A flora daninha infestante de um canavial é bastante específica e bem característica. O uso contínuo do mesmo herbicida é um dos fatores relacionados ao manejo, que mais tem contribuído para essa seleção. A tiririca (Cyperus rotundus) aparece como uma das principais espécies daninhas infestantes dos canaviais. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência do controle químico da tiririca, através da utilização do herbicida halosulfuron, pertencente ao grupo químico das sulfoniluréias, na cultura da cana-de-açúcar. O experimento foi instalado na EPAMIG, em Prudente de Morais - MG, em 24 de março de 1994, com a variedade RB-72454, em solo de várzea Glei Pouco Úmido, textura argilo-siltosa com pH 5,8 e 2,9% de matéria orgânica. O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro repetições. Os herbicidas halosulfuron e 2,4-D (produto utilizado para comparação) foram aplicados em pós-emergência, em área total (cana-planta com altura média de 65cm), com pulverizador costal à pressão constante de 2,4kgf/cm2 ; munido de barra com dois bicos de jato plano (tipo "leque") 110.03, e vazão de 260 l/ha. No momento da aplicação a tiririca encontrava se no final da fase vegetativa e início do florescimento, com altura variando entre 15 e 30cm. O herbicida halosulfuron foi aplicado em mistura com o surfactante do grupo Tallow Amina, a 0,5% v/v. Foram realizadas avaliações de controle de plantas daninhas aos 15, 30, 60 e 90 dias após a aplicação dos herbicidas, baseando-se na contagem do número de manifestações epígeas vivas em 0,2m2 por parcela. Pelos resultados obtidos o halosulfuron, na dosagem de 131,25 g i.a./ha, mostrou-se altamente eficiente no controle pós-emergente da tiririca na cultura da cana-de-açúcar, proporcionando, aos 60 dias após a aplicação, um controle superior a 90%. Testes de viabilidade de tubérculos coletados 90 dias após a aplicação dos herbicidas, até a profundidade de 0,20m, mostraram que doses de 93,75; 112,5 e 131,25 g i.a./ha de halosulfuron chegaram a reduzir em respectivamente 47,7%, 52,7% e 60,7% o número de tubérculos viáveis. Esse resultado foi muito superior ao obtido com a aplicação do 2,4-D, que apresentou redução de apenas 23% no número de tubérculos viáveis. O produto mostrou-se totalmente seletivo à cultura, tendo sido aplicado em pós-emergência, na área total, não tendo sido observado qualquer sintoma de injúria caracterizado por necrose ou redução do crescimento das plantas.
The weed flora infesting sugar cane fields is specific and well characterized. The continuous use of the same hebicide is one of the crop managing factors which has mostly contributed to this weed selection. The purple nutsedge (Cyperus rotundus) is one of most important weed species infesting sugar cane fields. The objective of this studv was to evaluate the efficiency of the chemical control of purple nutsedge bv the herbicide halosulphuron, a sulphonylurea, ln the sugar cane crop. The experiment was set up at the EPAMIG Experimental Station, Prudente de Morais - MG, March 24, 1994, with the variety RB-72454, in a humic-glev silt-clay lowland soil, pH 5.8 and 2.9 organic matter. The experimental lavout was a randomized block design, with six tratments and five replications. The herbicides halosulphuron and 2,4-D (control) were applied as post-emergence, covering the whole area (sugar cane plants were 65cm tall), with a hand-held, 2,4kgf/cm2 constant pressure spraver, with two 110.03 flat spray tips, at the rate of 260 l/ha. During herbicide application, 15-30cm high purple nutsedges were terminating their vegetative growth and begining to flower. Halosulphuron was applied in a mixture wlth a Tallow Amine surfactant, 0.5% v/v. Weed control evaluation were done at 15, 30, 60 and 90 days after herbicide application, couting the number of live sproutings ln 0.2m2/plot . Results showed that halosulphuron, at the rate of 131,25 g i.a./ha gave better than 90% weed control 90 days after application. Viability tests performed in tubers collected 20cm deep, 90 days after herbicide application, showed that halosulphuron rates of 93,75; 112,5 and 131,25 g i.a./ha reduced viable tubers by 47,7%, 52,7% and 60,7% respectively. These results are significantlv better than those obtained with 2,4-D, which reduced viable tubers by only 23%. Halosulphuron appeared to be selective to sugar cane when applied in post-emergence covering the hole area, showing no injury svmptoms such as necrosis or stunted growth.