Resumen El temor que produce el delito reconfigura el habita urbano en los vecindarios. Este no remite a la experiencia directa del crimen, sino a diversos factores que se desenvuelven en la escala de la calle, del barrio y de la ciudad. Un aspecto poco explorado es cómo este sentimiento está imbricado en procesos y trasformaciones urbanas. A partir de un estudio cualitativo realizado en la comuna de Maipú en Santiago de Chile, indagamos en los juicios y valoraciones asociados al peligro y el delito, y cómo estos se vinculan con cambios socio espaciales. Nuestra tesis es que la percepción de inseguridad trastoca el imaginario tradicional de una comuna de clase media residencial; esta, tras un proceso de crecimiento demográfico y de cambio en su estructura urbana, moviliza nuevas formas de significar el entorno en el que se reside. En los vecindarios emerge la figura del "empeligrosamiento" hacia los desconocidos, un proceso de subjetivación que resignifica las interacciones sociales que no son predecibles. Este proceso no se produce de manera homogénea en el territorio, sino que está mediado por el tipo de barrio en el que se reside.
Abstract The fear that crime produces reconfigures urban living in neighborhoods. This does not refer to the direct experience of crime, but to various factors that unfold on the street, neighborhood and city scale, hiding behind it various fears and concerns. A less explored aspect refers to how this feeling is embedded in urban processes and transformations. Based on a qualitative study carried out in the Maipú district in Santiago de Chile, we investigated the judgments and assessments associated with danger and crime and how these are related to socio-spatial changes. Our thesis is that the perception of insecurity overturns the traditional imagery of a residential middle-class commune, which, after a process of demographic growth and changes in its urban structures, mobilizes new ways of signifying the environment in which it resides. In the neighborhoods, the figure of "empeligrosamiento" towards strangers emerges, a process of subjectivation that redefines social interactions that are not predictable. This process does not occur homogeneously in the territory, but is mediated by the type of neighborhood in which it resides.
Résumé
Resumo O medo que o crime produz reconfigura a vida urbana nos bairros. Isso não se refere à experiência direta do crime, mas a vários fatores que se desenrolam na escala de ruas, bairros e cidades, escondendo atrás de si vários medos e preocupações. Um aspecto menos explorado refere-se a como esse sentimento está incorporado nos processos e transformações urbanas. Com base em um estudo qualitativo realizado no distrito de Maipú, em Santiago do Chile, investigamos os julgamentos e avaliações associados ao perigo e ao crime e como eles estão relacionados às mudanças socioespaciais. Nossa tese é que a percepção de insegurança rompe o imaginário tradicional de uma comunidade residencial de classe média que, após um processo de crescimento demográfico e mudanças em suas estruturas urbanas, mobiliza novas formas de significar o ambiente em que reside. Nas vizinhanças, surge a figura de "emaranhamento" em relação a estranhos, um processo de subjetivação que ressignifica interações sociais que não são previsíveis. Esse processo não ocorre de forma homogênea no território, mas é mediado pelo tipo de bairro em que reside.