Resumo Há um consenso cada vez maior sobre a relevância da participação de atores não-estatais na governança climática. No entanto, múltiplas barreiras, tanto nacionais quanto mundiais ainda atrapalham a eficácia deste envolvimento. De acordo com uma pesquisa etnográfica, este artigo analisa como atores não-estatais de duas organizações − Ecos e a Coletivo Indígena Chileno sobre a Mudança Climática – percebem a participação deles na governança climática nacional. Nós realizamos 36 entrevistas semiestruturadas com participantes de dois grupos comprometidos com ação climática, sendo um deles liderado por organizações da sociedade civil e o outro convocado pelo Estado e composto por líderes dos povos indígenas, também envolvidas na observação de participantes. Apesar de terem motivações diferentes, todos compartilham a meta comum de abordarem desigualdades sociais e ecológicas através de respostas que surgem dos seus territórios. No entanto, estes grupos mostram que tanto a política nacional de mudança climática quanto o cenário internacional de governança climática continuam a considerar a participação de atores não-estatais como marginal, simbólica e instrumental. nãoestatais não estatais entanto barreiras envolvimento etnográfica 3 indígenas diferentes territórios marginal instrumental

Résumé Il existe un consensus croissant sur la pertinence de la participation des acteurs non étatiques à la gouvernance climatique. Cependant, de multiples obstacles aux niveaux national et mondial entravent encore l’efficacité de cet engagement. Sur la base d’une recherche ethnographique, cet article analyse comment les acteurs non étatiques de deux organisations Ecos et le Collectif autochtone chilien sur le changement climatique perçoivent leur participation à la gouvernance climatique nationale. Nous avons mené trente-six entretiens semi-structurés avec des participants de deux groupes engagés dans l’action climatique, l’un dirigé par des organisations de la société civile et l’autre convoqué par l’État et composé de dirigeants des peuples autochtones, en observant également les participants. Bien que leurs motivations soient diverses, ils partagent toutes l’objectif commun d’aborder les inégalités socio-écologiques à travers des réponses qui émergent de leurs territoires. Cependant, ces groupes montrent que la politique nationale sur le changement climatique et le scénario de gouvernance climatique internationale continuent de considérer la participation des acteurs non étatiques comme marginale, symbolique et instrumentale. Cependant lefficacité l efficacité engagement dune d une ethnographique trentesix trente six semistructurés semi structurés laction action lun lautre autre lÉtat État autochtones diverses lobjectif objectif daborder aborder socioécologiques socio écologiques territoires marginale instrumentale

Abstract There is a growing consensus about the relevance of the participation of non-state actors in climate governance. However, multiple barriers at the national and global levels still hinder the effectiveness of this engagement. Based on ethnographic research, this article analyses how non-state actors from two organisations −Ecos and the Chilean Indigenous Collective on Climate Change− perceive their participation in national climate governance. We conducted thirty-six semi-structured interviews with participants of two groups committed to climate action, one led by civil society organisations and the other convened by the state and composed of Indigenous Peoples leaders, and also engaged in participant observation. Although their motivations are diverse, all share the common goal of addressing socio-ecological inequalities through responses that emerge from their territories. However, these groups show that both national climate change policy and the international climate governance scenario continue to consider the participation of non-state actors as marginal, symbolic, and instrumental. nonstate non However engagement research Ecos Change thirtysix thirty six semistructured semi structured action leaders observation diverse socioecological socio ecological territories marginal symbolic instrumental

Resumen Existe un consenso cada vez mayor sobre la relevancia de la participación de los actores no estatales en la gobernanza climática. Sin embargo, aún existen múltiples barreras a nivel nacional y global para que este compromiso sea efectivo. Basándose en una investigación etnográfica, este artículo analiza la participación de actores no estatales de dos organizaciones - ECOS y Colectivo Indígena Chileno sobre Cambio Climático - en la gobernanza climática del Estado chileno. Realizamos treinta y seis entrevistas semi-estructuradas y observación participante entre los participantes de dos grupos comprometidos con la acción climática, uno liderado por organizaciones de la sociedad civil y el otro convocado por el Estado y compuesto por líderes de Pueblos Indígenas. Aunque sus motivaciones son diversas, todos comparten el objetivo común de hacer frente a las desigualdades socioecológicas mediante respuestas que surjan de sus territorios. Pero, estos grupos evidencian que tanto la política nacional de cambio climático, como la arena internacional de gobernanza climática, aun considera la participación de actores no estatales como marginal, simbólica e instrumental. embargo efectivo etnográfica chileno semiestructuradas semi estructuradas Indígenas diversas territorios Pero climático marginal instrumental

