RESUMO. Com o tema da clínica psicológica em situações de suicídio, mais especificamente o da atuação do psicólogo junto a pais enlutados, pretendemos defender que a formação em psicologia pode favorecer conhecimentos e experiências diferenciados de outros saberes. Para alcançarmos nosso objetivo, analisamos publicações, reportagens e entrevistas com pais afetados pelo acontecimento. Assim, temas como a morte, o luto, a saudade e a clínica psicológica foram desenvolvidas mediante uma revisão narrativa da literatura de publicações científicas. Em conclusão, pretendemos defender a possibilidade de uma prática psicológica para além dos manuais, os quais prescrevem ao profissional os comportamentos a serem expressos nas situações referidas. Ir além dos manuais significa poder acompanhar a experiência de luto sem jargões ou simbolismos meramente técnicos, ou seja, poder, na própria experiência de luto, em uma atitude serena e paciente, tal como desenvolvida por Kierkegaard e Heidegger, permanecer junto à dor ou ao sofrimento, sustentando a possibilidade de um momento epifânico, como nos mostra Clarice Lispector.
ABSTRACT. With the topic of clinical psychology in situations of suicide, more specifically, of the role of the psychologist with bereaved parents, we aimed to defend that training in psychology can favor knowledge and experiences differentiated from other formations. To reach our goal, we analyzed how these parents are affected by the event, in publications, reports and interviews. Thus, themes such as death, bereavement, missing and clinical psychology were developed by a narrative review of the scientific literature. In conclusion, we defended the possibility of a psychological practice not restricted by manuals, which prescribe the behaviors to be expressed in such situations. Going beyond manuals means being able to follow the experience of grief without jargons or merely technical symbolisms, that is, being able, in the experience of one’s own grief in a serene and patient attitude, as developed by Kierkegaard and Heidegger, to remain close to pain or suffering, sustaining the possibility of an epiphanic moment, as shown by Clarice Lispector.
RESUMEN. Con el tema de la clínica psicológica en situaciones de suicidio, más específicamente el papel del psicólogo con los padres en luto, queremos argumentar a favor de la formación en psicología que puede pasar un conocimiento y experiencia distintos de otros conocimientos. Para lograr nuestro objetivo, analizamos publicaciones, informes y entrevistas con los padres afectados por el evento. Así, se desarrollaron temas como la muerte, duelo, anhelo y la clínica psicológica a través de una revisión bibliográfica de publicaciones científicas. En conclusión, queremos defender la posibilidad de la práctica psicológica además de los manuales, que prescriben los comportamientos de profesionales de cómo deben expresarse en esas situaciones específicas. Ir más allá de los manuales, es ser capaces de seguir la experiencia de dolor sin jerga o simbolismos simplemente técnicos, es decir, poder, por propia experiencia de duelo, en una actitud tranquila y paciente, como desarrollado por Kierkegaard y Heidegger, quedar lado a lado con el dolor o el sufrimiento, sosteniendo la posibilidad de un momento transformador, como nos muestra Clarice Lispector.