Resumen: La pandemia del Covid-19 trajo una serie de implicaciones para la sociedad, afectando directamente a la educación en la medida en que se paralizaron las actividades presenciales como forma de contener la transmisión del nuevo coronavirus. En este sentido, para paliar los problemas derivados de la paralización de las clases, se adoptó lo que, a pesar de algunas variaciones terminológicas, se denomina convencionalmente Enseñanza Remota (ER), en contraposición a la Educación a Distancia (EaD). En este ensayo, nuestro objetivo es evaluar las aparentes distinciones, problematizándolas. Para ello, retomamos debates y discusiones recientes, presentando algunas antítesis a ciertas tesis sostenidas hasta entonces. Concluimos que los esfuerzos encaminados a separar diametralmente las dos realidades son, en muchos sentidos, erróneos, pues no logran delimitar lo que sólo puede ser aprehendido a través de la materialización en un contexto histórico-social. Defendemos, desde este punto de vista, que la ER, si se quiere conservar su dimensión de emergencia, no es más que una configuración posible de todo lo que llamamos EaD, ya que comprende fundamentalmente la separación en el espacio y/o en el tiempo entre los sujetos, así como el uso de tecnologías que posibiliten la mediación pedagógica.
Resumo: A pandemia de Covid-19 trouxe uma série de implicações para a sociedade, incidindo diretamente sobre a educação na medida em que foram paralisadas as atividades presenciais como forma de conter a transmissão do novo coronavírus. Nesse sentido, visando mitigar os problemas decorrentes da paralisação das aulas, adotou-se aquilo que, apesar de algumas variações terminológicas, se convencionou chamar de Ensino Remoto (ER), opondo-o à Educação a Distância (EaD). Neste ensaio, temos como objetivo avaliar as aparentes distinções, problematizando-as. Para tanto, retomamos debates e discussões recentes, apresentando algumas antíteses para certas teses até então sustentadas. Concluímos que os esforços voltados a separar diametralmente as duas realidades são, em muitos sentidos, equivocados, porquanto não dão conta de balizar aquilo que só pode ser apreendido por meio da materialização num contexto histórico-social. Defendemos, sob esse prisma, que o ER, se se quer preservar sua dimensão emergencial, nada mais é do que uma configuração possível para tudo aquilo que chamamos de EaD, pois compreende, fundamentalmente, a separação no espaço e/ou no tempo entre os sujeitos, bem como o uso de tecnologias que viabilizam a mediação pedagógica.
Abstract: The Covid-19 pandemic brought a series of implications for society, directly affecting education insofar as face-to-face activities were paralyzed as a way to contain the transmission of the new coronavirus. In this sense, in order to mitigate the problems arising from the stoppage of face-to-face classes, what, despite some terminological variations, is conventionally called Remote Teaching (RE) was adopted, opposing it to Distance Education (DE). In this essay, we aim to evaluate the apparent distinctions, problematizing them. To do so, we resume recent debates and discussions, presenting some antitheses to certain theses held until then. We conclude that the efforts aimed at diametrically separating the two realities are, in many senses, wrong, as they are not able to mark out what can only be apprehended through materialization in a historical-social context. We defend, from this point of view, that RE, if one wants to preserve its emergency dimension, is nothing more than a possible configuration for everything we call DE, since it fundamentally comprises the separation in space and/or time between the subjects, as well as the use of technologies that enable pedagogical mediation.