RESUMO: Este artigo visa estabelecer relações entre o Programa Universidades e Institutos Empreendedores e Inovadores - Future-se - e diversos aportes teóricos que tem pautado a pesquisa, o empresariado e suas relações com o Estado brasileiro ao longo dos anos. Parte-se de uma análise documental da proposta encaminhada à Câmara dos Deputados em junho de 2020, assim como de outras legislações que dão suporte ao projeto, sendo dividido em sete partes. Após a introdução, faz-se uma análise inicial da reforma do Estado, da Teoria do Capital Humano e da Sociedade da Informação. Prossegue-se com um exame da Inovação, do modelo de Tripla Hélice e do Capitalismo Acadêmico. Logo após, aborda-se mudanças no Estado e no indivíduo e a transformação da empresa enquanto um modelo para a sociedade. Em seguida, a reforma do Estado é retomada para demonstrar a mutação gerencial que sofre o Estado brasileiro. O penúltimo tópico detalha outros aspectos do Future-se não abordados nas seções anteriores, e, ao fim, parte-se para a conclusão, onde algumas discussões feitas ao longo do texto são resgatadas. Para o proposto neste artigo, entende-se que o Future-se não é algo novo, mas a tentativa de se consolidar uma tendência crescente de privatização do ensino superior com uma nova especificidade, que é o elemento da financeirização.
ABSTRACT: This article aims to establish relationships between the Universities and Entrepreneur and Innovative Institutes Program - Future-se - and various theoretical contributions that have guided the research, the business, and its relations with the Brazilian state throughout the years. It is based on a documental analysis of the proposal submitted to the Brazilian Chamber of Deputies in June 2020, as well as other legislation that supports the project, and is divided into seven parts. After the introduction, an initial analysis is made of the state reform, the Human Capital Theory, and the Information Society. It continues with an examination of Innovation, the Triple Helix model, and Academic Capitalism. Soon after, it focuses on changes in the state and in the individuals and the transformation of the company as a model for society. Then the reform of the state is resumed to demonstrate the managerial mutation that the Brazilian state is undergoing. The penultimate topic details other aspects of Future-se not covered in the previous sections, and at the end goes to the conclusion where some discussions made throughout the text are rescued. For the proposal in this article, we understand that Future-se is not something new, but an attempt to consolidate a growing trend towards the privatization of higher education, with a new specificity, which is the element of financialization.
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo establecer las relaciones entre las Universidades y el Programa de Emprendedores e Institutos Innovadores - Future-se - y varias contribuciones teóricas que han guiado la investigación, la empresa y sus relaciones con el Estado brasileño a lo largo de los años. Se basa en un análisis documental de la propuesta presentada a la Cámara de Representantes en junio de 2020, así como en otras leyes que apoyan el proyecto, y se divide en siete partes. Después de la introducción, se hace un análisis inicial de la reforma del Estado, la teoría del capital humano y la sociedad de la información. Continúa con un examen de la Innovación, el modelo de la Triple Hélice y el Capitalismo Académico. Poco después, aborda los cambios en el Estado y en el individuo y la transformación de la empresa como modelo de sociedad. Luego se reanuda la reforma del Estado para demostrar la mutación gerencial que sufre el Estado brasileño. El penúltimo tema detalla otros aspectos del Future-se no tratados en las secciones anteriores, y, al final, va a la conclusión, donde se rescatan algunas discusiones hechas a lo largo del texto. Por la propuesta de este artículo, se entende que Future-se no es algo nuevo, sino el intento de consolidar una tendencia creciente de privatización de la enseñanza superior, con una nueva especificidad, que es el elemento de la financiarización.