Resumo: No cenário contemporâneo, a potência crítica das ciências sociais tem sido desafiada. De um lado, reconhecemos a democracia como arena agonística (Mouffe), em que o consenso significa sua morte. De outro, a fragmentação das demandas fragiliza as conquistas democráticas, esvaziando a ideia de emancipação. Destacamos os feminismos e os modos como lidam com o conteúdo emancipatório das políticas identitárias. Atentamos para o perigo de se confundir a afirmação das identidades com o termo identitarismos em conivência com essencialismos que podem derivar em extremismos. Buscamos, porém, demonstrar que a crítica, em sentido ecumênico, não produz um antagonismo entre emancipação e identidade, expondo em caráter preliminar a diversidade dos argumentos desde a Teoria Crítica feminista, passando pelo feminismo pós-estruturalista, até os feminismos negros que nunca foram tão eloquentes. Propomos, por fim, a escuta como condição basilar para quem pretende se autodenominar parte do projeto das teóricas críticas.
Abstract: In the contemporary scenario, the critical power of the social sciences has come under challenge. On the one hand, democracy is acknowledged as an agonistic arena (Mouffe) where consensus might mean its demise. On the other hand, the fragmentation of demands weakens democratic achievements, undermining the concept of emancipation. To understand this, we focus on feminisms and their approaches to the emancipatory content of identity politics. We discuss the dangers of conflating the affirmation of identities with the term “identitarianism,” which, in complicity with essentialisms, poses a risk of extremisms. In other perspective, we seek to demonstrate how criticism, in an ecumenical sense, does not generate an antagonism between emancipation and identity, presenting the diversity of arguments from feminist critical theory to post-structuralist feminism and black feminisms that have never been so eloquent. Finally, we propose “listening” as a foundational condition for those who intend to self-identify as part of the project of critical theories.
Resumen: En el escenario contemporáneo, el poder crítico de las ciencias sociales se ha visto cuestionado. Por un lado, reconocemos la democracia como una arena agonística (Mouffe), en la que el consenso significa la muerte. Por otro, la fragmentación de las demandas debilita los logros democráticos, vaciando la idea de emancipación. Destacamos los feminismos y las formas en que abordan el contenido emancipatorio de las políticas identitarias. Señalamos el peligro de confundir la afirmación de las identidades con el término identitarismo, en connivencia con esencialismos que pueden conducir al extremismo. Sin embargo, nos esforzamos por demostrar que la crítica, en sentido ecuménico, no produce un antagonismo entre emancipación e identidad, exponiendo preliminarmente la diversidad de argumentos desde la teoría crítica feminista, el feminismo post-estructuralista hasta los feminismos negros, que nunca han sido tan elocuentes. Finalmente, proponemos la escucha como condición básica para quien quiera llamarse parte del proyecto de las teóricas críticas.