Abstract: This article examines how the narrative of the plurinational state provided the common symbolic framework for the conflict over the Isiboro Sécure Indigenous Territory and National Park (Tipnis) in Bolivia in 2011. The central dispute, one of the most important in Bolivia’s recent history, was whether or not to construct a highway through this area, a debate that has led to a major rift between peasant and indigenous social organizations that shared common reivindicative imaginaries but ultimately experienced profound divisions. This discussion serves as a key observation point to understand how decolonization imaginaries actually function, which I consider a anchoring point (point du capiton) in the narrative of the plurinational state. Through discourse analysis, review of chronicles, press statements, and accounts of the VIII Indigenous March, I aim to identify the discursive threads that framed the debates on decolonization, showing that it can be used as a rhetorical tool to mask extractivism or defend “national sovereignty,” or as an argument to uphold the self-determination of indigenous peoples. I also examine how the repertoire of the indigenous march was constructed discursively and symbolically, and the impact it left on Bolivia’s recent history. I intend for this analysis to contribute to understanding how Bolivian social perceptions are shaped in relation to the narrative of the plurinational state and its potential for social transformation as a new regime of truth.
Resumo: Neste artigo, são exploradas as maneiras pelas quais a narrativa do Estado plurinacional foi a base simbólica comum em que se desenvolveu o conflito no Território Indígena e no Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), em 2011, na Bolívia, cujo desacordo central era a construção ou não de uma estrada que o atravessaria. Esse é um dos problemas mais importantes da história recente da Bolívia, pois representou uma grande discordância entre organizações sociais camponesas e indígenas que compartilhavam demandas imaginárias comuns e que terminou em grandes rupturas. Essa discussão é apresentada como um espaço de observação fundamental para entender como os imaginários da descolonização operam na realidade, que considero ser um ponto de basta (point du capiton) na narrativa do Estado plurinacional. Por meio da análise do discurso, de uma revisão de crônicas, declarações à imprensa e relatos da VIII Marcha Indígena, procuro estabelecer os fios discursivos que suscitaram debates sobre a descolonização. Assim, é possível observar como a descolonização pode ser um artifício retórico para encobrir o extrativismo ou defender a “soberania nacional”, ou um argumento para preservar a autodeterminação dos povos indígenas. Além disso, discuto como o repertório da marcha indígena foi construído discursiva e simbolicamente e que traços deixou na história recente da Bolívia. Com esse exercício, espero contribuir com elementos para as formas pelas quais as percepções sociais bolivianas são construídas com relação à narrativa do Estado plurinacional e suas possibilidades de transformação social como um novo regime de verdade.
Resumen: Este artículo indaga las formas en que la narrativa del Estado plurinacional fue el marco simbólico común en el cual se desarrolló el conflicto del Territorio Indígena y Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) en 2011 en Bolivia, cuyo desacuerdo central era la construcción o no de una carretera que lo cruzaría. Este es uno de los problemas más importantes en la historia corta de Bolivia, pues representó un gran desencuentro entre organizaciones sociales campesinas e indígenas que compartían imaginarios reivindicativos comunes y que terminaron en grandes rupturas. Tal discusión se presenta como un espacio de observación clave para entender cómo operan en la realidad los imaginarios de la descolonización, a la que considero un punto nodal (point du capiton) en la narrativa del Estado plurinacional. Desde el análisis del discurso, la revisión de crónicas, las declaraciones de prensa y los relatos sobre la VIII Marcha Indígena busco establecer los hilos discursivos que plantearon debates sobre la descolonización. Así, podrá observarse cómo la descolonización puede ser un recurso retórico para encubrir el extractivismo o defender la “soberanía nacional” o en un argumento para preservar la autodeterminación de los pueblos indígenas. Por otro lado, hablaré sobre la manera como el repertorio de la marcha indígena se construyó discursiva y simbólicamente y qué huellas dejó en la historia corta de Bolivia. Con este ejercicio espero aportar elementos a los modos en que se construyen las percepciones sociales bolivianas en relación con la narrativa del Estado plurinacional y sus posibilidades de transformación social en tanto nuevo régimen de verdad.