Abstract The application of information and communication technologies to manage cities introduces an intricate problem for democracies on a global scale. The smart-cities paradigm is presented as an “objective” and “apolitical” management model, based on the idea that platforms are neutral tools and that the extracted data is merely a reflection of reality. These premises imply, on the one hand, the expansion of neo-extractivist capitalist logics regarding the proliferation and circulation of data, and, on the other, reinforce a police order that threatens the possibilities of a democratic politics in a radical sense. The logics of virtualization involve the expansion of a cognitive capitalism embedded with a corporate social ethics typical of neoliberal governmentality that creates and recreates new forms of subjection. However, this is not an unprecedented phenomenon. In this article, the city of Buenos Aires is considered as a paradigmatic case to trace back the way in which different technocratic views functioned as antecedents of “smart cities”, particularly from the 1930s and the emergence of urbanism. In this way, it seeks to avoid falling into technological and ahistorical biases, to try to understand the many-layered current urban scenario.
Resumo A aplicação de tecnologias de informação e comunicação para governar cidades apresenta um problema complexo para as democracias a nível global. O paradigma das cidades inteligentes é apresentado como um modelo de gestão "objetivo" e "apolítico", baseado na ideia de que as plataformas são ferramentas neutras e que os dados extraídos são um mero reflexo da realidade. Estas premissas implicam, por um lado, a expansão de lógicas capitalistas neoextrativistas que envolvem a proliferação e circulação de dados e, por outro lado, reforçam uma ordem policial que ameaça as possibilidades de uma política democrática em um sentido radical. As lógicas de virtualização envolvem a expansão de um capitalismo cognitivo impregnado por uma ética social empresarial típica da governamentalidade neoliberal, que cria e recria novas formas de sujeição. No entanto, este não é um fenômeno sem precedentes. Neste artigo, a cidade de Buenos Aires é tomada como caso paradigmático para rastrear o modo como diferentes visões tecnocráticas funcionaram como antecedentes das smart cities, especialmente a partir da década de 1930 com o surgimento do urbanismo. Dessa forma, busca-se evitar cair em perspectivas tecnologistas e a-históricas, para tentar entender a complexidade do cenário urbano atual.
Resumen La aplicación de tecnologías de información y comunicación para gobernar ciudades presenta un problema complejo para las democracias a nivel global. El paradigma de las smart cities se presenta como modelo de gestión “objetivo” y “apolítico”, al apoyarse en la idea de que las plataformas son herramientas neutras y que los datos extraídos son un mero reflejo de la realidad. Estas premisas implican, por un lado, la expansión de lógicas capitalistas neoextractivistas que conciernen a la proliferación y circulación de datos y, por el otro, refuerzan un orden policial que atenta contra las posibilidades de una política democrática en un sentido radical. Las lógicas de virtualización involucran la expansión de un capitalismo cognitivo impregnado por una ética social de la empresa propia de la gubernamentalidad neoliberal, que crea y recrea nuevas formas de sujeción. Sin embargo, no se trata de un fenómeno sin precedentes. En el presente artículo, se toma a la Ciudad de Buenos Aires como caso paradigmático para rastrear el modo en que distintas miradas tecnocráticas funcionaron como antecedentes de las smart cities, en particular a partir de la década del treinta con el surgimiento del urbanismo. De esta forma, se busca evitar caer en perspectivas tecnologicistas y ahistóricas, para intentar entender la complejidad del escenario urbano actual.