Resumo Introdução: A tromboendarterectomia pulmonar (TEP) é a principal ferramenta terapêutica na hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC), potencialmente curativa. Analisa-se a experiência de 13 anos de TEPs em pacientes uruguaios no âmbito do convênio com o Hospital Universitário Fundação Favaloro (HUFF-Argentina). Metodologia: Estudo analítico, observacional e retrospectivo de todas as TEPs realizadas entre 2011 e 2023. Resultados: Foram realizadas 15 TEPs. Idade de 46 ± 17 anos, 67% homens. Dez pacientes tinham antecedentes de doença tromboembólica prévia e 8 hipercoagulabilidade. O tempo desde o início dos sintomas até o diagnóstico foi de 36 (22-78) meses. Oitenta por cento encontravam-se em Classe Funcional III, com uma distância total percorrida no teste de caminhada de 6 minutos de 375 (272-458) metros, gravidade ecocardiográfica (TAPSE/sPAP 0,22 ± 0,08 mm/mmHg) e hemodinâmica (RVP 11 ± 5 UW) que melhoraram significativamente no pós-operatório precoce. A mortalidade intra-hospitalar foi de 20% e manteve-se no seguimento de 34 (7-97) meses, exceto um paciente que faleceu por uma nova embolia pulmonar aos 3 anos. Todos os falecidos apresentavam hemodinâmica pré-operatória significativamente mais grave (RVP 19 ± 6 UW, índice cardíaco 1,5 ± 0,4 L/min/m²). Seis sobreviventes (50%) apresentaram HP residual associada a maior PAPm e RVP pré-operatórias e menor recuperação funcional e ecocardiográfica a curto prazo (P <0,05), dois dos quais receberam terapia específica pós-procedimento. Conclusões: A TEP resultou em melhora clínica, ecocardiográfica e hemodinâmica. Seis sobreviventes (50%) normalizaram a hemodinâmica de repouso. A gravidade hemodinâmica pré-operatória devido a lesões obstrutivas e microangiopatia distal foi associada a uma alta taxa de complicações e mortalidade perioperatória. A redução do atraso no diagnóstico e tratamento juntamente com uma maior taxa de TEPs/ano poderia reduzir as complicações e melhorar o prognóstico.
Resumen Introducción: La tromboendarterectomía pulmonar (TEA) es la principal herramienta terapéutica en hipertensión pulmonar tromboembólica crónica (HPTEC), potencialmente curativa. Se analiza la experiencia de 13 años de TEAs de pacientes uruguayos en el marco del convenio con el Hospital Universitario Fundación Favaloro (HUFF-Argentina). Metodología: Estudio analítico, observacional y retrospectivo de todas las TEAs realizadas entre 2011 y 2023. Resultados: Se realizaron 15 TEAs. 46 ± 17 años, 67% hombres. Diez pacientes tenían antecedentes de enfermedad tromboembólica previa y 8 hipercoagulabilidad. El tiempo desde el inicio de los síntomas al diagnóstico fue de 36 (22-78) meses. Ochenta por ciento se encontraba en CF III, con una distancia total recorrida en la prueba de la marcha de 6 minutos de 375 (272-458) metros, severidad ecocardiográfica (TAPSE/PAPs 0,22 ± 0,08 mm/mmHg) y hemodinámica (RVP 11 ± 5 UW) que mejoraron significativamente en el posoperatorio temprano. La mortalidad intrahospitalaria fue del 20% que se mantuvo en el seguimiento de 34 (7-97) meses excepto un paciente que murió por una nueva embolia de pulmón a los 3 años. Todos los fallecidos tenían una hemodinamia preoperatoria significativamente más grave (RVP 19 ± 6 UW, índice cardíaco 1,5 ± 0,4 L/min/m2). Seis sobrevivientes (50%) presentaron HP residual asociada a una mayor PAPm y RVP preoperatorias y menor recuperación funcional y ecocardiográfica a corto plazo (P <0,05), dos de los cuales recibieron terapia específica posterior al procedimiento. Conclusiones: La TEA determinó mejoría clínica, ecocardiográfica y hemodinámica. Seis supervivientes (50%) normalizaron la hemodinamia de reposo. La severidad hemodinámica preoperatoria dado por las lesiones obstructivas y microangiopatía distales se asoció con una alta tasa de complicaciones y mortalidad perioperatorias. La reducción del retardo en el diagnóstico y tratamiento junto con una mayor tasa de TEAs/año podrían reducir las complicaciones y mejorar el pronóstico.
Summary Introduction: Pulmonary thromboendarterectomy (PTE) is the main therapeutic tool for chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH), and is potentially curative. The experience of 13 years of PTEs on Uruguayan patients under the agreement with the University Hospital Fundación Favaloro (HUFF-Argentina) is analyzed. Methodology: Analytical, observational, and retrospective study of all PTEs performed between 2011 and 2023. Results: Fifteen PTEs were performed. Age was 46 ± 17 years, 67% male. Ten patients had a history of prior thromboembolic disease, and 8 had hypercoagulability. The time from symptom onset to diagnosis was 36 (22-78) months. Eighty percent were in NYHA Functional Class III, with a total distance walked in the 6-minute walk test of 375 (272-458) meters, echocardiographic severity (TAPSE/sPAP 0,22 ± 0,08 mm/mmHg), and hemodynamic severity (PVR 11 ± 5 WU) which significantly improved in the early postoperative period. In-hospital mortality was 20% and remained at a follow-up of 34 (7-97) months, except for one patient who died from a new pulmonary embolism at 3 years. All deceased patients had significantly more severe preoperative hemodynamics (PVR 19 ± 6 WU, cardiac index 1,5 ± 0,4 L/min/m²). Six survivors (50%) presented with residual PH associated with higher preoperative mPAP and PVR and lower short-term functional and echocardiographic recovery (P <0,05), two of whom received specific therapy post-procedure. Conclusions: PTE resulted in clinical, echocardiographic, and hemodynamic improvement. Six survivors (50%) normalized resting hemodynamics. Preoperative hemodynamic severity due to distal obstructive lesions and microangiopathy was associated with a high rate of perioperative complications and mortality. Reducing the delay in diagnosis and treatment and a higher rate of PTEs/year could reduce complications and improve prognosis.