Resumen De acuerdo con la Ley de Víctimas en Colombia (Ley 1448 de 2011 y su Decreto Reglamentario 4633 del mismo año), una comunidad indígena como la Emberá Katío Choromandó de Dabeiba (Antioquia) reúne las condiciones para considerarse afectada por los actores del conflicto armado y, por tanto, ser sujeto de derechos. No obstante, dicha ley se queda en ciernes al momento de ofrecer elementos de interculturalidad que permitan una apropiación efectiva de la misma. Frente a ello, se propone un acompañamiento a la comunidad de Choromandó en la cocreación de una propuesta de paz, adaptando la Ley de Víctimas a sus necesidades en el marco de los acuerdos con las FARC en La Habana (Cuba). Mediante un diseño participativo, conforme con los presupuestos conceptuales y metodológicos, tanto de la investigación-acción-participación, de Orlando Fals Borda, como de la comunicación intercultural, de Edward Hall, se establece una serie de demandas que parten de la comprensión de la cosmovisión embera, la cual subyace en su indisoluble dimensión espacio-temporal, hasta la validación de su autonomía, que se traduce en la preservación de su identidad emanada de la filiación al territorio. Los aspectos de interculturalidad significativos en el proceso incluyeron: la comunicación no verbal y el paralenguaje; la diversa valía del espacio y el tiempo (politopía y policronía) para entender las interrelaciones de los pobladores (proxemia); y el trabajo conjunto con la población mestiza para suplir la falencia del desconocimiento de la lengua nativa, y adentrarse en las prácticas comunicacionales de una cultura ágrafa.
Abstract According to the Law of Victims in Colombia (Law 1448 of 2011, and its Regulatory Decree 4633 of the same year), an indigenous community like the Emberá Katío Choromandó of Dabeiba (Antioquia) meets the conditions to be considered as affected by the actors of the armed conflict and, therefore, to be a subject of rights. However, this law remains budding when it aims to offer elements of interculturality that allow its effective appropriation. Faced with this, an accompaniment is proposed to the community of Choromandó in the co-creation of a peace proposal, adapting the Victims' Law to their needs within the framework of agreements with the Revolutionary Armed Forces of Colombia (FARC) in Havana (Cuba). Through a participatory design, in accordance with the conceptual and methodological assumptions both of the research-action-participation of Orlando Fals Borda, and of intercultural communication of Edward Hall, a series of demands that start from the understanding of the Embera worldview is established, which underlies its indissoluble space-time dimension, until the validation of its autonomy, which translates into the preservation of its identity, stemmed from the filiation to the territory. The aspects of interculturality that were significant in the process included the following: Non-verbal communication and paralanguage, the diverse value of space and time (polytopia and polychrome) to understand the interrelations of the settlers (proxemia), and the joint work with the mestizo population to replace the lack of knowledge of the native language, and to enter into the communication practices of a culture without a written language.
Resumo De acordo com a Lei de Vítimas na Colômbia (Lei 1.448 de 2011 e seu Decreto Regulamentar 4.633 do mesmo ano), uma comunidade indígena como a Emberá Katío Choromandó de Dabeiba (Antioquia) reúne as condições para ser considerada afetada pelos autores do conflito armado e, portanto, ser sujeito de direitos. Contudo, essa lei se encontra muito nova no momento de oferecer elementos de interculturalidade que permitam uma apropriação efetiva dela. Diante disso, propõe-se um acompanhamento à comunidade de Choromandó na cocriação de uma proposta de paz, que adapte a Lei de Vítimas a suas necessidades no âmbito dos acordos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia em La Habana (Cuba). Mediante um desenho participativo, conforme com os pressupostos conceituais e metodológicos, tanto da pesquisa-ação-participação, de Orlando Fals Borda, como da comunicação intercultural, de Edward Hall, foi estabelecida uma série de demandas que partem da compreensão da cosmovisão embera, a qual subjaz em sua indissolúvel dimensão espaço-temporal, até a validade de sua autonomia, que se traduz na preservação de sua identidade emanada da filiação ao território. Os aspectos de interculturalidade significativos no processo incluíram: a comunicação não verbal e a paralinguagem; a diversa valia do espaço e do tempo (politopia e policromia) para entender as inter-relações dos povoadores (proxemia) e o trabalho conjunto com a população mestiça para suprir a falência do desconhecimento da língua nativa e entrar nas práticas comunicacionais de uma cultura ágrafa.