Resumen El presente artículo propone analizar la importancia y el rol de la participación ciudadana en las políticas públicas ambientales, desde una perspectiva latinoamericana y bajo la categoría central de la conflictividad social. En ese contexto, se hace hincapié en el abordaje de la participación de uno de los actores destacados en la temática ambiental: los movimientos socioambientales que disputan el sentido vinculante de la política ambiental, y proponen e impulsan alternativas en la búsqueda por implementar un desarrollo armonioso con la naturaleza. Frente a la problemática ambiental, los gobiernos de Latinoamérica se concentraron en la implementación de cambios sociales, políticos e institucionales para introducir la dimensión ambiental en su estructura y en sus decisiones de gobierno. No obstante, en el contexto de un mundo dominado por la racionalidad económica, emergen los denominados "nuevos" movimientos sociales en nuestra región, que se integran con las viejas demandas por el territorio e intentan luchar contra la destrucción y expoliación de la naturaleza, la degradación del ambiente y por la calidad de vida de la población. Su lucha va más allá de una simple defensa de la naturaleza virgen y de lo ecológico, al buscar un proceso transformador que refleje las acciones colectivas de la sociedad para enfrentar los retos de interacción entre los ecosistemas natural y social que este momento histórico plantea. La temática abordada permite observar dos concepciones de la democracia: una formal que supone reglas de procedimiento que confieren legitimidad al modo de seleccionar a los gobernantes, y otra sustancial que busca garantizar un orden social justo, en términos de ejercicio efectivo de los derechos por parte de los ciudadanos. Dentro de esta transición, aparece la idea de la democracia participativa ambiental, la cual permite que los ciudadanos se conviertan en actores que inciden en la construcción de la política ambiental. Descriptores: democracia participativa, democracia representativa, movimiento político, participación ciudadana, políticas ambientales.
Abstract The objective of this article is to analyze the importance and the role of citizen participation in environmental public policies, from a Latin American perspective and according to the central category of social conflict. In this context, we highlight the importance of addressing the participation of one of the main actors in environmental discussions: socio-environmental movements, which question the binding nature of environmental policy and propose and advocate alternatives in order to implement development in harmony with nature. Faced with environmental issues, Latin American governments focused on implementing social, political, and institutional changes in order to include the environmental dimension into their structure and political decisions. However, in the context of a world dominated by economic rationality, our region has seen the emergence of the so-called "new" social movements, which join forces with old struggles for land and attempt to combat the destruction and spoliation of nature and the degradation of the environment, while advocating the quality of life of the population. Their struggle goes beyond the mere defense of an unspoiled nature and of the ecological, since they promote a transformative process that reflects the collective actions of society to respond to the challenges posed by the interaction between the natural and the social ecosystems in this specific historical moment. The topic discussed here makes it possible to observe two conceptions of democracy: a formal one, based on rules of procedure that grant legitimacy to the manner in which rulers are selected, and a substantive one, which seeks to guarantee a just social order in terms of citizens' effective exercise of their rights. In between, we have the idea of an environmental participative democracy that allows citizens to become actors that influence the design of environmental policies.
Resumo Este artigo propõe a analisar a importância e o papel da participação cidadã nas políticas públicas ambientais a partir de uma perspectiva latino-americana e sob a categoria central do conflito social. Nesse contexto, enfatiza na abordagem da participação de um dos atores destacados na temática ambiental: os movimentos socioambientais que disputam o sentido vinculante da política ambiental e propõem e promovem alternativas na busca por pôr em prática um desenvolvimento harmonioso com a natureza. Diante da problemática ambiental, os governos da América Latina se concentraram na implementação de mudanças sociais, políticas e institucionais para introduzir a dimensão ambiental na sua estrutura e suas decisões de governo. Contudo, no contexto de um mundo dominado pelo raciocínio econômico, emergem os denominados "novos" movimentos sociais em nossa região, que são integrados com as velhas demandas pelo território e tentam lutar contra a destruição e espoliação da natureza, contra a degradação do ambiente e pela qualidade de vida da população. Sua luta vai mais além de uma simples defesa da natureza virgem e do ecológico, ao buscar um processo transformador que reflita as ações coletivas da sociedade para enfrentar os desafios de interação entre os ecossistemas natural e social que este momento histórico apresenta. A temática tratada permite observar duas concepções da democracia: uma formal que supõe regras de procedimento que conferem legitimidade ao modo de selecionar os governantes, e outra substancial que procura garantir uma ordem social justa, em termos de exercício efetivo dos direitos por parte dos cidadãos. Dentro dessa transição, aparece a ideia da democracia participativa ambiental, que permite que os cidadãos se tornem atores que incidem na construção da política ambiental.