A gravidez na adolescência é um problema significativo de saúde pública no Brasil, contribuindo para altas taxas de morbimortalidade entre mulheres jovens. Durante a gestação, muitas adolescentes abandonam a escola e o trabalho, o que resulta em menor qualificação e maior vulnerabilidade ao mercado de trabalho informal. Além disso, as adolescentes grávidas enfrentam riscos elevados de complicações gestacionais e desafios emocionais, como ansiedade e depressão. A pandemia exacerbou essas vulnerabilidades, especialmente em relação ao abuso doméstico, devido ao isolamento social. Este estudo justifica-se pela necessidade de compreender o perfil demográfico e as características das parturientes adolescentes no Ceará entre 2020 e 2022, oferecendo subsídios para políticas públicas que visem melhorar a qualidade de vida dessas jovens e de seus filhos. Todos os dados foram analisados utilizando R. Durante o período analisado, foram registrados 331.924 nascimentos vivos no Ceará, dos quais 21.667 (6,53%) eram de mães com idade igual ou inferior a 17 anos. A idade média das mães adolescentes foi de 15,93 ± 1,11 anos, enquanto a média para as mães adultas foi de 28,00 ± 6,21 anos, evidenciando uma diferença estatisticamente significativa (Teste-t de Student, P < 0,05). A análise também revelou uma diferença significativa entre a idade dos pais de crianças nascidas de mães adolescentes (22,25 ± 5,72 anos) em comparação à idade dos pais de crianças nascidas de mães adultas (32,45 ± 7,81 anos) (Figura 3, Teste-T, P < 0,05). No que se refere à etnia, adolescentes indígenas representaram 9,95% dos casos de gravidez, seguidas pelas adolescentes pardas (7,26%) e pretas (5,9%). A menor proporção foi observada entre adolescentes brancas (4,43%). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos indígenas, pardas, pretas e a população amarela. Quanto ao estado civil, 71% das adolescentes se declararam solteiras. A análise educacional demonstrou uma tendência significativa de gravidez entre adolescentes com Ensino Fundamental II incompleto, completo, ou Ensino Médio incompleto, indicando que essas jovens ainda estavam em fase de conclusão desses ciclos escolares. Não foi observada uma relação significativa entre a redução da idade materna e a diminuição do escore APGAR em recém-nascidos (APGAR = 0,014 × “IDADE DA MÃE” + 8,5; P < 0,05, R² = 0,0004). Além disso, não houve diferença significativa na proporção de anomalias congênitas entre os nascimentos de mães adolescentes e adultas.
El embarazo en la adolescencia es un problema significativo de salud pública en Brasil, que contribuye a altas tasas de morbimortalidad entre las mujeres jóvenes. Durante el embarazo, muchas adolescentes abandonan la escuela y el trabajo, lo que resulta en menor calificación y mayor vulnerabilidad en el mercado laboral informal. Además, las adolescentes embarazadas enfrentan mayores riesgos de complicaciones gestacionales y desafíos emocionales, como ansiedad y depresión. La pandemia exacerbó estas vulnerabilidades, especialmente en relación con el abuso doméstico, debido al aislamiento social. Este estudio se justifica por la necesidad de comprender el perfil demográfico y las características de las madres adolescentes en Ceará entre 2020 y 2022, ofreciendo apoyo para políticas públicas que busquen mejorar la calidad de vida de estas jóvenes y sus hijos. Todos los datos fueron analizados utilizando R. Durante el período analizado, se registraron 331.924 nacimientos vivos en Ceará, de los cuales 21.667 (6,53%) eran de madres de 17 años o menos. La edad promedio de las madres adolescentes fue de 15,93 ± 1,11 años, mientras que la media para las madres adultas fue de 28,00 ± 6,21 años, evidenciando una diferencia estadísticamente significativa (Prueba t de Student, P < 0,05). El análisis también reveló una diferencia significativa entre la edad de los padres de niños nacidos de madres adolescentes (22,25 ± 5,72 años) en comparación con la edad de los padres de niños nacidos de madres adultas (32,45 ± 7,81 años) (Prueba de Wilcoxon, P < 0,05). En cuanto a la etnia, las adolescentes indígenas representaron el 9,95% de los casos de embarazo, seguidas por las adolescentes mestizas (7,26%) y negras (5,9%). La menor proporción se observó entre las adolescentes blancas (4,43%). No hubo diferencia estadísticamente significativa entre los grupos indígenas, mestizas, negras y la población amarilla. En cuanto al estado civil, el 71% de las adolescentes se declararon solteras. El análisis educativo demostró una tendencia significativa de embarazo entre adolescentes con secundaria incompleta o completa, o educación media incompleta, lo que indica que estas jóvenes aún estaban en proceso de completar estos niveles educativos. No se observó una relación significativa entre la disminución de la edad materna y la reducción de la puntuación APGAR en los recién nacidos (APGAR = 0,014 × "EDAD DE LA MADRE" + 8,5; P < 0,05, R² = 0,0004). Además, no hubo diferencia significativa en la proporción de anomalías congénitas entre los nacimientos de madres adolescentes y adultas.
Adolescent pregnancy is a significant public health issue in Brazil, contributing to high morbidity and mortality rates among young women. During pregnancy, many adolescents drop out of school and work, leading to lower qualifications and increased vulnerability to the informal labor market. Moreover, pregnant adolescents face higher risks of gestational complications and emotional challenges, such as anxiety and depression. The pandemic exacerbated these vulnerabilities, particularly concerning domestic abuse, due to social isolation. This study is justified by the need to understand the demographic profile and characteristics of adolescent mothers in Ceará between 2020 and 2022, providing support for public policies aimed at improving the quality of life for these young women and their children. All data were analyzed using R. During the analyzed period, 331,924 live births were recorded in Ceará, of which 21,667 (6.53%) were from mothers aged 17 years or younger. The average age of adolescent mothers was 15.93 ± 1.11 years, while the average for adult mothers was 28.00 ± 6.21 years, showing a statistically significant difference (Student's t-test, P < 0.05). The analysis also revealed a significant difference between the age of fathers of children born to adolescent mothers (22.25 ± 5.72 years) compared to the age of fathers of children born to adult mothers (32.45 ± 7.81 years) (Wicoxon test, P < 0.05). Regarding ethnicity, indigenous adolescents accounted for 9.95% of pregnancy cases, followed by brown (7.26%) and black (5.9%) adolescents. The lowest proportion was observed among white adolescents (4.43%). There was no statistically significant difference among indigenous, mixed-race, black, and yellow populations. Concerning marital status, 71% of adolescents declared themselves single. Educational analysis showed a significant trend of pregnancy among adolescents with incomplete or complete middle school or incomplete high school education, indicating that these young women were still in the process of completing these educational levels. There was no significant relationship between decreasing maternal age and a reduction in newborns' APGAR scores (APGAR = 0.014 × "MOTHER'S AGE" + 8.5; P < 0.05, R² = 0.0004). Additionally, there was no significant difference in the proportion of congenital anomalies between births of adolescent and adult mothers.