Abstract Introduction: various human groups have been trapped by the networks of narcopolitics. Many ethnic communities, products of marginalization and systematic discrimination from colonial times to the present, have been co-opted by drug traffickers for their benefit. Objective: analyze the role that indigenous communities have played in the interdependencies between drug traffickers and politicians, in the territories of the Tsotsiles and the Tseltales of the Altos de Chiapas - Mexico. Methodology: carries out a qualitative investigative and exploratory type, which includes technical observation of the participants, unstructured interviews with inhabitants of the area and review of secondary sources. The analysis considers elements of the discourse and is present in historical sequence. The study was based on the theory of resource dependence, recognizing different strategies for resistance. Conclusions: the communities studied have managed to remain distant from the power of drug traffickers. On the one hand, through the strategy of stealthy transfer to municipalities adjacent to where the cartels have begun to have a presence. And second, social cohesion was achieved due to a strong system of political positions, which prevents members of organizations that compete for scarce resources from reaching high levels of the administrative hierarchy of the communities.

Resumo Introdução: vários grupos humanos foram encurralados pelas redes da narcopolítica. Muitas comunidades étnicas, produtos da marginalização e da discriminação sistemática desde os tempos coloniais até ao presente, foram cooptadas pelos traficantes de droga para seu benefício. Objetivo: analisar o papel que as comunidades indígenas têm desempenhado nas interdependências entre traficantes de drogas e políticos, nos territórios dos Tsotsiles e dos Tseltales dos Altos de Chiapas - México. Metodologia: realiza um tipo qualitativo investigativo e exploratório, que inclui observação técnica dos participantes, entrevistas não estruturadas com moradores da área e revisão de fontes secundárias. A análise considera elementos do discurso e está presente na sequência histórica. O estudo baseou-se na teoria da dependência de recursos, reconhecendo diferentes estratégias de resistência. Conclusões: as comunidades estudadas conseguiram manter-se distantes do poder dos traficantes de drogas. Por um lado, através da estratégia de transferência furtiva para municípios adjacentes onde os cartéis começaram a ter presença. E em segundo lugar, a coesão social foi alcançada devido a um forte sistema de posições políticas, que impede os membros de organizações que competem por recursos escassos de alcançar altos níveis da hierarquia administrativa das comunidades.

Resumen Introducción: diversos grupos humanos han sido atrapados por las redes de la narcopolítica. Muchas comunidades étnicas, producto de la marginación y la discriminación sistemática desde tiempos coloniales hasta la actualidad, han sido cooptadas por los narcos para su beneficio. Objetivo: analizar el papel que han jugado las comunidades indígenas frente a las interdependencias entre narcos y políticos, en territorios de los Tsotsiles y los Tseltales de los Altos de Chiapas, México. Metodología: se realizó una investigación exploratoria de tipo cualitativo, que incluyó las técnicas de observación participante, entrevistas desestructuradas con habitantes de la zona y revisión de fuentes secundarias. El análisis considera elementos del discurso, presentados siguiendo una secuencia histórica. El estudio se apoyó en la teoría de dependencia de recursos, que reconoce diferentes estrategias para su resistencia. Conclusiones: las comunidades estudiadas han logrado permanecer distantes al poder de los narcos. Por un lado, mediante la estrategia de traslado sigiloso hacia municipios adyacentes a donde han empezado tener presencia los carteles. Y segundo, la cohesión social se logró debido a un fuerte sistema de cargos políticos, que impide a integrantes de organizaciones que compiten por recursos escasos, alcanzar altos niveles de la jerarquía administrativa de las comunidades.

