RESUMEN: La ciudad de Río de Janeiro pasó por importantes obras de reestructuración urbana en la última década. Su condición de ciudad anfitriona de la Copa del Mundo 2014 y los Juegos Olímpicos 2016 significó un importante proceso de transformación de gran parte de la ciudad. En este contexto, una de las intervenciones de infraestructura más importantes fue la implementación del sistema de BRTs (Bus Rapid Transit). En la mayoría de las estaciones es posible percibir una dinámica informal de usos no programados y apropiaciones efímeras, a través de objetos o dispositivos de comercio informal que ocupan los “intersticios” que deja el sistema. Esta insurgencia reivindica nuevas posibilidades de interpretación de los espacios urbanos, una vez que revelan su potencial, ofreciendo alternativas de servicios y productos en un contexto de movilidad cotidiana. El concepto de intersticialidad se propone en respuesta a la necesidad de nombrar el “entre” o lagunas del sistema BRT, que en la práctica, posee límites difusos. Lo que visibiliza esta dimensión intersticial son los habitantes y usuarios de estos espacios “entre”, a través de la apropiación efímera de la infraestructura de movilidad y sus alrededores. A través de trabajo de campo, levantamiento fotográfico, una categorización de las conductas observadas y de los soportes efímeros detectados, complementados con una discusión bibliográfica, este trabajo observa esas apropiaciones efímeras en los espacios intersticiales, principalmente de la Estación Intermodal Jardín Oceánico del corredor TransOeste del sistema de BRT carioca. El trabajo concluye que el fenómeno de la apropiación intersticial debe ser considerado como parte de los sistemas urbanos, pues, en la ciudad contemporánea, es esa efimeridad insurgente e informal la que muchas veces responde a las demandas y necesidades de nuestro cotidiano.
SUMMARY: Rio de Janeiro has gone through major urban restructuration work over the last decade. Its status as host city of the 2014 World Cup and 2016 Olympic Games meant an important transformation process for most of the city. In this context, one of the most important infrastructural interventions made was the implementation of the BRTs (Bus Rapid Transit) system. In most stations, it is possible to perceive an informal dynamic of unscheduled uses and ephemeral appropriations, using objects or devices of informal commerce that occupy the “interstices” forgotten by the system. This insurgency reclaims new possibilities for interpreting urban spaces, once they reveal their potential, offering alternative products and services in the context of daily urban mobility. The concept of “interstitiality” is proposed in order to name the “in-between”, or the gaps in the BRT system which, in practice, have diffuse limits. What sets out this interstitial dimension are those who inhabit and use the gaps, through ephemeral appropriation of the mobility infrastructure and its surroundings. This work, through fieldwork, photographic survey, a categorization of the observed behaviors and the ephemeral supports detected, complemented with a bibliographic discussion, observes those ephemeral appropriations in the interstitial spaces, mainly of the TransOeste Corridor Jardim Oceânico Intermodal Station of the BRT system of Rio de Janeiro. The work concludes that the phenomenon of interstitial appropriation must be considered as part of the urban systems, because, in the contemporary city, it is that insurgent and informal ephemerality that often responds to the demands and needs of our daily lives.
RESUMO: A cidade do Rio de Janeiro passou por importantes obras de reestruturação urbana ao longo da última década. Sua condição de cidade sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 significou um importante processo transformador para grande parte da cidade. Nesse contexto, uma das intervenções infraestruturais mais importantes dentre as executadas foi a implementação do sistema de BRTs (Bus Rapid Transit). Na maioria das estações é possível perceber uma dinâmica informal de usos não programados e apropriações efêmeras por meio de objetos ou dispositivos de comércio informal que ocupam os “interstícios” deixados pelo sistema. Essa insurgência reivindica novas possibilidades de leitura dos espaços urbanos, uma vez que revelam suas potencialidades, oferecendo alternativas de serviços e produtos no contexto da mobilidade cotidiana. O conceito de intersticialidade é proposto em resposta à necessidade de caracterizar o “entre”, as brechas no sistema de BRT, que na prática, possui limites difusos. O que enuncia essa dimensão intersticial são os habitantes e usuários dessas brechas, por meio da apropriação efêmera desta infraestrutura e seu entorno. Através do trabalho de campo, levantamento fotográfico, categorização das condutas observadas e dos suportes efêmeros detectados, complementados com uma discussão bibliográfica, este trabalho observa essas apropriações efêmeras nos espaços intersticiais principalmente da Estação Intermodal Jardim Oceânico do corredor TransOeste do sistema de BRT carioca. O trabalho conclui que o fenômeno da apropriação intersticial deve ser considerado como parte dos sistemas urbanos, pois, na cidade contemporânea, é essa efemeridade insurgente e informal a que muitas vezes responde às demandas e necessidades do nosso cotidiano.