RESUMO CONTEXTO: A dissecção endoscópica submucosa (DES) no tratamento da neoplasia superficial do esôfago está associada a uma alta taxa de ressecção R0 em bloco e baixa taxa de recorrência. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é comparar o desempenho e os resultados clínicos da DES com incisão circunferencial (DES-C) versus com DES com túnel submucoso (DES-TS). MÉTODOS: Estudo retrospectivo de banco de dados coletados prospectivamente de um centro especializado em DES, investigando pacientes consecutivos submetidos à DES por câncer de esôfago superficial, entre 2009 e 2018. DES-TS foi definida como a técnica de realizar primeiro incisões na mucosa seguida de tunelamento submucoso no sentido oral para anal. DES-C consistiu em completar uma incisão circunferencial seguida da dissecção submucosa. As principais variáveis do estudo incluíram taxas de ressecção em bloco e R0. Os resultados secundários incluíram características do procedimento, taxa de ressecção curativa, recorrência local e eventos adversos. RESULTADOS: Um total de 65 procedimentos (23 DES-TS e 42 DES-C) foram realizados para CCE de esôfago (40; 61,5%) e neoplasia associada ao EB (25; 38,5%). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os pacientes submetidos a DES-TS versus DES-C nas taxas de ressecção em bloco (91,3% vs 100%, P=0,12), R0 (65,2% vs 78,6%, P=0,24), taxas de ressecção curativa (65,2% vs 73,8%, P=0,47) e tempo médio do procedimento (118,7 min com vs 102,4 min, P=0,35). Os eventos adversos para DES-TS e DES-C foram os seguintes: sangramento (0 vs 2,4%; P=0,53), perfuração (4,3% vs 0; P=0,61), estenose esofágica (8,7% vs 9,5%; P=0,31). A recorrência local foi encontrada em 8,7% após DES-TS e 2,4% após DES-C (P=0,28) em um seguimento médio de 8 e 2,75 anos, respectivamente (P=0,001). CONCLUSÃO: DES-TS e DES-C demostram ser igualmente eficazes com perfil de segurança semelhante para o tratamento das neoplasias superficiais do esôfago.
ABSTRACT BACKGROUND: Endoscopic submucosal dissection (ESD) of esophageal superficial neoplasm is associated with a high en bloc R0 resection rate and low recurrence. OBJECTIVE: We aim to compare the performance and clinical outcomes of ESD via ESD after circumferential incision (ESD-C) versus submucosal tunneling (ESD-T). METHODS: Single-center retrospective analysis of all consecutive patients who underwent ESD for superficial esophageal cancer, between 2009 and 2018. ESD-T was defined as the technique of making the mucosal incisions followed by submucosal tunneling in the oral to anal direction. ESD-C consisted of completing a circumferential incision followed by ESD. Main study outcomes included en bloc and R0 resection rates. Secondary outcomes included procedural characteristics, curative resection rate, local recurrence and adverse events. RESULTS: A total of 65 procedures (23 ESD-T and 42 ESD-C) were performed for ESCC (40; 61.5%) and BE-neoplasia (25; 38.5%). There were no statistically significant differences between patients who underwent ESD-T versus ESD-C in en bloc (91.3% vs 100%, P=0.12), R0 (65.2% vs 78.6%, P=0.24), curative resection rates (65.2% vs 73.8%, P=0.47) and mean procedure time (118.7 min with vs 102.4 min, P=0.35). Adverse events for ESD-T and ESD-C were as follows: bleeding (0 versus 2.4%; P=0.53), perforation (4.3% vs 0; P=0.61), esophageal stricture (8.7% versus 9.5%; P=0.31). Local recurrence was encountered in 8.7% after ESD-T and 2.4% after ESD-C (P=0.28) at a mean follow-up of 8 and 2.75 years, respectively (P=0.001). CONCLUSION: ESD-T and ESD-C appear to be equally effective with similar safety profiles for the management of superficial esophageal neoplasms.