Resumo A Constituição Brasileira de 1988 reconheceu aos povos indígenas o direito originário ao usufruto exclusivo de terras tradicionalmente ocupadas. O cumprimento de tal promessa depende da capacidade de órgãos estatais de remover invasores de territórios indígenas por meio da técnica jurídico-administrativa da desintrusão. Nos últimos anos, alianças entre políticos, fazendeiros e lideranças religiosas atualizaram antigos mecanismos de grilagem, operando a partir de redes de financiamento que instrumentalizam a ocupação de terras indígenas por grupos não-indígenas marginalizados. Amparado em fontes documentais e entrevistas semiestruturadas, o artigo examina a arquitetura institucional da desintrusão, seus contornos jurídicos e suas limitações factuais. Ele também descreve as formas pelas quais fluxos intercambiáveis de fé, dinheiro e votos se entrelaçam no nascimento de “comunidades locais” forjadas com o propósito de contestar direitos constitucionais territoriais indígenas. Para tanto, foca-se no surgimento das ocupações “Terra Prometida” e “Vila Renascer” dentro das terras indígenas Ituna-Itatá e Apyterewa. O texto argumenta que as estratégias de remediação empregadas no pós-1988 por povos indígenas e órgãos estatais para remover invasores de territórios protegidos e restringir processos de comodificação da terra podem ser interpretados como expressões de uma atitude militante-formalista diante da Constituição. 198 ocupadas jurídicoadministrativa jurídico administrativa desintrusão anos políticos grilagem nãoindígenas não marginalizados semiestruturadas factuais fé comunidades locais tanto focase foca Terra Prometida Vila Renascer ItunaItatá Ituna Itatá Apyterewa pós1988 pós pós-198 militanteformalista militante formalista 19 pós198 pós-19 1 pós19 pós-1 pós1 pós-

Abstract The Brazilian Constitution of 1988 recognized the original right to exclusive use over traditionally occupied lands to indigenous peoples. The fulfillment of this promise depends on the capacity of state organizations to evict invaders from indigenous recognized territory, by means of a legal-administrative instrument dubbed deintrusion. In recent years, alliances between politicians, landowners and religious leaderships have updated traditional mechanisms for land grabbing, by creating funding networks for the settlement of impoverished non-indigenous groups inside indigenous lands. Drawing on documental sources and semi-structured interviews, this text examines the institutional architecture of deintrusion, its legal contours, and its factual limitations. It also inquires about the ways through which exchangeable flows of faith, money and votes intertwine in the birth of local communities forged to challenge indigenous constitutional land rights. To that aim, it delves into the emergence of the occupations Promised Land and Rebirth Village inside the indigenous lands Ituna-Itatá and Apyterewa. Further, the text argues that the strategies of redress employed in the post-1988 period by indigenous peoples and state organizations in order to remove intruders from protected territories and restrain processes of land commodification can be interpreted as expressions of a militant-formalist attitude towards the Constitution. 198 territory legaladministrative administrative deintrusion years politicians grabbing nonindigenous non semistructured semi structured interviews contours limitations faith rights aim ItunaItatá Ituna Itatá Apyterewa Further post1988 post post-198 militantformalist militant formalist 19 post198 post-19 1 post19 post-1 post1 post-

Abstract The following article consists of the description and analysis of the conception on the teaching of Spanish as a national language and on the indigenous people and their languages by the team of Inspectors of the National Territories and Colonies, highlighting the figure of Raúl B. Díaz. For this, we use as sources his reports published between 1890 and 1916 in the magazine El Monitor de la Educación Común, which was the official broadcaster of the Consejo Nacional de Educación (CNE). In the first part we briefly present the theoretical and methodological approaches that we used for this work. Then we delve into the inspectors' reports to describe and analyze, on the one hand, how they conceive of the indigenous people and their languages and, on the other, the plans or projects for their schooling.

Resumen El siguiente artículo consiste en la descripción y el análisis sobre la enseñanza del castellano como lengua nacional y sobre los indígenas y sus lenguas por parte del cuerpo de Inspectores de los Territorios y Colonias Nacionales, destacando la figura de Raúl B. Díaz. Para ello, utilizamos como fuentes sus informes publicados entre 1890 y 1916 en la revista El Monitor de la Educación Común, que fue el órgano difusor oficial del Consejo Nacional de Educación (CNE). En una primera parte, presentamos brevemente los enfoques teóricos y metodológicos que utilizamos para este trabajo. Luego nos adentramos en los informes de los inspectores para describir y analizar, por un lado, cómo conciben a los indígenas y a sus lenguas y, por el otro, los planes o proyectos para su escolarización.

ABSTRACT: Both in International Law and in different domestic legal systems, the territorial rights of indigenous peoples have been interpreted following an “eco-cultural” understanding. This understanding bases the recognition of territorial rights primarily on the need to protect the material and spiritual link of these peoples with their territories. In this article, I will argue that the use of this kind of interpretation carries two risks for the indigenous peoples themselves. On the one hand, it could limit the recognition of rights to only those peoples who maintain a traditional and sustainable occupation and use of their lands and resources. On the other, it could restrict the type of use that indigenous peoples can make of their lands, territories, and resources.

