Resumo: Uma extensa literatura sobre a construção de novas repúblicas na América Latina após as guerras de independência destaca as "contradições" ou "ambivalências" de projetos nacionais que, enquadrados nos ideais do Iluminismo, promovem a igualdade perante a lei, a cidadania universal e o povo como sujeito soberano, mas que por sua vez excluem, invisibilizam e até exterminam grande parte de sua população de acordo com critérios étnico-raciais. Nosso propósito é, paralelamente e não em oposição a essa literatura, mostrar as continuidades entre o lugar de enunciação de onde se constrói o discurso republicano crioulo argentino e seu conteúdo étnico-racial. Acreditamos que a partir de um estudo da subjetividade crioula, ou seja, da dimensão epistêmica do colonialismo, seja possível lançar luzes sobre a coerência entre os projetos nacionais latinoamericanos e seu conteúdo discriminatório de base racial. A partir desta ideia tentaremos mostrar a persistência de um habitus crioulo no projeto republicano argentino de um dos membros mais importantes da Geração do ano ‘37: Juan Bautista Alberdi. Acreditamos que, ao focar na herança colonial, seu projeto de “possível república” poderia mostrar algumas pistas de continuidade com o ideal civilizacional supremacista racial dominante durante a colônia.
Resumen: Una amplia literatura respecto de la construcción de nuevas repúblicas en América Latina luego de las guerras de independencia, destaca las “contradicciones” y “ambivalencias” de proyectos nacionales que, enmarcados en los ideales de la ilustración, promueven la igualdad ante la ley, la ciudadanía universal y al pueblo como sujeto soberano, pero que a su vez excluyen, invisibilizan e incluso exterminan a gran parte de su población según criterios étnico-raciales. Nuestro propósito es, en paralelo y no en oposición a esta literatura, mostrar las continuidades entre el lugar de enunciación desde donde se edifica el discurso republicano criollo argentino y su contenido étnico-racial. Creemos que, a partir de un estudio de la subjetividad criolla, es decir, de la dimensión epistémica del colonialismo, es posible echar luces a la coherencia existente entre los proyectos nacionales latinoamericanos y su contenido discriminatorio de base racial. A partir de esta idea intentaremos mostrar la persistencia de un habitus criollo en el proyecto republicano argentino de uno de los miembros más importantes de la Generación del ´37: Juan Bautista Alberdi. Creemos que poniendo el foco en la herencia colonial, su proyecto de “república posible” podría mostrar algunas pistas de continuidad con el ideal civilizatorio racialmente supremacista dominante durante la colonia.
Abstract: An extensive literature on the construction of new republics in Latin America after the wars of independence highlights the "contradictions" or "ambivalences" of national projects that, framed in the ideals of the Enlightenment, promote equality before the law, universal citizenship and the people as a sovereign subject, but which in turn exclude, make invisible and even exterminate a large part of its population according to ethnic-racial criteria. Our purpose is, in parallel and not in opposition to this literature, to show the continuities between the place of enunciation from where the Argentine creole republican discourse is built and its ethnic-racial content. We believe that from a study of Creole subjectivity, that is, of the epistemic dimension of colonialism, it is possible to shed light on the coherence between Latin American national projects and their racially based discriminatory content. From this idea we will try to show the persistence of a Creole habitus in the Argentine republican project of one of the most important members of the Generation of '37: Juan Bautista Alberdi. We believe that by focusing on the colonial heritage, his “possible republic” project could show some clues of continuity with the dominant racially supremacist civilizational ideal during the colony.