Resumen: Desde finales del siglo XX, el trabajo desarrollado por profesionales forenses en contextos de guerra se ha tornado en un tema de particular interés, entre otras cosas, por la importancia que tiene en el esclarecimiento de graves violaciones a los derechos humanos. El objetivo de este artículo es caracterizar la experiencia de frustración y las estrategias de gestión emocional que utilizan las(os) antropólogas(os) forenses que trabajan en el contexto del conflicto armado colombiano. A través de entrevistas semiestructuradas a diez antropólogas(os) forenses que trabajan en procesos de búsqueda de víctimas de desaparición forzada en Colombia y mediante el uso del método de análisis autobiográfico, el artículo identifica las estrategias mediante las cuales las(os) profesionales forenses gestionan la frustración en un contexto de conflicto armado y violencia política. Todas las entrevistas fueron llevadas a cabo en Bogotá durante el 2019. Se encontró que las(os) antropólogas(os) forenses entrevistadas(os) se confrontan con potenciales fuentes de frustración como escenarios políticos complejos, dificultades del contexto geográfico para adelantar los procesos de búsqueda, situaciones de impunidad de larga duración y altas expectativas por parte de las(os) familiares de las víctimas respecto del hallazgo de los restos. Así, el artículo da cuenta de los modos en que las(os) antropólogas(os) forenses gestionan emocionalmente estas dificultades de manera que logran mantener la motivación y los esfuerzos para continuar realizando su trabajo. El artículo se ocupa, desde una perspectiva novedosa, de los modos de gestión emocional de los impactos que tiene el trabajo en contextos de violencia política y guerra y revela la importancia de avanzar en investigaciones que permitan reconocer al sujeto implicado ante el dolor de las(os) demás.
Abstract: Since the end of the twentieth century, the work of forensic professionals in contexts of war has become a topic of particular interest, among other reasons, because of its importance in the clarification of serious human rights violations. The purpose of this article is to characterize the experience of frustration and emotional management strategies used by forensic anthropologists working in the context of the Colombian armed conflict. Using semi-structured interviews with ten forensic anthropologists working in the search for victims of enforced disappearance in Colombia, along with autobiographical analysis, the authors identify the strategies through which forensic professionals manage frustration in a context of armed conflict and political violence. All interviews were held in Bogota in 2019. The forensic anthropologists interviewed were found to be confronted with potential sources of frustration such as complex political scenarios, difficulties of the geographical context to carry out the search processes, long-lasting situations of impunity, and high expectations of the victims’ families to find their loved ones’ remains. The article thus describes the ways in which forensic anthropologists emotionally manage these difficulties in order to maintain their motivation and efforts to continue their work. The authors employ a novel perspective to explore the emotional management of the impacts of work in contexts of political violence and war, revealing the importance of research that allows us to recognize the subject involved before the pain of others.
Resumo: Desde o final do século 20, o trabalho desenvolvido por profissionais forenses em contextos de guerra tem se tornado um tema de particular interesse, entre outras coisas, pela importância que tem no esclarecimento de graves violações dos direitos humanos. O objetivo deste artigo é caracterizar a experiência de frustração e as estratégias de gestão emocional que as(os) antropólogas(os) forenses que trabalham no contexto do conflito armado colombiano utilizam. Por meio de entrevistas semiestruturadas a dez antropólogas(os) forenses que trabalham em processos de busca de vítimas de desaparecimento forçado na Colômbia e mediante o uso do método de análise autobiográfica, este artigo identifica as estratégias pelas quais as(os) profissionais forenses lidam com a frustração num contexto de conflito armado e violência política. Todas as entrevistas foram realizadas em Bogotá, Colômbia, durante 2019. Foi constatado que as(os) antropólogas(os) forenses entrevistadas(os) são confrontados com potenciais fontes de frustração, como cenários políticos complexos, dificuldades do contexto geográfico para realizar os processos de busca, situações de impunidade de longa duração e altas expectativas por parte das(os) familiares das vítimas a respeito do achado dos restos. Assim, este artigo evidencia os modos em que as(os) antropólogas(os) forenses lidam emocionalmente com essas dificuldades de maneira que consiga manter a motivação e os esforços para continuar realizando seu trabalho. Trata-se, sob uma perspectiva inovadora, dos modos de gestão emocional dos impactos que o trabalho em contextos de violência política e guerra tem, e revela a importância de progredir em pesquisas que permitam reconhecer o sujeito envolvido ante a dor das(os) demais.