Resumen Ante las evidencias de una crisis ambiental global de origen antrópico, la comunidad científica ha sido interpelada para diseñar colectivamente una transición hacia la sustentabilidad socioecológica. Este artículo propone caracterizar los discursos académicos sobre la sustentabilidad en América Latina, a partir de un análisis de la red de citas de una muestra de 93 intelectuales latinoamericanos que han participado en estos debates entre 1970 y 2012. Esta revisión de redes de citas se complementa con un análisis cualitativo del contenido del pensamiento de los autores más influyentes. Empíricamente, el estudio proporciona una cartografía y un análisis sistemático de la participación de los académicos latinoamericanos en las reflexiones globales sobre la sustentabilidad socioecológica. La investigación está secuenciada en tres grandes periodos: el primero se extiende desde 1970, con la emergencia de las preocupaciones ambientales modernas, hasta 1987, año marcado por la publicación del Informe Brundtland. Un segundo periodo (19872002) corresponde al momento de institucionalización global de la idea de desarrollo sostenible, hasta la Conferencia de Johannesburgo, donde los acuerdos de Río perdieron su influencia sobre las prioridades políticas globales. El tercer periodo va del 2003 al 2012, año de la Cumbre Rio+20. Durante estos cuarenta años, el campo académico de la sustentabilidad en el sub-continente se ha estructurado gradualmente. Se observa, por una parte, la participación de América Latina y la intensificación del campo de estudio con el paso del tiempo. Por otra parte, se identifican los actores y las subredes más importantes, así como las instituciones que han acogido los proyectos, los equipos y programas de investigación que han tenido un papel crucial en la composición de un pensamiento ambiental latinoamericano. Los resultados de la investigación también muestran que muchos discursos académicos son más bien críticos, dado que apelan a una transformación profunda de las sociedades actuales, y que están construidos en sinergia con ciertos movimientos sociales que luchan por la justicia y la sustentabilidad socioambiental. Descriptores: América Latina, desarrollo sostenible, discursos científicos, historia de las ideas.
Abstract Faced with evidence of an anthropic global environmental crisis, the scientific community has been called on to design collectively a transition toward socio-ecological sustainability. The objective of this article is to describe academic discourses on sustainability in Latin America, based on the analysis of the citation network of a sample of 93 Latin American intellectuals that have participated in these debates between 1970 and 2012. This review of citation networks is complemented with a qualitative analysis of the contents of the most influential authors thought. Empirically, the study provides a cartography and a systematic analysis of the participation of Latin American intellectuals in global deliberations on socio-ecological sustainability. The research covers three great periods: the first goes from 1970, when modern environmental concerns arise, to 1987, the year of publication of the Brundtland Report. The second period (1987-2002) begins with the moment when the idea of sustainable development was institutionalized and ends with the Johannesburg Conference, in which the Rio agreements ceased to influence global political priorities. The third period extends from 2003 to 2012, year of the Rio+20 Summit. These forty years have seen the gradual structuring of the academic field of sustainability in the subcontinent. On the one hand, the study observes Latin America's participation and the intensification of the field of study over time. On the other hand, it identifies the most important actors and subnetworks, as well as the institutions that have hosted the research projects, teams, and programs that have played a crucial role in shaping Latin American environmental thought. The findings of our research also show that many academic discourses are rather critical, calling for a profound transformation of current societies, and that those discourses have been developed in synergy with certain social movements that are struggling for justice and socio-environmental sustainability.
Resumo Diante as evidências de uma crise ambiental global de origem antrópica, a comunidade científica vem sendo interpelada a desenhar coletivamente uma transição à sustentabilidade socioecológica. Este artigo propõe caracterizar os discursos acadêmicos sobre a sustentabilidade na América Latina a partir de uma análise da rede de citações de uma amostra de 93 intelectuais latino-americanos que participaram desses debates entre 1970 e 2012. Esta revisão de redes de citações é complementada com uma análise qualitativa do conteúdo do pensamento dos autores mais influentes. Empiricamente, o estudo proporciona uma cartografia e uma análise sistemática da participação dos acadêmicos latino-americanos nas reflexões globais sobre a sustentabilidade socioecológica. A pesquisa está sequenciada em três grandes períodos: o primeiro compreende desde 1970, com a emergência das preocupações ambientais modernas, até 1987, ano marcado pela publicação do Relatório Brundtland. Um segundo período (1987-2002) corresponde ao momento de institucionalização global da ideia de desenvolvimento sustentável, até a Conferência de Johanesburgo, onde os acordos do Rio perderam sua influência sobre as prioridades políticas globais. O terceiro período vai de 2003 a 2012, ano da Conferência Rio+20. Durante esses quarenta anos, o campo acadêmico da sustentabilidade no subcontinente foi estruturado gradualmente. Observam-se, por um lado, a participação da América Latina e a intensificação do campo de estudo com o passar do tempo. Por outro lado, são identificados os atores e as sub-redes mais importantes, bem como as instituições que acolheram os projetos, as equipes e os programas de pesquisa que têm um papel crucial na composição de um pensamento ambiental latino-americano. Os resultados da pesquisa também mostram que muitos discursos acadêmicos são críticos, tendo em vista que apelam a uma transformação profunda das sociedades atuais e que estão construídos em sinergia com certos movimentos sociais que lutam pela justiça e pela sustentabilidade socioambiental.