Abstract Introduction and Aim: The timing of anterior fontanelle (AF) closure may be a useful marker for early disease detection. However, the few published studies on this topic have reported significant differences in the normal age ranges of AF closure between countries. The aim of this study was to report AF closure time in the Portuguese population during the last two decades. Methods: This was a 21-year retrospective observational study of healthy Portuguese children conducted from January 1999 to December 2019. Data on the age of AF closure were collected by a single pediatrician during outpatient child visits at specific ages (1, 2, 4, 6, 9, 12, 18, 24, 30, and 36 months) and during unscheduled visits due to appointment changes or illness. Clinically closed AF was defined as the absence of a depressible fontanelle on physical examination. AF closure time was calculated as the mean age between the age of the last palpable AF and the age of the first clinically closed AF. Results: A total of 684 children (gestational age ≥37 weeks, birth weight ≥2500 grams) were evaluated, of whom 364 (53.2%) were boys. The mean ± 1 standard deviation (SD) age of AF closure was 14.3 ± 4.9 months (range 2−33 months). The 2.5th and 97.5th percentiles, representing ± 2 SD of AF closure time, were 6 and 25 months, respectively. Other percentiles were P5 - 7 months, P25 - 11 months, P50 - 14 months, P75 - 16 months, and P95 - 22 months. Noteworthy, 0.6% and 3.1% of children had a closed AF at three and six months, respectively, while 2.9% still had an open AF at 24 months. AF closure occurred earlier in males than in females (13.6±4.7 vs. 15.1±5.0, p <0.001). A statistically significant difference was found in the mean ± 2 SD of the gender comparison (p=0.045). Conclusions: This study showed a normal distribution of AF closure age in Portuguese children. The acknowledgment of age-related variations in AF closure timing in different populations is important to raise clinicians’ awareness for timely suspicion and detection of pathologic cases and the need for clinical study.
Resumo Introdução e Objetivo: O tempo para o encerramento da fontanela anterior (FA) pode ser um indicador útil na deteção precoce de doença. Os escassos estudos publicados sobre o tema evidenciam a existência de diferenças significativas entre países na definição do intervalo de idades normal para o encerramento da FA. O objetivo deste estudo foi determinar o intervalo de idades de encerramento da FA na população portuguesa ao longo das últimas duas décadas. Métodos: Estudo observacional, retrospetivo, com a duração de 21 anos, efetuado em crianças portuguesas saudáveis entre Janeiro de 1999 e Dezembro de 2019. Foram recolhidos dados relativos à idade de encerramento da FA por um único pediatra em contexto de consulta de saúde infantil realizada em idades específicas (1, 2, 4, 6, 9, 12, 18, 24, 30 e 36 meses) e de consultas não programadas devido a reagendamentos ou situação de doença aguda. Foi definida FA clinicamente encerrada como ausência de fontanela anterior depressível no exame objetivo. A idade de encerramento da FA foi calculada como a idade média entre a idade da criança na última palpação da FA aberta e a idade na consulta em que se objetivou o seu encerramento. Resultados: Um total de 684 crianças (idade gestacional ≥37 semanas, peso ao nascimento ≥2500 gramas) foram avaliadas, 364 (53%) das quais do sexo masculino. A idade média de encerramento da FA ± 1 desvio-padrão (DP) foi de 14.3 ± 4.9 meses (variação 2−33 meses). Os percentis 2.5 e 97.5, correspondentes a ± 2 DP do tempo de encerramento da FA, foram 6 e 25 meses de idade, respetivamente. A distribuição das idades de encerramento foi ainda caracterizada pelos seguintes percentis: P5 - 7 meses, P25 - 11 meses, P50 - 14 meses, P75 - 16 meses e P95 - 22 meses. Aos três e seis meses de vida, 0.6% e 3.1% das crianças, respetivamente já tinham a FA encerrada, enquanto aos 24 meses de idade, 2.9% mantinham-na aberta. O encerramento da FA foi significativamente mais precoce no sexo masculino do que no sexo feminino (13.6±4.7 vs. 15.1±5.0, p <0.001) e a média ± 2 DP da comparação entre os sexos também foi estatisticamente diferente (p=0.045). Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem uma distribuição normal na idade de encerramento da FA num grupo de crianças portuguesas. Ter conhecimento de variações relacionadas com a idade de encerramento da FA em diferentes populações é importante para sensibilizar os clínicos para a deteção precoce de estados patológicos e para determinar a necessidade de prosseguir o estudo clínico.