Resumen La atención psicológica en los juzgados ha sido una práctica en los procesos de entrega voluntaria, determinada en el Estatuto del Niño y especificada en publicaciones y guías técnicas del Consejo Nacional de Justicia. A partir de la asistencia de una mujer embarazada, víctima de violación, se realizó el análisis del caso a partir del abordaje de los registros de las asistencias y diario clínico, siguiendo el referente psicoanalítico. El objetivo de este trabajo fue promover la reflexión sobre las posibilidades de la escucha psicoanalítica con una mujer embarazada incluida en el Programa de Entrega Voluntario. Se considera que la escucha debe partir de una lectura sociopolítica y considerar la posición del sujeto en el vínculo social. Es fundamental aprehender las cuestiones políticas que involucran la entrega voluntaria, además de las condiciones de exclusión, desamparo e impotencia que operan en el silenciamiento de las mujeres embarazadas, manteniendo el proceso opresivo que las afecta. Finalmente, este tema en el contexto judicial abre posibilidades para una discusión de temas relacionados con las mujeres y sus derechos, como la ampliación de políticas públicas, aspectos de la interseccionalidad, la prevención de la violencia y la garantía del aborto legal para todas las mujeres.
Resumo O atendimento psicológico na Justiça tem sido uma prática nos processos de entrega voluntária à adoção, determinado no Estatuto da Criança e do Adolescente e especificado em publicações normativas e orientações técnicas no Conselho Nacional de Justiça. A partir do atendimento a uma mulher gestante, vítima de estupro, realizou-se a análise do caso com base na abordagem dos registros dos atendimentos e diário clínico, seguindo o referencial psicanalítico. O objetivo deste trabalho foi promover a reflexão sobre as possibilidades da escuta psicanalítica junto a uma gestante inserida no Programa Entrega Voluntária no contexto judiciário. A análise possibilitou compreender que a escuta deve ser fundamentada em uma leitura sociopolítica que considere a posição do sujeito no laço social. É fundamental apreender as questões políticas que envolvem a entrega voluntária à adoção, além das condições de exclusão, desamparo e impotência que operam no silenciamento das gestantes, mantendo-se o processo opressor que incide sobre elas. Por fim, o debate dessa temática no contexto judiciário abre possibilidades para a discussão mais ampla de questões afeitas à mulher e seus direitos, como a ampliação de políticas públicas, aspectos de interseccionalidade, prevenção da violência e a garantia ao aborto legal para todas as mulheres.
Abstract Psychological care in court has been a practice in voluntary adoption processes, determined in the Child Statute and specified in normative and technical guidelines by the National Council of Justice. From the attendance of a pregnant woman, victim of rape, a case study was carried out based on the approach of the records of the attendances and clinical diary, based on a Psychoanalytic theoretical framework. The aim of this study was to reflect about the possibilities of a psychoanalytical listening of a pregnant woman in the judicial context of the Voluntary Delivery Program. The analysis enabled the understanding that listening must be based on a sociopolitical reading and consider the subject's position in the social bond. It is essential to apprehend the political issues that involve voluntary surrender for adoption, in addition to the conditions of exclusion, helplessness and impotence that operate in silencing pregnant women, maintaining the oppressive process that affects them. Finally, the debate on this issue in the judicial context opens up possibilities for a broader discussion of issues related to women and their rights, such as the expansion of public policies, aspects of intersectionality, the prevention of violence and the guarantee of legal abortion for all women.