RESUMO O objetivo desta comunicação é delinear os elementos-chave da capacitação em violência sexual infantil (VSI) para profissionais de saúde de diferentes disciplinas — medicina, psicologia, odontologia, enfermagem, serviço social, nutrição, fisioterapia, terapia ocupacional, química, farmácia e obstetrícia (incluindo parteiras), entre outros — e o desenvolvimento de protocolos de atendimento construídos sobre práticas baseadas em evidências, bem como fornecer recursos para otimizar ambos os processos. A capacitação sobre violência sexual contra crianças e adolescentes é fundamental para enfrentar esse grande desafio na América Latina e permitir que os profissionais de saúde cumpram seu papel na defesa da segurança e do bem-estar das crianças e adolescentes. O desenvolvimento de protocolos ajuda a equipe de saúde a definir as funções e responsabilidades dos membros da equipe, resumir potenciais indicadores de VSI e descrever estratégias para melhor identificar e atender as necessidades de saúde e segurança do paciente e de sua família, o que deve incluir uma abordagem informada pelo trauma. O trabalho futuro deve se concentrar na elaboração e avaliação de novas estratégias para aumentar a capacidade do setor da saúde de atender crianças que sofrem VSI e otimizar as formas de capacitar o pessoal. Também é necessária uma melhor geração de pesquisas e evidências sobre a epidemiologia e atenção à VSI na América Latina, incluindo crianças e adolescentes do sexo masculino, e grupos minoritários e prioritários (por exemplo, crianças migrantes, com deficiência, em situação de rua, privadas de liberdade, pertencentes a comunidades indígenas e à comunidade LGBTQI+).
ABSTRACT The objective of this communication is to outline the key elements required to train health care providers in various occupations (medicine, psychology, dentistry, nursing, social work, nutrition, physiotherapy, occupational therapy, chemistry, pharmacy, and obstetrics, including midwifery, among others) to address child sexual abuse (CSA) and develop care protocols grounded on evidence-based practices, as well as provide resources to optimize both processes. Training on child and adolescent sexual abuse is an essential component of facing this major challenge in Latin America and allowing health care personnel to fulfill their role of safeguarding the security and well-being of children and adolescents. Developing protocols helps health care staff define the roles and responsibilities of individual members, summarize potential red flags of CSA, and describe strategies to best identify and address the health and safety needs of patients and their families, which should include a trauma-informed approach. Future work should focus on developing and evaluating new strategies to increase the capacity of the health sector to care for children experiencing CSA and optimizing ways to train staff. Further aims should also include improving research and evidence generation on the epidemiology and care of CSA in Latin America, including of male children and adolescents, minorities, and priority groups (e.g., migrant children, children with disabilities, street children, youth deprived of liberty, indigenous communities and the LGBTQI+ community).
RESUMEN El objetivo de esta comunicación es delinear los elementos clave de la capacitación en violencia sexual infantil (VSI) para profesionales de la salud en diferentes disciplinas medicina, psicología, odontología, enfermería, trabajo social, nutrición, fisioterapia, terapia ocupacional, química, bioquímica y obstetricia incluidas las parteras, entre otras y el desarrollo de protocolos de atención con base en las prácticas basadas en evidencia, así como proporcionar recursos que permitan optimizar ambos procesos. La capacitación sobre la violencia sexual hacia niñas, niños y adolescentes (NNA) es esencial para enfrentar este gran desafío en América Latina y permitir al personal de salud cumplir su función en defensa de la seguridad y el bienestar de NNA. El desarrollo de protocolos ayuda al personal de salud a definir las funciones y responsabilidades de los miembros del personal, resumir los posibles indicadores de VSI y describir las estrategias para identificar y abordar mejor las necesidades de salud y seguridad del paciente y su familia, por lo que deben incluir el enfoque informado sobre el trauma. El trabajo futuro debe centrarse en desarrollar y evaluar estrategias nuevas para aumentar la capacidad del sector de la salud para atender a los NNA que experimentan VSI y optimizar las formas de capacitar al personal. Apunta, también, a mejorar la generación de investigación y evidencia sobre la epidemiología y atención de la VSI en América Latina, incluidos los niños y adolescentes varones, grupos minoritarios y de atención prioritaria (p. ej. NNA migrantes, con discapacidad, en situación de calle, privados de la libertad, pertenecientes a comunidades indígenas y a la comunidad LGBTIQ+).