In February 2019, the population of Socorro, Piteiras, Tabuleiro and Vila do Gongo were suddenly and compulsorily removed due to the increase in the risk level of the Sul Superior dam, Gongo Soco Mine, in the municipality of Barão de Cocais, Minas Gerais. In March of that same year, the level of the dam was raised to three, the maximum level, which indicates imminent or effective collapse. Since then, the population has been displaced and dispossessed of their territories and living with a myriad of risks, expressions of neo-extractivism and neo-developmentalism that have been established for decades on Latin American soil. The aim of this paper is to propose a dialog between the different dimensions of risk that arise in this case, based on the different theoretical currents or epistemological strands in the social sciences literature. The methodology used involved analyzing the content of in-depth interviews carried out for a previous paper, in addition to the experience and information obtained in the field. The conclusions highlight two axes of risk analysis. One involves governmentality studies and is presented through the actions and measures of the public and private institutions involved, that have an effect on the bodies and rationalities affected, and, in a dissonant way, the second refers to the risks perceived by those affected.
En febrero de 2019, los habitantes de Socorro, Piteiras, Tabuleiro y Vila do Gongo fueron desalojados repentina y obligatoriamente debido al aumento del nivel de riesgo de la represa Sul Superior, Mina Gongo Soco, en el municipio de Barão de Cocais, Minas Gerais. En marzo de ese mismo año, el nivel de la represa se elevó a tres, el nivel máximo, que indica un colapso inminente o real. Desde entonces, la población ha sido desplazada y despojada de sus territorios y convive con un sinnúmero de riesgos, expresiones del neoextractivismo y neodesarrollismo instaurados desde hace décadas en suelo latinoamericano. El objetivo de este trabajo es proponer un diálogo entre las diferentes dimensiones del riesgo que se presentan en este caso, a partir de las diferentes corrientes teóricas o vertientes epistemológicas de la literatura de las ciencias sociales. La metodología empleada ha consistido en analizar el contenido de entrevistas en profundidad realizadas para un trabajo anterior, así como la experiencia e información obtenida sobre el terreno. Las conclusiones destacan dos ejes de análisis del riesgo. Uno involucra los estudios de gubernamentalidad y se presenta a través de las acciones y medidas de las instituciones públicas y privadas involucradas, que inciden en los cuerpos y racionalidades afectadas, y, de manera disonante, el segundo se refiere a los riesgos percibidos por los afectados.
Em fevereiro de 2019, a população de Socorro, Piteiras, Tabuleiro e Vila do Gongo foi súbita e compulsoriamente submetida à remoção devido à elevação do nível de risco da barragem Sul Superior, Mina de Gongo Soco, no município de Barão de Cocais, em Minas Gerais. Em março daquele mesmo ano, o nível da barragem foi elevado para três, grau máximo, que indica rompimento iminente ou efetivo. Desde então, a população segue deslocada e despossuída de seus territórios e convivendo com uma miríade de riscos, expressões do neoextrativismo e do neodesenvolvimentismo que se assentam há décadas em solo latino-americano. A presente proposta de paper objetiva propor um diálogo entre diferentes dimensões do risco que se apresentam neste caso, a partir de suas diferentes correntes teóricas ou vertentes epistemológicas, da literatura das ciências sociais. A metodologia empregada envolveu a análise de conteúdo de entrevistas em profundidade realizadas para composição de um trabalho anterior, além da experiência e informações obtidas em campo. As conclusões evidenciam dois eixos de análise quanto aos riscos. Um que envolve os estudos de governamentalidade e se apresenta através das atuações e medidas das instituições públicas e privadas envolvidas, que surtem efeitos sobre os corpos e racionalidades atingidos, e, de forma dissonante, o segundo que refere-se aos riscos percebidos por parte dos atingidos.