RESUMEN: Tanto en el Derecho Internacional como en diferentes ordenamientos jurídicos domésticos, los derechos territoriales de los pueblos indígenas han sido interpretados siguiendo una comprensión “eco-cultural”. Esta comprensión basa el reconocimiento de derechos principalmente en la necesidad de proteger el vínculo material y espiritual de estos pueblos con sus territorios. En este artículo, sostendré que la utilización de este tipo de interpretación conlleva dos riesgos para estos propios pueblos. Por una parte, puede limitar el reconocimiento de derechos solo a aquellos pueblos que mantengan una posesión tradicional de sus territorios. Por otra, puede restringir el tipo de uso que los pueblos o comunidades indígenas puedan hacer de sus tierras, territorios y recursos.

RESUMO O acesso dos povos indígenas às universidades brasileiras teve um histórico excludente. Com o objetivo de analisar implicações e desdobramentos de suas presenças nesses espaços, uma universidade federal foi objeto deste estudo de intervenção por seu pioneirismo. Estudantes indígenas, docentes e gestores expuseram, em grupos focais e entrevistas, ‘não ditos’ do ensino superior indígena. Verificouse como seus movimentos contemporâneos saem dos territórios e chegam ao setor, dialogando com as propostas da promoção da saúde, sustentabilidade e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Avanços, dificuldades, contradições e contribuições culturais revelam a importância destes e favorecem questões mais amplas, oferecendo novos olhares a processos desenvolvidos. excludente espaços pioneirismo expuseram entrevistas não ditos indígena setor saúde Sustentável Avanços dificuldades amplas desenvolvidos

ABSTRACT Indigenous peoples’ access to Brazilian universities has had an exclusionary history. With the aim of analyzing implications and consequences of their presence in these spaces, a federal university was the object of this intervention study due to its pioneering spirit. Indigenous students, teachers, and managers exposed, in focus groups and interviews, ‘unsaid’ aspects of indigenous higher education. It was verified how their contemporary movements leave the territories and reach the sector, dialoguing with the proposals for health promotion, sustainability, and Sustainable Development Goals. Advances, difficulties, contradictions, and cultural contributions reveal their importance and favor broader issues, offering new perspectives on the processes developed. peoples history spaces spirit students teachers exposed interviews ‘unsaid unsaid education sector promotion sustainability Goals Advances difficulties contradictions issues developed

RESUMO O presente texto constitui-se como uma revisão de literatura, na qual se apresenta o percurso de construção do conceito de corpo-território, suas conexões com o feminismo comunitário, o ecofeminismo e o feminismo decolonial, para discutir a construção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis (TSS). Esse conceito proveio de mobilizações comunitárias de mulheres de povos originários de Abya Yala. Aos poucos, foi incorporado por mulheres indígenas, negras e camponesas brasileiras. O corpo-território consiste em dimensão biológica, mental, social e cosmogônica. A partir de seus corpos e territórios, elas questionam impactos de grandes empreendimentos, problematizam violências contra a mulheres e contra a Terra; problematizam desigualdades de sexo-gênero, classe e raça; e denunciam situações que constrangem a saúde e seus corpos e territórios. Por meio de práticas de cuidado, essas mulheres recuperam a saúde de si mesmas, de seus coletivos comunitários e territórios, ampliam a sua saúde e a saúde coletiva. Isso favorece a resiliência e a reparação da teia da vida. Esse protagonismo feminino tem sido invisibilizado em estudos sobre TSS. Assim, considera-se fundamental que essas contribuições feministas sejam interseccionais nas ações de promoção de TSS. constituise constitui literatura corpoterritório, corpoterritório corpo território, território comunitário decolonial TSS . (TSS) Yala poucos indígenas brasileiras biológica mental cosmogônica territórios empreendimentos Terra sexogênero, sexogênero sexo gênero, gênero sexo-gênero raça cuidado mesmas coletiva vida Assim considerase considera (TSS

ABSTRACT This text constitutes a literature review, which presents the path towards building the concept of body-territory, its connections with community feminism, ecofeminism and decolonial feminism, to discuss the construction of Healthy and Sustainable Territories (TSS). This concept originates from community mobilizations of women of Abya Yala peoples. It has been gradually incorporated by Brazilian Indigenous, Black and peasant women. The body-territory consists of biological, mental, social and cosmogonic dimensions. From their bodies and territories, they question the impacts of large undertakings; problematize violence against women and the Earth; problematize sex-gender, class and race inequalities; and denounce situations that constrain health and their bodies and territories. Through care practices, these women recover their own health and of their community groups and territories, expanding theirs and the collective health. This favors resilience and reparation of the web of life. This female protagonism has been invisible in studies on TSS. Therefore, it is considered essential that these feminist contributions are intersectional in actions to promote TSS. review bodyterritory, bodyterritory body territory, territory feminism TSS . (TSS) peoples Indigenous biological mental dimensions territories undertakings Earth sexgender, sexgender sex gender, gender sex-gender inequalities practices life Therefore (TSS

