Resumen El trabajo doméstico y de cuidados es un sector ampliamente feminizado que se caracteriza por altos grados de informalidad, bajos salarios y condiciones de trabajo precarias a nivel mundial. En la última década, fundamentalmente en Estados Unidos y Europa, han surgido nuevos intermediarios en el sector que organizan los servicios de búsqueda y contratación mediante plataformas digitales. Más recientemente, y con un gran impulso a partir de la pandemia por Covid-19, se observa la proliferación de este tipo de plataformas en América Latina, lo que plantea interrogantes sobre los efectos de esta nueva forma de intermediación en el ámbito regional. Si bien globalmente la visión dominante sobre las plataformas digitales de trabajo es que conducen a la precarización de las condiciones laborales, entre la emergente literatura internacional surge la pregunta de si pueden contribuir a la formalización del sector. Esta hipótesis parte del reconocimiento de ciertas características de los intermediarios digitales que permiten institucionalizar la relación laboral, en una actividad que se desarrolla mayoritariamente por fuera de toda regulación, y en la que prevalecen la contratación directa y la negociación personalizada de las condiciones de trabajo. Al mismo tiempo, la literatura también advierte que ciertos modelos de negocio de estas plataformas contribuyen a la no formalización y promueven un tipo de contratación que profundiza la precarización. En el marco de este debate, el objetivo de este artículo es aportar a la comprensión de la forma de intermediación de estos nuevos actores en América Latina, teniendo en cuenta que la clasificación laboral de las trabajadoras es un determinante crucial de su acceso a derechos. Con este fin se presenta un mapeo regional de las plataformas digitales que operan en el sector y se propone una tipología basada en los modelos de negocio y el tipo de contratación que promueven las plataformas estudiadas.
Abstract . Domestic and care work is a largely feminized sector marked by high levels of informality, low wages, and precarious working conditions worldwide. Over the past decade, particularly in the United States and Europe, new intermediaries have emerged, organizing search and hiring services through digital platforms. More recently, significantly driven by the Covid-19 pandemic, these platforms have proliferated in Latin America, raising questions about the effects of this new form of intermediation in the region. While the dominant global view on digital labor platforms is that they lead to the precarization of working conditions, emerging international literature questions whether they might contribute to the formalization of the sector. This hypothesis is based on recognizing certain characteristics of digital intermediaries that can institutionalize the employment relationship in an activity that largely operates outside of regulation, where direct hiring and personalized negotiation of working conditions prevail. At the same time, the literature warns that certain business models of these platforms contribute to non-formalization and promote hiring practices that deepen precariousness. Within this debate, this article aims to contribute to understanding the intermediation methods of these new actors in Latin America, considering that the employment classification of workers is crucial for their access to rights. To this end, the article presents a regional mapping of digital platforms operating in the sector and proposes a typology based on the business models and types of hiring promoted by the studied platforms.
Resumo. O trabalho doméstico e de cuidados é um setor amplamente feminizado, caracterizado por altos níveis de informalidade, baixos salários e condições de trabalho precárias em todo o mundo. Na última década, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, surgiram intermediários no setor que organizam serviços de busca e contratação por meio de plataformas digitais. Mais recentemente, e com um grande impulso derivado da pandemia da covid-19, houve uma proliferação dessas plataformas na América Latina, levantando questões sobre os efeitos dessa nova forma de intermediação em nível regional. Embora globalmente a visão dominante das plataformas digitais de trabalho seja a de que elas levam à precarização das condições de trabalho, a literatura internacional emergente levanta a questão de saber se elas podem contribuir para a formalização do setor. Essa hipótese se baseia no reconhecimento de certas características dos intermediários digitais que possibilitam a institucionalização do vínculo empregatício em uma atividade que, em grande parte, não é regulamentada e na qual prevalecem a contratação direta e a negociação personalizada das condições de trabalho. Ao mesmo tempo, a literatura também adverte que certos modelos de negócios dessas plataformas contribuem para a não formalização e promovem um tipo de contratação que aprofunda a precariedade. No contexto desse debate, o objetivo deste artigo é contribuir para a compreensão da forma de intermediação desses novos atores na América Latina, levando em conta que a classificação trabalhista dos trabalhadores é um determinante crucial de seu acesso aos direitos. Para isso, é apresentado um mapeamento regional das plataformas digitais que operam no setor e é proposta uma tipologia com base nos modelos de negócios e no tipo de contratação promovidos pelas plataformas estudadas.