Resumo: A pandemia de COVID-19 revelou disparidades nas respostas políticas na América Latina. Este estudo examinou a relação entre a confiança no presidente e a adoção de comportamentos preventivos em relação à COVID-19 no Brasil, Chile, Colômbia e México. Utilizou-se dados da Pesquisa de Resposta Colaborativa à COVID-19 da Academia McDonnell na Universidade de Washington em St. Louis (Estados Unidos) de setembro de 2020 a março de 2021. A amostragem não probabilística incluiu cidadãos adultos dos quatro países. Foram aplicados modelos de regressão binomial negativa multivariada. Ao todo, 8.125 indivíduos participaram do estudo, sendo que o Brasil apresentou a menor adesão aos comportamentos preventivos (65,5%). Maior adoção de comportamentos preventivos foi associada às faixas etárias de 18 a 26 anos (RTIa = 1,05; IC95%: 1,01-1,09), 60 anos ou mais (RTIa = 1,10; IC95%: 1,05-1,15) e maior status socioeconômico (RTIa = 1,09; IC95%: 1,05-1,13). A menor adoção desses comportamentos foi associado a participantes do Brasil (RTIa = 0,74; IC95%: 0,71-0,78), México (RTIa = 0,95; IC95%: 0,92-0,99), de educação básica (RTIa = 0,75; IC95%: 0,68-0,84) e intermediária (RTIa = 0,88; IC95%: 0,85-0,91), menor status socioeconômico (RTIa = 0,91; IC95%: 0,87-0,94), falta de preocupação com a contaminação pela COVID-19 (RTIa = 0,93; IC95%: 0,88-0,98) e pouco conhecimento sobre a COVID-19 (RTIa = 0,92; IC95%: 0,88-0,96). Confiança no presidente e comportamentos preventivos não demonstraram associação significativa. Mensagens direcionadas, educação pública e acesso aprimorado a informações corretas são cruciais para promover comportamentos preventivos. Os profissionais de saúde pública não devem se preocupar excessivamente com a retórica política, já que nosso estudo sugere que a confiança nessas autoridades não afeta sistematicamente o cumprimento das diretrizes de prevenção.
Resumen: La pandemia del COVID-19 mostró disparidades ante las respuestas de los gobiernos en América Latina. Se evaluó la relación entre la confianza en el presidente y la adopción de conductas preventivas contra el COVID-19 en Brasil, Chile, Colombia y México. Se utilizaron datos de la Encuesta de Respuesta Colaborativa al COVID-19 de la Academia McDonnell en la Universidad de Washington en St. Louis (Estados Unidos), de septiembre de 2020 a marzo de 2021. El muestreo no probabilístico estuvo conformado por ciudadanos adultos de los cuatro países. Se aplicaron modelos de regresión binomial negativa multivariables. En este estudio participaron 8.125 personas, y Brasil tuvo la adherencia más baja a las conductas preventivas (65,5%). Una mayor adopción de conductas preventivas se asoció con grupos de edad de entre 18 y 26 años (TIa = 1,05; IC95%: 1,01-1,09), de 60 años o más (TIa = 1,10; IC95%: 1,05-1,15) y de nivel socioeconómico más alto (TIa = 1,09; IC95%: 1,05-1,13). Una menor adopción de estos comportamientos se asoció con participantes de Brasil (TIa = 0,74; IC95%: 0,71-0,78), México (TIa = 0,95; IC95%: 0,92-0,99), de educación básica (TIa = 0,75; IC95%: 0,68-0,84) e intermedia (TIa = 0,88; IC95%: 0,85-0,91), nivel socioeconómico más bajo (TIa = 0,91; IC95%: 0,87-0,94), falta de preocupación por contraer COVID-19 (TIa = 0,93; IC95%: 0,88-0,98) y poco conocimiento sobre el COVID-19 (TIa = 0,92; IC95%: 0,88-0,96). La confianza en el presidente y los comportamientos preventivos no mostraron una asociación significativa. La comunicación dirigida, la educación pública y un mejor acceso a la información correcta son cruciales para promover acciones preventivas. Los profesionales de la salud pública no deben preocuparse demasiado por la retórica política, ya que este estudio muestra que la confianza en estas autoridades no afecta sistemáticamente el cumplimiento de las orientaciones de prevención.
Abstract: The COVID-19 pandemic revealed disparities in policy responses in Latin America. We examined the association between trust in the president and COVID-19 preventive behaviors in Brazil, Chile, Colombia, and Mexico. We used data from the Collaborative COVID-19 Response Survey by the McDonnell Academy at Washington University in St. Louis (United States), from September 2020 to March 2021. Nonprobabilistic sampling included adult citizens from the four countries. Multivariate negative binomial regression models were applied. The study included 8,125 participants, with Brazil showing the lowest adherence to preventive behaviors (65.5%). Increased adoption of preventive behaviors was linked with ages 18-26 (aIRR = 1.05; 95%CI: 1.01-1.09), 60 or more (aIRR = 1.10; 95%CI: 1.05-1.15), and high socioeconomic status (aIRR = 1.09; 95%CI: 1.05-1.13). Decreased engagement was linked to participants from Brazil (aIRR = 0.74; 95%CI: 0.71-0.78), Mexico (aIRR = 0.95; 95%CI: 0.92-0.99), basic education (aIRR = 0.75; 95%CI: 0.68-0.84), intermediate education (aIRR = 0.88; 95%CI: 0.85-0.91), low socioeconomic status (aIRR = 0.91; 95%CI: 0.87-0.94), lack of concern about contracting COVID-19 (aIRR = 0.93; 95%CI: 0.88-0.98), and poor knowledge about COVID-19 (aIRR = 0.92; 95%CI: 0.88-0.96). No significant association was found between trust in the president and preventive behaviors. Targeted communication, public education, and improved access to reliable information are crucial for fostering preventive behaviors. Public health practitioners should not overly concern themselves with political rhetoric, as our study suggests that trust in political authorities may not systematically affect compliance with directives.