Abstract: The article addresses the implications of the implementation of indigenous policy aimed at indigenous peoples and territories that were not initially considered in the promulgation of Indigenous Law N° 19.253 of 1993. Based on long-term ethnographic and collaborative research, it analyzed the process of recognition of these peoples incorporated into the law; in 2006, the Diaguita people, in 2020 the Chango people and in 2023 the Selk’nam people, also adding the Afro-descendant tribal people in 2019 with Law N° 21.151. In particular, the implications of this late recognition in the relationship between indigenous leaders and organizations and officials are analyzed, in different dimensions such as accreditation processes, the formation of communities and the implementation of indigenous policy. Finally, the article shows the relevance of the perspective and methodology of state ethnography to analyze the multiple complexities of the context, the agents and agency of those involved in these relationships and the forms of negotiation, conflict, and collaboration in this late recognition, in contrast to indigenous peoples and territories that were explicitly incorporated into the law in 1993.

Resumen: El artículo aborda las implicancias de la puesta en acción de la política indígena orientada a los pueblos y territorios indígenas que no se consideraron inicialmente en la promulgación de la Ley Indígena N° 19.253 de 1993. A partir de una investigación etnográfica y colaborativa de larga duración, se analiza el proceso de reconocimiento de estos pueblos: en 2006, el pueblo Diaguita; en 2020, el pueblo Chango y en 2023, el pueblo Selk’nam, a lo que se suma el Pueblo Tribal Afrodescendiente en 2019, con la Ley N° 21.151. En particular, se analizan las implicancias de este reconocimiento tardío en la relación entre líderes y organizaciones indígenas y funcionarios en diferentes dimensiones, como los procesos de acreditación, la conformación de comunidades y la implementación de la política indígena. Finalmente, el artículo muestra la relevancia de la perspectiva y la metodología de la etnografía del estado para analizar las múltiples complejidades del contexto, los agentes y la agencia de los involucrados en estas relaciones y las formas de negociación, conflicto y colaboración en este reconocimiento tardío, en contraste con los pueblos y territorios indígenas que fueron incorporados explícitamente en la ley en 1993.

Abstract Literacy scholars have pointed out the neoliberal co-opting of literacy and language learning, specially when English is often promoted as the language of progress by the English language teaching industry and educational policies worldwide. This utilitarian discourse on English language learning has been passively accepted and reinforced by governments, policy makers, educators, and society in general. Such positioning not only furthers neoliberal values of competition and individualism, but also perpetuates Western ideas of development that have proven to be detrimental for our planet. Scholars in the field of Education have acknowledged the necessity of prioritizing indigenous epistemologies to transform education. Thus, in this article I introduce the ‘Pluriversal literacies’, a decolonial framework which conceptualizes literacies as relational, land-based, and multisentient practices, such as weaving plants, constructed within communities and their territories. I argue that this framework may facilitate the transformation of English language teaching, especially in foreign language contexts, by centering and valuing the knowledges, cultures, and literacies of non-dominant learners.

Resumen Varios investigadores en el campo de la literacidad han señalado la cooptación neoliberal de la literacidad y el aprendizaje de idiomas, particularmente a través de la constante promoción del inglés como la lengua del progreso por parte de la industria de la enseñanza del inglés y las políticas educativas globales. Este discurso utilitarista sobre el aprendizaje de la lengua inglesa ha sido aceptado pasivamente y reforzado por gobiernos, políticos, educadores y la sociedad en general. Tal posicionamiento no sólo promueve los valores neoliberales de competencia e individualismo, sino que perpetúa las ideas occidentales de desarrollo que han demostrado ser desastrosas para nuestro planeta. En este contexto, los investigadores en el campo de la educación han reconocido la necesidad de volver a centrar las epistemologías indígenas para transformar la educación. En este artículo, propongo las “literacidades pluriversales”, un marco decolonial que conceptualiza las literacidades como prácticas basadas en la tierra, relacionales y multisensoriales, construidas dentro de las comunidades y sus territorios. Sostengo que este marco teórico puede permitir transformar la enseñanza del inglés, especialmente en contextos de lenguas extranjeras, al centrarse en y valorar los conocimientos, las culturas y las alfabetizaciones de los alumnos pertenecientes a grupos no dominantes.

