Resumo Introdução: O cumprimento do Programa Nacional de Vacinação associa-se a ganhos em saúde pública. A atualização dos que trabalham na área da vacinação deve ser uma preocupação dos serviços de saúde. Objetivos: Avaliar o conhecimento sobre as falsas contraindicações à vacinação pediátrica e caracterizar práticas de aconselhamento, comparando os resultados em função da categoria profissional, da atividade clínica, dos anos de carreira e do local de trabalho. Métodos: Estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional, aprovado por comissão de ética. Dados recolhidos em questionário online anónimo, validado, com questões relativas a contraindicações à vacinação expressas no Programa Nacional de Vacinação e outras variáveis sociodemográficas, como a categoria profissional: M (médicos), E (enfermeiros); atividade clínica: PA (prescreve/administra vacinas em idade pediátrica), NPA (não prescreve/não administra); anos de carreira: A1 (<20), A2 (≥20); local de trabalho: CSP (cuidados de saúde primários), H (hospital/clínica privada). Análise estatística em SPSS®, α=0,05. Resultados: Obtiveram-se 430 respostas (56% E, 59% PA, 74% A2, 63% CSP). Os E e o grupo A2 consideram mais frequentemente a doença aguda ligeira (p<0,001) ou antecedentes de doença para a qual a criança será vacinada (p=0,02; p=0,004, respetivamente) contraindicações à vacinação versus M e A1. A doença aguda ligeira e a convalescença de doença são consideradas contraindicações por 43% PA vs 62% NPA (p<0,001) e 57% PA vs 71% NPA (p=0,004), respetivamente. Nos CSP 58% desaconselha a vacinação em caso de doença aguda ligeira vs 38% H (p<0,001), assim como em caso de terapêutica antibiótica concomitante (60% CSP vs 36% H, p<0,001). No entanto, reconhecem mais frequentemente o intervalo a respeitar entre a administração de vacinas inativadas (72% CSP vs 61% H, p=0,018). Conclusão: Globalmente, os profissionais pertencentes a M, A1, PA e CSP mostraram-se mais conhecedores das verdadeiras contraindicações à vacinação. Os resultados demonstram a necessidade de formação nesta área.
Abstract Introduction: Enforcing the National Vaccination Program (PNV) is associated with population health gains. A competent workforce regarding vaccination practices should be a concern of health care services. Objectives: To assess knowledge about false contraindications to pediatric vaccination and to characterize counseling practices, comparing the results according to professional category, clinical activity, years of career, and place of work. Methods: A quantitative, cross-sectional, descriptive, and correlational study was carried out, previously approved by an ethical committee. Data was collected through a validated anonymous online survey that compiled questions regarding contraindications for PNV vaccines and other sociodemographic variables such as Professional role: M (physician), E (nurse); clinical activity: PA (prescribes/administers vaccines in the pediatric population), NPA (does not prescribe/does not administer); career duration: A1 (<20), A2 (≥20); workplace: CSP (primary health care), H (hospital/private practice). Statistical analysis was performed on SPSS®, α=0.05. Results: A total of 430 answers were collected (56% E, 59% PA, 74% A2, 63% CSP). Both E and A2 groups consider mild acute illness (p<0.001) and prior infection from the agent for which the vaccine offers protection more frequently as contraindications for vaccination, vs M and A1. Mild acute illness and illness convalescence are considered contraindications by 43% in the PA group vs 62% NPA (p<0.001) and 57% PA vs 71% NPA (p=0.004), respectively. In CSP, 58% advise against vaccination in the presence of mild acute illness vs 38% H (p<0.001) or if under current antibiotic treatment (60% CSP vs 36% H, p<0.001). However, they are more likely to recognize the correct interval between administrations of inactivated vaccines (72% CSP vs 61% H, p=0.018). Conclusion: Globally, subjects from M, A1, PA, and CSP groups revealed better knowledge regarding correct contraindications to vaccination. Results show the need for training in this area.