RESUMO Objetivos. Este estudo teve dois objetivos: primeiro, estimar as tendências da viabilidade financeira de bebidas açucaradas e alimentos não essenciais com alta densidade energética no México entre 2010 e 2022, tanto em âmbito nacional quanto por nível de renda familiar. O segundo foi simular os efeitos de diferentes aumentos nos impostos incidentes sobre esses alimentos e bebidas para observar a variação da sua viabilidade financeira em comparação com o cenário atual. Métodos. Adotamos as rodadas de 2010 a 2022 da Pesquisa Nacional de Renda e Despesas Familiares do México. O índice de viabilidade financeira foi estimado como a proporção da renda mensal necessária para comprar 16 litros de bebidas açucaradas e 2,8 kg de alimentos não essenciais com alta densidade energética, valores que refletem o consumo mensal mediano por domicílio. São apresentadas as tendências do índice de viabilidade financeira e seus componentes (por exemplo, renda e custos). Além disso, foram simulados diferentes aumentos nos impostos para o período de 2014 a 2022. Resultados. Em âmbito nacional e entre as famílias de baixa renda, não houve variações significativas na viabilidade financeira dos alimentos e bebidas incluídos no estudo antes e depois da cobrança de impostos sobre esses itens alimentícios, introduzidos em 2014. Os cenários de simulação mostraram que um imposto de 3 pesos/litro sobre bebidas açucaradas e 32% sobre alimentos não essenciais com alta densidade energética reduziria a acessibilidade para todos os níveis de renda. Conclusões. O patamar atual dos impostos não é suficiente para reduzir consideravelmente a viabilidade financeira desses alimentos e bebidas. Para as famílias de baixa renda, os aumentos de renda foram maiores que os aumentos de preços; portanto, as bebidas açucaradas e os alimentos não essenciais com alta densidade energética não se tornaram menos acessíveis, mesmo após a introdução dos impostos em 2014. As alíquotas dos impostos precisariam sofrer um aumento significativo para reduzir a viabilidade financeira, e devem ser corrigidas pelo crescimento econômico a fim de compensar os aumentos na renda familiar.
RESUMEN Objetivos. Este estudio tuvo dos objetivos. En primer lugar, estimar las tendencias en la asequibilidad de las bebidas azucaradas y los alimentos no esenciales de alto contenido calórico del 2010 al 2022 en México, tanto a nivel nacional como según nivel de ingresos de los hogares. En segundo lugar, simular los efectos de diferentes aumentos de los impuestos para estos alimentos y bebidas a fin de observar en cuánto cambiaría su asequibilidad en comparación con la situación actual. Métodos. Utilizamos las rondas del 2010 al 2022 de la Encuesta Nacional de Ingresos y Gastos de los Hogares de México. La razón de asequibilidad se calculó mediante la proporción de los ingresos mensuales necesaria para comprar 16 litros de bebidas azucaradas y 2,8 kg de alimentos no esenciales de alto contenido calórico, cantidades que corresponden a la mediana del consumo mensual por hogar. Se describen las tendencias de la razón de asequibilidad y sus componentes (p. ej., ingresos y costos). Además, se simularon diferentes aumentos de impuestos para el período 2014-2022. Resultados. A nivel nacional y en los hogares de ingresos bajos, la asequibilidad de estos alimentos y bebidas no mostró cambios significativos entre antes y después de la aplicación de los impuestos que se les aplicaron en el 2014. Los escenarios de simulación mostraron que un impuesto de 3 pesos/l para las bebidas azucaradas y del 32% para los alimentos no esenciales de alto contenido calórico sería eficaz para reducir la asequibilidad en todos los niveles de ingresos. Conclusiones. Los impuestos actuales no son lo suficientemente altos como para lograr una reducción significativa de la asequibilidad de estos alimentos y bebidas. Para los hogares de ingresos bajos, los aumentos de los ingresos fueron mayores que los aumentos de los precios, por lo que las bebidas azucaradas y los alimentos no esenciales de alto contenido calórico no se pasaron a ser menos asequibles, ni siquiera después de la introducción de los impuestos en el 2014. Las tasas impositivas tendrían que aumentar de manera significativa para reducir la asequibilidad, y deberían ajustarse en función del crecimiento económico para compensar los aumentos de los ingresos familiares.
ABSTRACT Objectives. This study had two objectives: first, to estimate trends in affordability of sugar-sweetened beverages and nonessential energy-dense foods from 2010 to 2022 in Mexico, both nationally and by household income level. The second was to simulate the effects of different tax increases for these foods and beverages to observe how much their affordability would change compared with the current scenario. Methods. We used the 2010 to 2022 rounds of the Mexican National Survey of Household Income and Expenditures. The affordability ratio was estimated as the proportion of monthly income required to purchase 16 L of sugar-sweetened beverages and 2.8 kg of nonessential energy-dense foods, amounts that reflect median monthly consumption per household. Trends in the affordability ratio and its components (e.g. income and costs) are reported. Additionally, different tax increases were simulated for 2014–2022. Results. Nationally and among low-income households, the affordability of these foods and beverages did not show significant changes before and after the implementation of the taxes on these introduced in 2014. The simulation scenarios showed that a tax of 3 pesos/L for sugar-sweetened beverages and 32% for nonessential energy-dense foods would be effective in reducing affordability at all income levels. Conclusions. Current taxes are not high enough to significantly reduce the affordability of these foods and beverages. For low-income households, increases in income were greater than the increases in prices, thus sugar-sweetened beverages and nonessential energy-dense foods did not become less affordable, even after taxes were introduced in 2014. Tax rates would need to increase significantly to reduce affordability, and they should be adjusted for economic growth to compensate for increases in household income.