Abstract The development model of Latin American countries turns them into suppliers of raw materials for the international market, whose growing requirements promote the expansion of extractive activities on the rural territories in which peasant and indigenous communities settle. This integration into the world market generates socio-environmental conflicts. The resistance and opposition of the communities to the expansion of extractivism over their area of residence activates mechanisms of criminalization and repression by State security institutions and de facto powers. The present work carries out a historical recovery of the mechanisms of stigmatization, criminalization, and state repression in response to the organization and struggle for land by residents of northern Paraguay who were part of the first land occupation after the fall of the dictatorship. This historical episode clarifies the criminalizing and repressive process installed since the second half of the first decade of the 21st century.

Resumen El modelo de desarrollo de los países latinoamericanos los convierte en proveedores de materias primas para el mercado internacional, cuyos requerimientos crecientes promueven la expansión de actividades extractivas sobre los territorios rurales en los que se asientan comunidades campesinas e indígenas. Esta integración al mercado mundial genera conflictos socioambientales. La resistencia y la oposición de las comunidades a la expansión del extractivismo sobre su área de residencia activa mecanismos de criminalización y represión por parte de instituciones de seguridad del Estado y poderes fácticos. El presente trabajo realiza una recuperación histórica de los mecanismos de estigmatización, criminalización y represión estatal en respuesta a la organización y la lucha por la tierra por parte pobladores y pobladoras del norte paraguayo que fueron parte de la primera ocupación de tierras luego de la caída de la dictadura. Ese episodio histórico esclarece el proceso criminalizador y represor instalado desde la segunda mitad de la primera década del siglo XXI.

Abstract In Chile, despite the fact that the General Education Law No. 20,370 establishes the need to recognize and value people in their cultural specificity, worldview and history, the Educational Policy of Vocational Technical Training does not incorporate knowledge, methods or practices of the various indigenous cultures in the learning processes. To address this problem, educational institutions should move forward in assuming an intercultural educational approach, to ensure the recognition of social and cultural diversity. Using a documentary review at the international, national and local levels, the objective of this essay is to discuss the relevance of the intercultural educational approach as an alternative theoretical support to the monocultural approach that governs the current Vocational Technical Training Policy from the analysis of the Chilean case. To achieve this, we examine the professional technical policy, its laws and regulations in force, to account for how the current school curriculum and educational processes have configured a monocultural, homogenizing and decontextualized educational system. With this analysis, a proposal is presented to modify the policy in question, to incorporate a fifth strategic pillar: Intercultural Learning, based on four lines of action: learning centered on values; articulation of pedagogical approaches; bilingual intercultural learning; and, co-constructed learning. The conclusions suggest that our proposal would be an alternative way to the Western conception to learn and build knowledge, thus responding to the historical, social, cultural and individual demands of people and their territories.

Resumen En Chile, a pesar de que la Ley General de Educación N°20.370 establece la necesidad de reconocer y valorar a las personas en su especificidad cultural, cosmovisión e historia, la Política Educativa de Formación Técnica Profesional no incorpora conocimientos, métodos o prácticas de las diversas culturas indígenas en los procesos de aprendizaje. Para enfrentar este problema, las instituciones educativas deberían avanzar en asumir un enfoque educativo intercultural para garantizar el reconocimiento de la diversidad social y cultural. Mediante una revisión documental a nivel internacional, nacional y local, el objetivo de este ensayo es discutir la pertinencia del enfoque educativo intercultural como sustento teórico-práctico alternativo del enfoque monocultural que gobierna la actual Política de Formación Técnica Profesional a partir del análisis del caso chileno. Para lograrlo, examinamos la política técnica profesional, sus leyes y normas vigentes, con el fin de dar cuenta de cómo el actual curriculum escolar y los procesos educativos han configurado un sistema educativo monocultural, homogeneizador y descontextualizado. Con este análisis, se presenta una propuesta de modificación a la política en cuestión, para incorporar un quinto pilar estratégico: Aprendizaje Intercultural, sustentado en cuatro líneas de acción: aprendizaje centrado en valores; articulación de enfoques pedagógicos; aprendizaje intercultural bilingüe y aprendizaje co-construido. Las conclusiones plantean que nuestra propuesta sería una forma alternativa a la concepción occidental para aprender y construir conocimientos, respondiendo a las demandas históricas, sociales, culturales e individuales de las personas y sus territorios.

