Resumen La arquitectura se posiciona, desde sus capacidades comunicativas, como sistema de interpretación, representación y transformación de la realidad. En el marco de la actividad arquitectónica contemporánea, puede entenderse la performatividad en arquitectura como aquella capacidad que parte de su carácter comunicacional, para trascender cualquier función, programa o contexto específico, constituirse como catalizador de nuevos procesos y exceder la transmisión de un mensaje, en favor de la construcción de una interpretación de la realidad, la producción de significado o la generación de nuevas relaciones con el usuario. El contexto contemporáneo ha puesto en valor nuevamente el contenido semántico de la labor arquitectónica atendiendo a la crisis disciplinar que atraviesa desde el fin de la modernidad. Tal como sostiene Lorenzo Rocha (2018), “Casi todos los arquitectos están de acuerdo en que su profesión se encuentra en cisis, pero la mayoría de ellos no sabría explicar con exactitud las razones del malestar en la arquitectura” (p. 12). El concepto de performatividad en arquitectura parte del reconocimiento de una de las tantas capacidades que caracterizan la disciplina, asociada a procesos que generan acciones o plantean declaraciones ideológicas para trascender la especialización técnica y la capitalización disciplinar, quizás los principales motores de la crisis contemporánea. No obstante, no se trata de una capacidad nueva, sino que puede reconocerse como implícita en el ejercicio de la disciplina. Su estudio en la contemporaneidad permite una reinterpretación de los preceptos del ejercicio de la arquitectura para devolverle su valor como sistema de pensamiento e interpretación de la realidad, capaz de traducir y transformar la realidad en la que se inserta. Como parece imposible explicar la performatividad sin adoptar una actitud performativa al respecto, el presente artículo parte de un breve análisis de la ‘Alegoría de la caverna’ de Platón, que permite transponer ciertos conceptos al ámbito de la disciplina arquitectónica y proponer una aproximación general a lo que entendemos como ‘Performatividad en Arquitectura’, concluyendo en la exposición de una de sus manifestaciones más representativas, aquella que definimos como performance arquitectónica.
Abstract Architecture is positioned, from its communicative capacities, as a system of interpretation, representation and transformation of reality. Within the context of contemporary architectural activity, performativity in architecture can be understood as that capacity that starts from its communicational nature, to transcend any function, program or specific context, to become a catalyst for new processes and exceed the transmission of a message, in favor of the construction of an interpretation of reality, the production of meaning or the generation of new relationships with the user. The contemporary context has once again valued the semantic content of architectural work in response to the disciplinary crisis that it has been going through since the end of modernity. As Lorenzo Rocha (2018) states, “Almost all architects agree that their profession is in crisis, but most of them would not know how to explain exactly the reasons for the discomfort in architecture” (p. 12). The concept of performativity in architecture stems from the recognition of one of the many capacities that characterize the discipline, associated with processes that generate actions or pose ideological statements to transcend technical specialization and disciplinary capitalization, perhaps the main drivers of the contemporary crisis. However, it is not a new capacity, but rather one that can be recognized as implicit in the exercise of the discipline. Its study in contemporaneity allows a reinterpretation of the precepts of the exercise of architecture to restore its value as a system of thought and interpretation of reality, capable of translating and transforming the reality in which it is inserted. As it seems impossible to explain performativity without adopting a performative attitude in this regard, this article starts from a brief analysis of Plato’s ‘Allegory of the cave’, which makes it possible to transpose certain concepts to the field of architectural discipline and propose a general approach to what we understand as ‘Performativity in Architecture’, concluding in the exhibition of one of its most representative manifestations, that which we define as architectural performance.
Resumo A arquitetura se posiciona, a partir de suas capacidades comunicativas, como um sistema de interpretação, representação e transformação da realidade. No quadro da atividade arquitetónica contemporânea, a performatividade em arquitetura pode ser entendida como aquela capacidade que parte do seu caráter comunicacional, pra transcende qualquer função, programa ou contexto específico, para se tornar no catalisador de novos processos e ultrapassar a transmissão de uma mensagem, em favorecer a construção de uma interpretação da realidade, a produção de sentido ou a geração de novas relações com o usuário. O contexto contemporâneo voltou a valorizar o conteúdo semântico da obra arquitetónica em resposta à crise disciplinar que atravessa desde o fim da modernidade. Como sustenta Lorenzo Rocha (2018), “Quase todos os arquitetos concordam que sua profissão está em crise, mas a maioria deles não saberia explicar exatamente as razões do desconforto na arquitetura” (p. 12). O conceito de performatividade em arquitetura decorre do reconhecimento de uma das muitas capacidades que caracterizam a disciplina, associadas a processos que geram ações ou colocam afirmações ideológicas para transcender a especialização técnica e a capitalização disciplinar, talvez os principais impulsionadores da crise contemporânea. No entanto, não é uma capacidade nova, mas sim uma que pode ser reconhecida como implícita no exercício da disciplina. O seu estudo na contemporaneidade permite uma reinterpretação dos preceitos do exercício da arquitetura para restituir o seu valor como sistema de pensamento e interpretação da realidade, capaz de traduzir e transformar a realidade em que se insere. Como parece impossível explicar a performatividade sem adotar uma atitude performativa a esse respeito, este artigo parte de uma breve análise da ‘Alegoria da caverna’ de Platão, que permite transpor certos conceitos para o campo da disciplina arquitetônica e propor uma abordagem ao que entendemos por ‘Performatividade em Arquitectura’, concluindo na exposição de uma das suas manifestações mais representativas, aquela que definimos como performance arquitectónica.