MacIntyre, Lilla, Taylor, Finnis, Sandel e Kymlicka. Após apresentar o diagnóstico de MacIntyre sobre o éthos emotivista moderno como fator da insolubilidade de controvérsias morais e a crítica de Lilla à despolitização que o atomismo identitário ocasionou, o artigo estuda as condições da reabilitação teórica dos conceitos de cidadania e bem comum, a partir de uma ética comunitarista da razão prática, de matriz aristotélica, em que a amizade cívica é relevante para equacionar as diferenças numa unidade política maior. A conclusão é a de que as políticas identitárias podem ser salvaguardadas se redimensionadas pelo conceito de bem comum, superando as contradições emotivistas do debate público.
Abstract This article analyzes the concepts of citizenship and common good in the context of modern moral emotivism and the public sphere crisis generated, among other causes, by a distortion of identity politics. To this end, this work surveys the literature to develop a theoretical analysis of central concepts of contemporary practical philosophy, covering authors such as MacIntyre, Lilla, Taylor, Finnis, Sandel and Kymlicka. After introducing MacIntyre’s diagnosis of modern emotivist ethos as a cause of the incommensurability of moral controversies and Lilla’s criticism of the depoliticization caused by identity politics’ atomism, this paper studies the conditions for the theoretical rehabilitation of the concepts of citizenship and the common good. For this purpose, the article relies on Aristotelian and communitarian ethics of practical reason, in which civic friendship is relevant to equalize differences in a larger political unity. The conclusion is that identity politics may be safeguarded if balanced with the concept of common good, to overcome the emotional contradictions plaguing public debate.
Resumen Este artículo analiza los conceptos de ciudadanía y bien común, considerando la crisis del debate público provocada, entre otras causas, por una distorsión de las políticas identitarias, en el contexto del emotivismo moral moderno. Para ello, este trabajo adopta la metodología de la revisión bibliográfica para desarrollar un análisis teórico de conceptos centrales de la filosofía práctica contemporánea, abarcando diversas referencias, como MacIntyre, Lilla, Taylor, Finnis, Sandel y Kymlicka. Tras presentar el diagnóstico de MacIntyre sobre el ethos emotivista moderno como factor de insolubilidad de las controversias morales y la crítica de Lilla a la despolitización causada por el atomismo de las políticas identitarias, se estudian las condiciones para la rehabilitación teórica de los conceptos de ciudadanía y bien común, a partir de una ética aristotélica y comunitaria relativa a la razón práctica, en virtud de la cual la amistad cívica es relevante para equilibrar las diferencias dentro de una unidad política mayor. La conclusión es que las políticas de identidad pueden salvaguardarse si se ponderan con el concepto de bien común, para así superar las contradicciones emotivistas del debate público.