Resumo Há uma ampla pesquisa que documenta como o processo de expansão do capital modificou os modos de vida camponeses e indígenas em escala planetária. No entanto, quando se pensa em territorialidades rurais no contexto da crise neoliberal, há nós teóricos e metodológicos que exigem uma investigação política sobre a formação social variada e a condição multissetorial da América Latina. Este artigo questiona as condições teórico-políticas que envolvem o trabalho etnográfico em ruralidades cujas estruturas sociais capitalistas não foram totalmente desenvolvidas e coexistem com formas jurídicas e sociais de formação pré-capitalistas. Com base em uma proposta metodológica etnográfica que combina conceitualização teórica, análise documental e observação participante em territórios rurais camponeses e indígenas de Malargüe (Mendoza, Argentina), este artigo fornece elementos para uma noção de ‘etnografia variada’ como uma modalidade emergente de estudo antropológico, político e sociológico do universo camponês e indígena na América Latina.

Resumen Existe una amplia indagación que documenta cómo el proceso de expansión del capital ha modificado los modos de vida campesinos e indígenas a escala planetaria; sin embargo, al momento de pensar las territorialidades rurales en el horizonte de crisis neoliberal, irrumpen nudos teóricos y metodológicos que requieren una indagación política sobre la formación social abigarrada. El presente artículo se cuestiona por las condiciones teórico-políticas que rodean un trabajo etnográfico en ruralidades cuyas estructuras sociales capitalistas no han logrado desarrollarse en su totalidad y conviven con formas jurídicas y sociales de formación precapitalistas. A partir de una propuesta metodológica etnográfica que combina conceptualización teórica, análisis documental y observación participante en territorios rurales campesinos e indígenas de Malargüe (Mendoza, Argentina), se aportan aquí elementos para una noción de ‘etnografía abigarrada’ como modalidad emergente del estudio antropológico, político y sociológico del universo campesino e indígena en América Latina.

Abstract There is ample research documenting how the process of capital expansion has modified peasant and indigenous ways of life on a planetary scale; however, when thinking about rural territorialities in the neoliberal crisis horizon, there are theoretical and methodological knots that require a political inquiry on the variegated social formation. This article questions the theoretical-political conditions surrounding ethnographic work in rural areas whose capitalist social structures have not been fully developed and coexist with legal and social forms of pre-capitalist formation. Based on an ethnographic methodological proposal that combines theoretical conceptualization, documentary analysis and participant observation in rural peasant and indigenous territories of Malargüe (Mendoza, Argentina), elements are provided here for a notion of ‘variegated ethnography’ as an emerging modality of anthropological, political and sociological study of the peasant and indigenous universe in Latin America.

ABSTRACT In Mexico, in the Eastern Sierra of Hidalgo, as well as in other territories inhabited by indigenous groups, an intimate relationship with their territory and nature is observed, generating knowledge, ways of being and existing that are transmitted generationally through oral tradition and practice, embodied in various rituals. In the case of the Ñuhu (Otomi) and Ma’alh’ama’ (Tepehua) peoples of this region, the presence of various deities is noted, one of them being the "Siren," which is shared among both ethnic groups. Therefore, this document aims to primarily analyze the ecopolitical ontologies of the Ñuhu and Ma’alh’ama’ of the Eastern Sierra of Hidalgo through their customs (ritual practices), specifically those related to the Siren, which strengthen their relationship with their territory and nature. This analysis is made possible through semi-structured interviews, the systematization of shared experiences and narratives from nine farmers, and ethnographic work supported by participant observation. Finally, it is concluded that rituals to the Siren can be understood not only as sociocultural events but as historical assemblages between humans and non-humans, inherent to the existence and continuity of these indigenous groups as collective political subjects with their own rights over their nature, territory, and self-determination.

RESUMEN En México, en la Sierra Oriental Hidalguense, al igual que en otros territorios custodiados por grupos indígenas, se observa una relación íntima con su territorio y naturaleza, lo cual genera saberes, formas de ser y estar que se transmiten generacionalmente a través de la oralidad y la práctica, que se acuerpan en diferentes rituales. Para el caso de los Ñuhu (otomíes) y Ma’alh’ama’ (tepehuas) de este lugar, se observa la presencia de diversas deidades, una de ellas es la «Sirena», misma que comparten entre ambos grupos étnicos. Debido a lo anterior, el presente documento tiene como objetivo principal analizar las ontologías ecopolíticas de los Ñuhu y Ma’alh’ama’ de la Sierra Oriental Hidalguense a través de los costumbres1 (prácticas rituales), en concreto las relacionadas con la Sirena, las cuales fortalecen la relación con su territorio y naturaleza. Este análisis es posible a través de entrevistas semiestructuradas, de la sistematización de compartencias y narrativas de nueve campesinos, y del trabajo etnográfico, apoyado de la observación participante. Finalmente, se concluye que los rituales a la Sirena no solo pueden comprenderse como eventos socioculturales, sino como ensamblajes históricos entre humanos y no humanos, inherentes a la existencia y permanencia de estos grupos indígenas como sujetos políticos colectivos con derechos propios sobre su naturaleza, territorio y libre determinación.

