RESUMO Introdução: Estereótipos de gênero traduzem concepções e ações masculinas sobre adoecimento e autocuidado, implicando em indicadores de saúde. Objetivo: Estimar a prevalência de fatores de risco cardiovascular e doenças isquêmicas do coração em homens; discutir a relação entre masculinidade e a exposição a fatores de risco cardiovascular e a essas doenças. Métodos: Estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, realizado por meio de dados secundários, oriundos do Vigitel e DATASUS, para homens adultos, no Brasil, no período de 2010-2014. Resultados: Os homens, comparados às mulheres, apresentaram maior prevalência para tabagismo (22,5 %), sobrepeso (56,5 %), consumo abusivo de bebidas alcoólicas (23,4 %), inatividade física (16,2 %) e maior tempo de televisão (25,8 %). Foram vítimas de maior mortalidade por Angina Pectoris (51,4 %), Infarto Agudo do Miocárdio (58,9 %) e Doença Isquêmica Crônica do Coração (55,8 %), com tendência crescente, nos últimos cinco anos. Comportamentos masculinos expressam resistência ao cuidado à saúde e estão associados a fatores socioculturais e institucionais que, em conjunto ou individualmente, potencializam a exposição às situações de risco e a dificuldade de reconhecerem suas necessidades e procurarem os serviços de saúde. Conclusão: Homens estão mais expostos a fatores de risco e a mortalidade por doença cardiovascular e as construções sociais de gênero são determinantes do processo saúde/doença.
ABSTRACT Introduction: Gender stereotypes translate male conceptions and actions of illness and self-care, implying in health indicators. Objectives: To estimate the prevalence of cardiovascular risk factors and ischemic heart disease in men; to discuss the relationship between masculinity and exposure to cardiovascular risk factors and these diseases. Methods: Epidemiological, descriptive and retrospective study, realized through secondary data originated from Vigitel and DATASUS, for adult men, in Brazil, of the 2010-2014 period. Results: Men, compared to women, had higher prevalence of smoking (22.5 %), overweight (56.5 %), abusive alcohol consumption (23.4 %), physical inactivity (16.2 %) and longer television time (25.8 %). They were victims of higher mortality from Angina Pectoris (51.4 %), Acute Myocardial Infarction (58.9 %) and Chronic Ischemic Heart Disease (55.8 %), with a growing trend, in the last five years. Male behaviors express health care resistance and are associated with socio-cultural and institutional factors that, together or individually, potentialize the exposure to risk situations and the difficulty of recognize their needs and seek the health services. Conclusion: Men are more expose to risk factors and cardiovascular disease mortality and social constructions of gender are determinants of the health-disease process.
RESUMEN Introducción: Los estereotipos de género traducen concepciones y acciones masculinas acerca de la enfermedad y el autocuidado, influyendo en los indicadores de salud. Objetivo: Estimar la prevalencia de factores de riesgo cardiovascular y la enfermedad isquémica del corazón en los hombres; discutir la relación entre la masculinidad y la exposición a factores de riesgo cardiovascular y estas enfermedades. Métodos: Estudio epidemiológico, descriptivo, retrospectivo, realizado con datos secundarios del VIGITEL y el DATASUS para los hombres adultos, en Brasil, en el período 2010-2014. Resultados: Los hombres, en comparación con las mujeres, tuvieron mayor prevalencia de tabaquismo (22,5 %), sobrepeso (56,5 %), consumo abusivo de alcohol (23,4 %), inactividad física (16,2 %) y tiempo de televisión (25,8 %). Fueron víctimas de mayor mortalidad por angina de pecho (51,4 %), infarto agudo de miocardio (58,9 %) y cardiopatía isquémica crónica (55,8 %), con tendencia creciente en los últimos cinco años. Los comportamientos masculinos expresan resistencia al cuidado de la salud y están asociados con factores socio-culturales e institucionales que, en conjunto o individualmente, potencian la exposición a situaciones de riesgo y la dificultad de reconocer sus necesidades y buscar los servicios de salud. Conclusión: Los hombres están más expuestos a factores de riesgo y mortalidad por enfermedades cardiovasculares y las construcciones sociales de género son determinantes del proceso salud-enfermedad.