Abstract The objectives of this article aim to recount the conflict over access to land and/or decent working conditions in post-conquest contexts—observing, comparing, and analyzing different strategies of indigenous agency, private action, and the role of the State as a “mediating entity” in the region of the Department of Los Lagos and Alumine (Neuquén province) in the first decades of the 20th century. Although each process possesses specific dynamics, the central actors are indigenous families who, decades ago, were dispossessed of their territories in the context of the military advance of the Argentine State. In this regard, we observe the common historical and current problems related to access to land and/or decent labor conditions. This work is based on documentation from the territorial period: from the Neuquén Land and Colonies Directorate; from the Catastro archive and from the Provincial Archive System, all from the province of Neuquén.

Resumen Este artículo expone y analiza la conflictividad en torno al acceso a la tierra y/o a condiciones de trabajo dignas en contextos posconquista; observando, comparando y analizando diferentes estrategias de la agencia indígena, el accionar privado y el rol del Estado como "ente mediador" en la región del Departamento de Los Lagos y de Aluminé (provincia de Neuquén) en las primeras décadas del siglo XX. Si bien cada proceso posee dinámicas específicas, tienen como actores centrales a familias indígenas que, en el contexto de avance estatal-militar de fines del siglo XIX, fueron despojadas de sus territorios. Finalmente, nos parece interesante observar las problemáticas históricas y presentes en lo relativo al acceso a la tierra y/o a condiciones laborales dignas. La documentación trabajada corresponde al período territoriano, en particular la Dirección de Tierras y Colonias de Neuquén; el archivo de Catastro y el Sistema Provincial de Archivos, todos de la actual provincia de Neuquén.

RESUMEN El dengue es una enfermedad que constituye un problema de salud pública difícil de controlar por la multidimensionalidad de factores asociados y las particularidades de los territorios. En este artículo se analiza la noción de empoderamiento familiar relacionada con la prevención y control del dengue en Córdoba, Colombia. De julio a octubre de 2023, a partir de un enfoque cualitativo se realizaron entrevistas semiestructuradas a 30 grupos familiares localizados en los municipios de San Andrés de Sotavento, San Bernardo del Viento, Pueblo Nuevo y Montería, seleccionados por ser territorios indígenas, afrodescendientes o con población rural y urbano en condiciones de vulnerabilidad. Los resultados muestran que las familias, más allá de sus arreglos particulares en términos de estructura y dinámica, son conscientes de su lugar en la prevención y control de enfermedades, identificando las capacidades requeridas para enfrentar el dengue. Sin embargo, reproducen narrativas de dominio conceptual y de poder que asignan un mayor compromiso por parte de los agentes educativos y de salud para el fomento de alternativas que contribuyan a disminuir los riesgos por dengue. Se discuten los desafíos que se deben enfrentar para un efectivo empoderamiento familiar, de modo que las prácticas de prevención cobren mayor vigor.

ABSTRACT Dengue is a disease that constitutes a public health problem difficult to control due to the multidimensionality of associated factors and the particularities of the territories. This article analyzes the notion of family empowerment related to the prevention and control of dengue in Córdoba, Colombia. From July to October 2023, using a qualitative approach, semi-structured interviews were conducted with 30 family groups located in the municipalities of San Andrés de Sotavento, San Bernardo del Viento, Pueblo Nuevo, and Montería, selected for being indigenous, Afro-descendant, or rural and urban populations in vulnerable conditions. The results show that families, beyond their particular arrangements in terms of structure and dynamics, are aware of their role in the prevention and control of diseases, identifying the capacities required to face dengue. However, they reproduce narratives of conceptual and power dominance that assign a greater commitment on the part of educational and health agents to promote alternatives that contribute to reducing the risks of dengue. The challenges that must be faced for effective family empowerment are discussed, so that prevention practices gain greater strength.